RP - GILBERTO - PARTE 25

GILBERTO

PARTE XXV

Já na rua de casa, Cláudio avista um carro conhecido, mas resolve ter certeza de que é ele mesmo, olhando a placa. É realmente o carro de Miguel que está parado do outro lado da rua a uns cinco metros adiante da casa.

- Aquele é o carro do Miguel, não é? - ele pergunta.

Ela olha para onde ele aponta e confirma.

- É! Mas o que ele está fazendo aqui? E parado?

Cláudio para o Peugeot em frente à casa, sai do carro e caminha devagar na direção do outro carro. Miguel não o percebe. Está distraído lendo alguma coisa numa agenda em seu colo de cabeça baixa. Cláudio chega por trás dele e pergunta, brincando:

- Posso ajudar, senhor? Está precisando de alguma informação?

Miguel olha rapidamente para ele e ao ver que é o amigo, sorri sutilmente e resolve continuar a brincadeira. Baixa a cabeça de novo e fica sério.

- É... eu... estou procurando a casa de um médico que se mudou pra cá recentemente.

- Um médico? - diz Cláudio, apoiando a mão no capô do carro. - Há muito poucos médicos por aqui. Dá pra adiantar o nome dele?

- Cláudio... Cláudio Valle, ele era... é pediatra numa cidadezinha do interior de São Paulo chamada... Casa Branca. Conhece?

Miguel olha para ele e Cláudio na consegue continuar brincando. Abre um sorriso.

- Não conheço ninguém com esse nome por aqui...

Miguel abre a porta do carro e o abraça forte.

- Que é que você está fazendo aqui, no penúltimo dia do ano, cara? - Cláudio pergunta com a voz saindo difícil da garganta pela emoção de rever o amigo.

- Vim desejar Feliz Ano Novo pros meus melhores amigos. Eu não podia me despedir desse ano filha da mãe sem fazer isso.

Mônica vem se aproximando dos dois devagar. Miguel olha para ela e aponta em sua direção, exclamando:

- Minha grávida favorita!

Ela sorri e eles se abraçam também.

- Como você está, pequenininha? Tem se cuidado sem mim por perto? Você não vai teimar comigo que precisa mais de mim do que dele agora.

Ela apenas sorri.

- E você, já casou?

- Está querendo se ver livre de mim, não é?

- Ela pode não estar, mas eu estou, diz Cláudio, brincando. – O que você está fazendo aqui?

Miguel encosta-se ao carro e responde:

- Eu vim atrás de vocês de verdade. Vim me despedir e tinha que ser de perto. Saber se vocês estavam bem mesmo, como o Cláudio disse. E... porque... eu estou desempregado.

- O quê?! - Cláudio e Mônica perguntam ao mesmo tempo.

- Teu pai me colocou na rua, Mônica.

- Você? Por quê? - ela pergunta.

- Eu estou vindo de Poços agora. Estou lá com a minha mãe. Ela vibrou quando soube. Eu vim pegar a Lúcia pra gente passar o Ano Novo juntos, com o filho dela e o Alberto e marcar a data do casamento.

- Por que meu pai colocou você na rua? – Mônica pergunta. - Ele pode fazer isso?

- Eu sou empregado dele no Santa Mônica como o Cláudio era então... tecnicamente, ele pode sim.

- Não sem justa causa. Por quê?

- Porque eu não quis mais assinar o ponto lá...

- Não brinca, Miguel, qual foi o verdadeiro motivo? - Cláudio pergunta.

- Porque eu não quis dizer onde vocês estavam.

- Meu Deus! O papai está pensando que pode dispor da vida das pessoas desse modo? Acha que todo mundo tem culpa dos problemas dele? É difícil imaginar meu pai tomando uma atitude como essa... e a culpa toda é minha. Me perdoe, Miguel. Eu sinto muito mesmo.

- Não esquenta, garota. Eu já estava mesmo querendo sair de Casa Branca.

- Mas e a Santa Casa? - Cláudio pergunta.

- Já estava bem complicado pra mim trabalhar lá sem vocês. Muita coisa mudou depois que vocês saíram da cidade. Só não saí antes porque você pediu, Cláudio, mas essa foi a gota d’água.

- Que é que você vai fazer agora?

- Vou me casar, Miguel diz, sorrindo, satisfeito. – Vim, como eu disse, pegar a Lúcia pra passar o reveillon comigo em Poços e convidar vocês para serem meus padrinhos de casamento. Eu vou desencalhar, Cláudio! Acredita nisso?

Mônica sorri e brinca:

- E não vai ser com a Leda... Ela já ficou sabendo? Aliás... o que ela disse quando você saiu de lá?

- Engraçadinha você... Não sabe brincar, não brinca. Aquela tonta fez a maior cena quando eu fui me despedir dela. Desmaiou nos meus braços e tudo, só por saber que eu viria embora.

- Nossa, que romântico! Doutor Miguel arrasando corações...

- Quer parar? Não tive nem tempo de ver a cara dela quando dissesse que eu vou me casar. Aí ela morria de vez...

Mônica e Cláudio riem.

RETORNO AO PARAÍSO – GILBERTO

PARTE 25

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BOA TARDE!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 31/05/2018
Código do texto: T6351557
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