RP - MUDANÇA - 1978 - PARTE 4

MUDANÇA – 1978

PARTE IV

Na segunda feira de manhã, Cláudio e Mônica vão até a casa onde estão os equipamentos do novo consultório para começarem a ajeitar tudo.

- Tem muita coisa pra fazer aqui... ele diz. – Mas você acredita que eu já sonhei clinicando aqui dentro?

- Acredito... ela diz, sorrindo. – Estou cheia de ideias pro parquinho lá fora.

- Só que sozinhos não vamos conseguir muita coisa... A gente precisa de ajuda.

- Será que o Miguel não ajudaria? Ou o Valter?

- O Miguel talvez... Já que ele está desempregado... infelizmente. O Valter... já não sei.

- Aliás, você tem que ir ao hospital, amanhã, não é?

- É... ele diz, sem querer prolongar o assunto.

Começa a rasgar o plástico da embalagem da maca no momento em que eles ouvem bater palmas diante da casa. Cláudio olha pela janela e vê Miguel e Valter no portão.

- Você não vai acreditar quem está aí fora.

- Quem? - ela pergunta.

Cláudio nem responde. Sai da casa e vai receber os dois amigos. Cumprimenta os dois e entra com eles na casa, bastante satisfeito. Mônica abraça os dois também com alegria.

- A gente foi até sua casa e a Karen disse que vocês estavam aqui trabalhando sozinhos, diz Miguel. – Viemos segurar duas velas pra atrapalhar legal o namoro.

- A gente estava mesmo falando de vocês agora, diz Mônica.

- Credo! Vocês estavam brigando? O que tem de romântico em nós dois?

Ela ri.

- Você não muda? O humor pelo menos não mudou nada. Cada piadinha tão besta...

- Mas você ri sempre, eu sei disso. Por falar nisso, as nossas mulheres também vieram com a gente pra ajudar a fazer o rango. Tinha tanta coisa pra fazer lá que elas resolveram ficar pra ajudar a Karen e a dona Lucila.

- Como assim? A Lúcia e a Dayse estão aí também? - ela pergunta.

- Estão lá na casa de vocês.

- Seus filhos também vieram? - Cláudio pergunta a Valter.

- Não, ficaram nos avós.

- O meu está na escola, diz Miguel, orgulhoso.

- O seu o quê? - Cláudio e Mônica perguntam ao mesmo tempo.

- Meu filho!

Os dois se olham e novamente perguntam juntos.

- Que filho?!

Miguel ri e coloca as mãos em volta dos ombros dos dois.

- Eles não nasceram um pro outro, Valter? Até repetem o que o outro diz. O filho da Lúcia! Eu vou me casar com ela, esqueceram? Ele é meu filho agora.

- Ah... fazem os dois e riem também.

- Depois eu conto a estória toda pra vocês. Só que hoje aqui só macho trabalha. O Cláudio e o Valter.

Cláudio e Valter olham um para o outro e balançam a cabeça, acostumados com o humor sarcástico do amigo. Mônica o empurra levemente.

- Você é tão bobo, Miguel! Só fico feliz pelo filho da Lúcia. Ele arranjou um pai maravilhoso.

- Sai daqui, baixinha! Quero macarrão no almoço, hein? Com muito molho branco!

Ela beija Cláudio e se afasta, saindo da casa.

Os três amigos de faculdade começam a trabalhar juntos e parecem voltar ao tempo dos bancos da universidade. Só Valter parece um pouco sério demais, mas, ao começarem a trabalhar, ele se solta e o trabalho flui bem.

Eles preparam as paredes para a pintura e pintam, de um pêssego bem claro, o que seria a sala do consultório e da recepção. Instalam a máquina de raio-X e penduram na parede o monitor de leitura. Colocam as macas e as mesas em seus lugares e deixam o chão lavado e seco, pronto para ser usado.

- Nas paredes da sala de espera, vocês podiam colocar alguns quadros sugestivos, diz Valter. – Isso podia ser a parte da Mônica. Mulher entende mais dessa parte. A Dayse entende um pouco de decoração. Ela pode ajudá-la nisso.

- Do que a sua mulher não entende, Valter? - Miguel pergunta, sentado sobre uma das mesas. – Até agora você colocou todas as qualidades possíveis e imagináveis nela. Tem alguma coisa que ela não saiba fazer?

- É... Eu confesso que me casei com a mulher ideal, diz Valter, modestamente. – Você vai ter que conviver com isso, meu amigo.

- Não existe mulher ideal, diz Cláudio. – Existem mulheres com mais ou menos defeitos. Mas a ideal não existe. A Dayse é ideal pra você. Nisso eu posso até acreditar.

- Você diz isso porque não conhece a Dayse direito.

- Como profundo admirador das mulheres, pra mim todas elas são ideais, diz Miguel. – Eu não vou entrar nessa discussão.

- É por isso que você não se casou até hoje? - diz Cláudio.

- E não me arrependo, mas eu já reencontrei a minha mulher ideal e vou me casar com ela. Eu sou a prova viva do “antes tarde do que nunca”, conhecem?

Mônica, Dayse e Lúcia aparecem por ali e Dayse avisa:

- O almoço está pronto! Estão com fome, meninos?

RETORNO AO PARAÍSO – MUDANÇA - 1978

PARTE 4

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 03/06/2018
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