RP - MUDANÇA - 1978 - PARTE 9

MUDANÇA – 1978

PARTE IX

Outro beijo apaixonado e Cláudio e Mônica se abraçam, ficando assim por um momento.

- Me bateu um sentimento de culpa agora, ela diz. - A gente devia ter avisado a dona Karen e a dona Lucila.

- É verdade, mas elas vão entender. A gente explica tudo amanhã de manhã.

- É...

Mônica tira os sapatos e se deita na cama, apoiando a cabeça no braço sobre um travesseiro apoiado na cabeceira. Fica pensativa.

- Que foi? Está cansada? - ele pergunta, sentando aos pés da cama, vendo que ela ficou diferente.

- Um pouco...

Ele coloca os pés dela sobre seus joelhos e começa a massageá-los.

- Hum... Isso é tão gostoso... ela diz, fechando os olhos, se entregando à sensação de ter as mãos deles tocando seus pés.

Depois de alguns instantes, observando Cláudio, ela pergunta:

- Eu posso te fazer uma pergunta... que talvez quebre um pouco o clima dessa nossa noite perfeita?

- Faça...

- Você fazia isso com a Tânia?

Ele respira fundo sutilmente e baixa os olhos para os pés dela, continuando a massageá-los.

- Não...

- Desculpa, é que... Eu me lembrei dela subitamente agora. Eu não consigo deixar... de me sentir culpada por tudo que aconteceu. Eu não consigo me esquecer do ar cansado que ela tinha quando veio com meu pai falar com a gente. Era outra Tânia. Não consigo me sentir diferente. Não consigo me sentir plenamente realizada por estar tão feliz aqui com você, enquanto...

- Mônica... você sabe que isso que está acontecendo com a gente... não começou ontem. Nem na semana passada. Começou quando eu conheci você. E eu só olhei pra você de um modo diferente, porque nunca tinha olhado pra ninguém do mesmo jeito. Tira de uma vez por todas da sua cabeça que você me tirou da Tânia. Eu nunca fui dela. Eu nunca fui de mulher nenhuma. Depois que eu te conheci, eu sabia que um dia eu ia me separar dela e cada um iria para um lado. Eu só forçava uma vida feliz. Agia como se nada estivesse acontecendo. Eu não quero ter que ficar explicando isso pra você de novo.

- Eu já entendi tudo isso, mas entenda o meu lado. Ela está sozinha agora, perdida... sem você. Eu sei que de alguma forma, de alguma maneira... ela te amou... muito e ainda ama.

- Ela tentou te matar...

- Porque ela te ama! Eu nunca achei que a culpa fosse só dela.

- E o que a gente faz agora? Eu também me sinto culpado ainda, mais do que você, mas eu não posso e não quero voltar no tempo. Que solução você encontra pra isso? Se algum dia eu conseguir olhar nos olhos dela de novo e pedir perdão, como já fiz várias vezes, mas ela não aceitou... talvez eu possa me sentir mais leve. Um dia isso vai acontecer, mas até que esse dia chegue...

Mônica se ergue e vai abraçá-lo.

- Me perdoa, ela pede.

- Não precisa pedir perdão por isso. Se a gente vai ser um casal, esse tipo de assunto vai ter que ser discutido várias vezes. Ainda não terminou. Vamos tentar viver um dia de cada vez. O ano está só começando.

Ele a afasta de si e a olha nos olhos.

- Vamos dormir? Preciso acordar cedo amanhã.

RETORNO AO PARAÍSO – MUDANÇA - 1978

PARTE 9

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!