RP - MUDANÇA - 1978 - PARTE 17

MUDANÇA – 1978

PARTE XVII

Wagner pega as malas de Linda e sobe com elas. Para na frente da porta do quarto dela, respira fundo e bate.

- Linda, suas malas.

Depois de alguns segundos, ela abre a porta bruscamente, mas, ao olhar nos olhos dele, a expressão de seu rosto muda totalmente.

- Pode deixar aí, depois eu pego.

- Eu... coloco aí dentro pra você.

- Não precisa, deixa aí mesmo.

Ele teima e entra mesmo assim no quarto, indo deixar as malas no lugar mais distante da porta que encontra, ficando parado perto delas. Linda permanece de pé perto da porta.

- Sai agora... ela pede.

- Você quer que eu te peça perdão de joelhos? Eu faço isso agora, ele diz se ajoelhando.

- Essa pergunta não tem resposta. Levanta, Wagner!

- Então o que você quer? O que eu faço pra você ficar?

- Quero que você feche essa casa de pensão que você tem dentro de você.

- Casa de pensão? Não entendi...

- Eu quero morar sozinha dentro do seu coração, Wagner. Será que é possível?

Ele morde o lábio inferior e abaixa os olhos.

- Se você me ajudar... Se você ficar... Eu já estava quase conseguindo... Com você por perto...

Linda vai se sentar na cama.

- Mas é justamente por isso que eu vou embora. Você só é o Wagner que eu quero quando eu estou por perto. E quando eu estou longe? Comigo longe, você ama a Janete, a Selma e não sei mais quem...

- Eu amo você...

- Prove. Desiluda a coitada da Janete de uma vez?

- Mas eu já fiz isso hoje!

- Demorou três horas pra fazer isso? Um não leva menos de um segundo pra ser dito.

- A culpa foi dela, ele diz, impaciente.

- Mas aí é que está. Quando você aprender a se defender das mulheres “perigosas” como ela, eu volto.

- Você está me humilhando, Linda.

Ela se levanta.

- E quando você começar a entender a minha língua também...

- Para de me tratar feito criança! - ele grita.

Linda se cala. Aproxima-se da porta e a abre mais, deixando a passagem livre.

- Eu acho que a conversa acabou.

- Linda...

- Por favor, sai.

Ele sai. Linda fecha a porta devagar, respira fundo e pega o telefone. Pede uma ligação para Londres e fala com Gart.

- Gart?

- Linda?

- Eu... Tudo bem?

- Tudo... Alguma novidade?

- Não... nenhuma... Estou te ligando pra pedir pra você mandar o jato se fosse possível... no sábado à noite... Eu vou voltar pra Londres.

Gart se cala surpreso, mas intimamente feliz.

- Gart?

- Eu entendi bem? Você vai... voltar pra cá? E vem... sozinha?

- Sozinha...

- Vai deixar o Wagner?

Ela respira fundo e responde:

- Vou...

- E eu... posso saber por quê?

- Eu te explico aí.

- Ok. (Eu sinto muito por ele, mas... ao mesmo tempo... fico muito feliz com sua volta.).

- Thank you. Mas por que em inglês?

- Minha felicidade é inglesa. Eu mando o jato no sábado. Ele vai ficar esperando por você em Campinas.

- Obrigada. Bye.

- Bye...

Gart está no escritório. Ele desliga o telefone, encosta-se à cadeira, intimamente satisfeito, com um brilho de felicidade nos olhos. Peter entra ali e o encontra com um sorriso no rosto.

- (Está feliz por quê? Boas notícias?).

- (Ótimas. A Linda vai voltar.).

Peter conhece os sentimentos do rapaz desde muito tempo.

- (Que bom. E o patrão?).

- (Eu não sei. Ela não quis dizer o motivo da vinda, mas não importa. Só o fato de vê-la aqui de volta...).

- (Se eu fosse você, eu me esforçaria pra não sorrir tanto com ela aqui. Até tentaria me esquecer dela.).

- (Por quê?)

- (Esqueceu do Teo? Ele ainda está por aí e pode matar você se souber do que você sente por ela.).

- (A Linda não me ama, Peter. Ela ama o Wagner. E o Teo já percebeu isso. Ele não vai saber nunca que eu gosto dela. Fique sossegado.).

- (Ele desconfia de qualquer homem que se aproxime dela.).

Gart se levanta.

- (Eu já disse que não tenho medo dele.).

RETORNO AO PARAÍSO – MUDANÇA - 1978

PARTE 17

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOA TARDE!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/06/2018
Código do texto: T6358124
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