RP - O CASAMENTO DE BETO LAGE - PARTE 7

O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE VII

Wagner sente o coração acelerar no peito.

- Você... aceita?

Ela faz um sinal afirmativo com a cabeça. Wagner não acredita.

- Mas... eu fui grosso... mal educado... Magoei você...

- Mas veio do Brasil até aqui sem malas e de uma forma totalmente perigosa. Correndo o risco de eu dizer não.

O sorriso largo aparece no rosto dele. Wagner vai abraçá-la pela cintura e a levanta no ar, girando com ela.

- Eu não acredito! - ele grita, cobrindo seu rosto de beijos e por fim, beijando sua boca apaixonadamente. – Eu nunca mais te faço chorar. Prometo.

Julian entra na sala com uma bandeja contendo uma caneca grande de chocolate quente. Ao ver os dois abraçados, pigarreia.

- Não precisa mais, Julian. Eu já estou aquecido.

- Ele não entende, Wagner...

- Entende sim, Wagner fala, beijando-a de novo com mais paixão.

Julian coloca a bandeja sobre um móvel e sai de novo da sala como entrou, sorrindo discretamente. Antes, coloca o casaco que tinha trazido, sobre o sofá.

- Você não quer tirar esse terno e descansar um pouco lá em cima? Você fica lindo assim, mas eu gosto de você vestido... de Wagner.

- Seria bom... mas eu preciso falar com o Gart primeiro. Eu volto já.

Ele beija a ponta do nariz dela e sai. Vai até o alojamento e já encontra Gart encostado no batente da porta.

- Posso falar com você?

- Claro. Se você veio até aqui... Mas, se eu fosse você, colocaria um casaco. Você está tremendo. Vai acabar ficando doente.

- Eu queria... pedir desculpas pelo modo como eu falei com você lá dentro. Você não mereceu. Depois do meu irmão, do meu amigo Beto e do meu pai... você é o cara mais legal que eu conheço.

- Obrigado. Só isso?

- Eu não quero que você me agradeça. Quero que me perdoe. De coração. Sem mágoa. Eu sou um bobo mesmo, mas prometo tentar ser menos sem noção daqui em diante.

- Você não precisa mudar seu jeito de ser por minha causa, Wagner. Você é assim muito antes de me conhecer.

- Mas minha vida mudou muito depois que eu conheci você e todos nessa casa. A energia do meu avô está impregnada em tudo por aqui e nessa... cidade. Eu preciso aprender a ser um Russel de alguma forma. E tenho que começar acalmando esse ogro que tem dentro de mim.

Gart sorri levemente. Wagner estende a mão e ele fica olhando para ela, apertando-a em seguida.

- Legal... Vou dormir um pouco. Não dormi nada no avião. Você já está dormindo lá dentro?

- De vez em quando eu e o Bartley trabalhamos até muito tarde e eu fico muito cansado pra vir pra cá.

- Você vai acabar se acostumando. Até já.

Ele vai dar as costas, mas Gart o chama:

- Wagner...

- Hum...?

- Você vai levar a Linda de volta?

- Não sei. Eu acho que sim. Foi pra isso que eu vim. Por quê?

- Eu estou pensando em me mudar daqui. Nós temos um apartamento no centro de Londres perto do escritório do Bartley. Eu pensei em ir pra lá pra ficar mais prático.

- Mudar? Mas eu preciso de você aqui. Essa casa é sua também. É mais sua do que minha.

- Você diz isso, mas eu não considero assim. Não quero mais viver preso a essa casa. E acho que se você não for morar nela é melhor vendê-la.

- Vender? Nunca! Essa casa foi da minha mãe, do meu avô e o mais importante, foi do meu bisavô. Eu não posso vendê-la.

- Foi só uma sugestão.

- Você não dá nenhuma importância pra isso, não é?

- Por quê? Essa casa não tem nada a ver comigo, Wagner. Estive morando nela por quase dez anos, porque meu avô me trouxe pra cá pra ser seu guarda-costas...

- Mas...

- Eu sei todos os motivos, não precisa repetir. Mas ele morreu, não está mais aqui e eu não sou obrigado a morar aqui dentro. Eu posso muito bem cuidar dos bens da “nossa família” fora daqui.

- Eu pensei que os ingleses fossem mais conservadores. Você fugiu da regra?

- Se você pensar bem, eu não sou inglês, sou escocês. E todo mundo no fundo é exceção em alguma coisa. E um patrimônio desse tamanho deve ser tratado com cuidado, com carinho. Não é só dizer “é meu”. Essa casa precisa de alguém que cuide dela. E você não parece estar preparado pra isso, se me desculpa a franqueza. Você não pode cuidar de tudo isso, morando no Brasil.

- Por isso, não. Eu e a Linda vamos nos casar. Nós podemos ficar morando aqui. Se esse é o problema, está resolvido.

Gart cai das nuvens.

RETORNO AO PARAÍSO – O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE 7

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOA TARDE!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 10/06/2018
Código do texto: T6360484
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