RP - O CASAMENTO DE BETO LAGE - PARTE 22

O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE XXII

No dia seguinte de manhã, Leonardo aparece na Santa Casa de São Paulo e procura por Valter. O médico estranha, pois não conhece Leonardo Valle pessoalmente, mas já imagina o que o velho fazendeiro possa querer com ele. Ele é o pai de Cláudio. Valter o recebe em seu consultório.

- O seu filho já foi pra casa ontem mesmo, seo Leonardo. Seu filho Wagner estava com ele e disse que ia ligar pro senhor, avisando.

- Ele avisou... E eu falei com o próprio Cláudio, mas ele não me disse muita coisa, doutor. Eu preciso saber o que ele realmente teve pra vir parar aqui.

Valter fica sem saber o que dizer.

- Ele não lhe disse?

- Não... Disse só que já está tudo bem, mas... está tudo bem de que mal? Se fosse algo simples, ele teria me dito, não?

- Seo Leonardo... eu não sou o médico dele. Sou só um amigo de faculdade.

- E quem é o médico dele?

- Ele não está no hospital hoje, mas eu acredito que mesmo ele não tenha muita coisa pra lhe dizer. O Cláudio não nos autorizou a...

- Eu sei... Ele deve ter feito todo mundo jurar que não me diria nada, mas eu preciso da sua ajuda...

- Minha ajuda?

- Eu quero levar meu filho de volta para a cidade dele...

Valter sorri entre surpreso e confuso.

- Como? Levar o Cláudio de volta? E como é que o senhor quer... que eu o ajude nisso? O senhor sabe se ele...

- Eu sei que ele não quer ir, mesmo que eu pedisse. Mas eu já percebi que essa cidade não fez bem pra ele. Meu filho nunca ficou doente na vida. Isso que está acontecendo com ele não é normal. Seja lá o que for... foi essa cidade que o deixou doente.

Valter acha o modo de pensar de Leonardo até infantil, mas muito cheio de amor.

- O senhor acha... que foi São Paulo que o deixou doente?

- Eu não acho, tenho certeza. Não quero que meu filho fique nem mais um dia nessa cidade. Isso aqui é uma confusão. Ele não está acostumado com isso. Essa desordem vai acabar matando ele. Ele nunca ficou doente de cama na vida dele. Até os dezoito anos viveu entre vacas e cavalos numa fazenda e ao ar livre. Sempre foi forte e saudável. Se casou, formou médico e depois morou por vinte e sete anos na cidade dele e... eu preciso levar ele de volta pra casa. O senhor tem que me ajudar.

Valter fica pensativo, sem saber o que dizer.

- Seo Leonardo... eu não sei... O Cláudio não é uma criança... Se o senhor sabe que ele não aceitaria a ideia se o senhor pedisse, o que ele diria se soubesse que eu o ajudei?

- Depois que ele já estiver em casa, eu vou dizer a ele que o forcei de alguma forma.

- E como a gente faria isso?

- Eu quero dar um jeito de fazê-lo dormir. Eu sei que vocês têm como fazer isso. Ele iria desacordado até Casa Branca.

- O senhor quer... dopar seu filho?

- Isso mesmo.

Leonardo está muito certo do que quer fazer. Valter sorri e acha a ideia absurda e até certo ponto inviável, se ainda não lhe custasse a amizade e a carreira.

- O Cláudio não me perdoaria se eu fizesse isso, seo Leonardo.

- Pense sobre isso. Eu vou até a casa dele agora. Eu tenho que levar meu filho de volta pra casa, doutor. Pela amizade que o senhor diz que tem por ele... pense. Me ajude por favor.

Leonardo aperta sua mão e vai embora. Valter cogita a ideia de ajudá-lo. De certa forma, chega até mesmo a considerar que sua mudança para São Paulo possa realmente ter deixado Cláudio doente e se não seria melhor mesmo que ele voltasse para o interior com o pai.

A ideia pode parecer absurda, mas é a mente de um pai querendo resgatar o filho querido do perigo que vê em volta dele.

De repente pode até dar certo. O amor pode fazer milagres que a nossa mente não compreende.

RETORNO AO PARAÍSO – O CASAMENTO DE BETO LAGE

PARTE 22

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/06/2018
Código do texto: T6365657
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