RP - RETORNO... - PARTE 15

RETORNO...

PARTE XV

Mônica sobe até o quarto de Magda e a porta está aberta. Lá dentro, apenas com a luz do abajur está acesa. Elis está deitada no meio da cama com a cabeça apoiada num travesseiro baixo e coberta por um lençol, chupando com gosto a chupeta. Mônica se aproxima dela e se senta na cama devagar para não acordá-la. Retira com cuidado um cachinho que cai em sua testa sobre os olhos da menina. Elis se movimenta levemente e vira para o lado oposto, continuando a dormir.

Cláudio entra no quarto também e apenas fica em pé perto da cama, olhando para a irmã. Mônica se debruça sobre ela e beija sua testa, depois se levanta e vai sair de perto da menina e só então percebe que ele está ali.

- Oi... ela diz, num sussurro. - Você subiu também?

- Você gosta mesmo dela...

- Gosto... demais... Ela está cada vez mais bonita... Parece muito com você.

Ele apenas sorri e acaricia sua barriga.

- Ela parece com meu pai. Eu espero que a nossa filha se pareça com você...

Mônica o beija e olha para a menina novamente.

- Vamos descer? Você precisa comer alguma coisa.

- Nós...

Ele se aproxima da irmã e beija sua testa também. Saindo do quarto com Mônica em seguida.

Na mesa, enquanto jantam, Leonardo, Magda, Mônica e Cláudio; Wagner, que já está comendo o pudim de leite feito por Matilde, pergunta:

- Você estava falando com quem no telefone, agora a pouco, pai?

Leonardo olha para Cláudio e responde:

- Com o doutor Valter.

Ele volta a olhar para o prato e evita os olhos de Cláudio que quer saber:

- E por que você ligou pro Valter?

- Eu prometi a ele que ligava pra dizer se tínhamos chegado bem aqui.

- Isso quem tinha que fazer era eu. Por que você tem que dar satisfação ao Valter?

Leonardo se cala e continua comendo, com os olhos no prato.

- Pai...?

- Eu só achei que devia fazer isso. Eu o conheci quando fui até a Santa Casa lá em São Paulo saber de você e gostei dele. Ele é realmente seu amigo. O que eu fiz de errado?

- Nada... Na verdade, eu tenho que te agradecer por avisá-lo. O Valter foi muito importante pra mim, lá em São Paulo. Ele é um amigo muito especial mesmo.

- Ele é seu colega de faculdade, Cláudio? - pergunta Magda.

- É... Ele estudou comigo e o Miguel no mesmo período.

Depois de um momento de silêncio, Wagner toca no assunto delicado que todos estão evitando.

- Como foi... o encontro do Salomão com a... filha, Cláudio?

- Bem... E eu queria te agradecer, Magda, por tudo que você fez por eles. Você não existe.

- Eu achei que seria conveniente modificar a casinha do Salomão, adequando tudo para uma mulher morar lá. Nós tentamos fazer isso há alguns anos, mas o Salomão não quis. Disse que não queria nenhum luxo porque já estava velho demais pra isso. Então nós deixamos a ideia de lado. Dessa vez, ele concordou que seria realmente necessário. Eu gostaria de conhecê-la.

- Ela é uma mulher muito simples e tímida. Apesar de ter vivido todos esses anos em São Paulo, ela não tem costume de estar com muita gente. Era empregada da Karen. As duas viviam sozinhas desde que o marido da Karen morreu há quatro anos.

- Mas é um amor de pessoa, diz Mônica.

- Quando ela se acostumar com a ideia de estar aqui, ela vem te ver.

- Tomara... E você? Já se acostumou com a ideia de ter... sua mãe por perto?

Cláudio e Leonardo olham para ela ao mesmo tempo, depois para Wagner, que sorri e encosta-se à cadeira, querendo ver o circo pegar fogo.

Cláudio sorri também.

- Você já sabe...

Ela confirma balançando a cabeça.

- Seu pai me disse, ela diz, olhando e tocando a mão do marido.

Leonardo se levanta.

- Eu vou me deitar. Boa noite a todos. Estou cansado.

Ele beija a mulher e beija o alto da cabeça de Cláudio, indo para as escadas e subindo para seu quarto.

- O pai saiu da mesa tão rápido por quê? - pergunta Wagner. – Esse papo vai virar rotina nessa casa, caramba!

- Deixa ele, Wagner. Esse assunto é muito complicado ainda e seu pai não se sente confortável com essa situação.

- O que está feito, está feito. Ele não sabe a sorte que tem de ter uma mulher como você, casada com ele agora.

Magda coloca a mão sobre a dele e pede:

- Tem paciência com seu pai. Eu só não queria que vocês contassem nada pras meninas. Elas não vão entender por enquanto. Com o tempo eu quero, eu mesma, contar pra elas junto com ele.

- Tudo bem. Eu concordo com você, diz Cláudio. – Mas... respondendo a sua pergunta: é uma sensação diferente tê-la tão perto. Eu já sinto essa sensação especial quando você me chama de filho e me olha como mãe, mas nela... eu sinto que é coisa de alma mesmo. Por enquanto é um amor cheio de culpa ainda, por parte dela, mas acho que isso vai se modificando aos poucos.

- Eu tenho certeza... Fico muito feliz por você, filho.

Wagner se levanta.

RETORNO AO PARAÍSO – RETORNO...

PARTE 15

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/06/2018
Código do texto: T6372343
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.