RP - MORRE UM ANJO... - PARTE 5

MORRE UM ANJO...

PARTE V

A porta se abre violentamente. A figura maltratada de Teo aparece com uma arma na mão. Wagner e Linda erguem as mãos e o ex-guarda-costas olha para Gart, enquanto fecha a porta, batendo-a com violência.

- Não banca o valente, Gart. Me dá sua arma.

Gart se levanta também lentamente e diz:

- Eu não estou armado... ele mente.

Teo ri alto.

- Está sim, claro que está. Acho melhor você colocar seu revólver bem devagarzinho aí em cima desse sofá e imitar os dois, senão até você pode levar a pior. Essa arma não tem bala de festim.

Gart acha melhor obedecer. Coloca a mão esquerda por dentro do casaco bem devagar e retira o revólver do coldre. Depois o joga sobre o sofá e ergue os braços. Teo apanha a arma, retira todas as balas e joga tudo longe deles. Revoltada, Linda resolve colocar um fim naquilo, abaixa as mãos e, corajosamente, se aproxima dele.

- Teo, vá embora, por favor!

- Fica onde você estava, garota. Meu assunto é com ele. Se quer um conselho, vai lá pra cima, sai daqui. Gart, leva ela embora daqui.

- Você acha mesmo que eu vou sair daqui com você com essa arma apontada pra quem quer seja aqui dentro? - Gart pergunta. – Seja o que for que você vá fazer, pode fazer comigo aqui mesmo. Eu... já não estou armado e também não estou disposto a brigar com alguém que esteja.

- Teo, a coisa não tem que seguir esse rumo, diz Wagner. – A gente pode conversar...

- Cala a boca! - Teo grita. – Não me provoca. Você já falou demais pro meu gosto... moleque! É com você a minha conversa, mas eu quero falar sozinho, está me ouvindo?!

- Com uma arma apontada pra mim, eu não vou conversar com ninguém.

- Eu mandei você calar a boca! Você é muito pretensioso mesmo pra querer se casar com a minha mulher.

- Eu não sou sua mulher! - diz Linda. – Nunca fui!

- Linda, sai daí, vem pra cá... Wagner ainda consegue dizer baixinho, tentando pegar o braço dela.

- Não toca nela! - Teo grita de novo.

Wagner recolhe o braço.

- Eu não tenho medo dele, ela diz, chorando de raiva, ainda parada no mesmo lugar. – Eu não vou sair daqui, enquanto você não largar essa arma ou fizer o mesmo que o Gart fez. Retira as balas, solta essa arma e a gente conversa.

- Eu falei pra você ir lá pra cima ou sair daqui, Teo diz, ainda com os olhos fixos em Wagner. – Meu assunto é com ele.

- Eu não vou subir! - ela declara.

- Linda, faz o que ele pediu, por favor, Gart pede. – Sai daí.

- Não! - Linda diz, com ódio na voz.

Em um ímpeto, ela pega o telefone e joga sobre Teo. Sem que ele queira, quando percebe que o aparelho vai atingi-lo no rosto, tenta se defender e a arma dispara. O tiro atinge Linda no peito. Ela cai e Wagner a segura antes que ela toque no chão. Ao ver o que fez, Teo olha por um segundo para ela, se apavora e sai correndo para fora da casa, mas, ao ver Neil e Bob se aproximarem para verificar o que está acontecendo, quando ouvem o tiro, ele desvia seu caminho e corre pelas laterais da casa. Gart corre atrás dele. As árvores não são suficientes para ajudá-lo a se esconder. Peter vem logo atrás de Gart e grita:

- Deixa ele, Gart! Ele não vai fugir dessa vez. Nós cuidamos dele.

Gart para, ainda atônito com o que aconteceu. Quando Peter se aproxima, Gart pede:

- Me dá sua arma.

- O quê?

- A arma! - ele grita.

- Você não...

Gart toma o revólver dele e corre novamente. Consegue alcançar Teo já perto do muro alto que separa a mansão Russel da mansão vizinha. Teo vê que não vai conseguir escalar o muro, pois está muito cansado, além de tonto pela bebida. Acuado, tenta voltar e, ao ver Gart atrás dele, começa a atirar em sua direção. Gart revida e acerta. Teo cai, mortalmente ferido.

Gart joga a arma longe e senta-se no chão, encostando-se a um tronco de árvore. Peter se aproxima e, ao ver o corpo de Teo caído, diz:

- Ô, garoto... não era você que tinha que fazer isso...

Bob e Neil chegam algum tempo depois e adivinham logo tudo o que aconteceu ali. Neil, com a voz embargada pela emoção e pelo cansaço, diz:

- A Linda... está morta. O Teo atirou nela.

Gart encosta o rosto nos braços cruzados sobre os joelhos. Peter, com um movimento de cabeça, sinaliza que os outros dois o deixem a sós com ele. Abaixa-se perto do rapaz e coloca a mão em seu ombro.

- Vem, vamos entrar. Está muito frio. Agora não adianta mais ficar aqui. Vem.

Gart se levanta e Peter consegue levá-lo para o alojamento. Gart se deita de costas numa das camas e fica com os olhos fixos no teto. As lágrimas rolam silenciosas de seus olhos.

RETORNO AO PARAÍSO – MORRE UM ANJO...

PARTE 5

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!