MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 2

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE II

Maria Cecília ri gostoso e entra correndo na casa. Wagner e Mônica entram depois dela. Na sala, Maria Cecília vê o avô descendo as escadas e fica esperando por ele. Leonardo se aproxima da menina e a abraça, beijando sua testa.

- Tudo bem, minha princesa?

- Tudo, vô. Quer jogar xadrez comigo depois do almoço?

- Eu não. Você sempre ganha de mim. Já estou cansado de apanhar.

- Mas o importante não é ganhar, é o espaço entre o começo e o fim do jogo que é divertido.

- Você tem um jeito muito especial de me enrolar, menina. Tudo bem. Depois o almoço a gente joga. Agora vamos logo que a sua avó...

Magda aparece vindo da cozinha nervosa e chama:

- Mas será possível que ninguém mais vai comer aqui hoje? A comida está esfriando, gente!

Maria Cecília corre até ela e a abraça.

- Eu já estou aqui, vó.

- Já estava pensando em buscar você em Aguaí, mocinha. Vamos comer.

Todos se reúnem à mesa e Maria Cecília sente falta da tia mais velha com eles.

- A tia Diana não vem almoçar hoje?

- Ela foi até Campinas, buscar a revelação de umas fotos que encomendou na semana passada. Vai chegar mais tarde, diz Wagner. - A tia Elis foi fazer um trabalho de escola com uma colega de classe em Casa Branca.

- Isso eu sei. Ela falou comigo antes de sair. Ah, a vó Lucila vem aqui hoje, vó.

Magda e os outros olham para ela surpresos.

- Maria Cecília, foi não foi até a casa dela sozinha, foi? - Leonardo pergunta.

- Não, claro que não.

- E como você sabe que ela vem? - pergunta Wagner.

- Meu pai me falou, ela diz, com naturalidade, continuando a comer.

Mônica olha para filha rapidamente.

- Quem? - Leonardo pergunta.

- Meu pai, vô.

- Como... seu pai pode ter te falado isso, filha? - Mônica pergunta.

- Como sempre fez. Ele está sempre comigo. Eu já te disse isso.

A menina termina seu almoço e pede:

- Posso sair da mesa, vó?

Magda quase não consegue responder, mas Mônica segura seu braço e a impede de se levantar.

- Explica isso direito, Maria Cecília... Onde você viu seu pai?

Maria Cecília então se dá conta de que falou demais, mas já não pode voltar atrás e continua:

- Na biblioteca, hoje de manhã... Ele está sempre lá enquanto eu faço a lição de casa ou estou lendo.

- Você deve ter se confundido, diz Wagner. – Olhou pro retrato dele e imaginou que estivesse falando com ele...

- Não, não é, dindo? Eu não sou tão boba assim. Era meu pai mesmo. Ele se senta na poltrona do vovô e conversa comigo um tempão e até me ajuda com a lição. Você acha que eu não sei a diferença de um retrato pra alguém conversando comigo? Retrato não fala, dã... Não aguentava mais esconder isso de todo mundo. Eu não sou mais um bebê. Talvez agora acreditem em mim. Posso ir escovar os dentes, mamãe?

Mônica apenas balança a cabeça consentindo.

Ela se levanta e corre para a escada, subindo. Mônica olha para todos e coloca a mão no peito, sentindo algo estranho.

- Você precisa conversar com ela, Mônica, diz Wagner. – Tem alguma coisa estranha aí.

- Ela disse que já tinha falado com você sobre o fato de conversar com o pai, diz Magda. – Isso é verdade, Mônica?

- É... Ela, uma vez... me falou algo assim, mas ela tinha cinco anos. Me falou que o viu na capela da fazenda. Um homem todo de branco que era muito parecido com o retrato do Cláudio na biblioteca e no porta retratos que ela tem no quarto dela. Mas eu levei aquilo como fantasia de criança. Ela tinha só cinco anos... Eu nem comentei nada com ninguém por que... não achei que fosse totalmente real.

- Procure conversar com ela novamente, filha, diz Magda. – Ela tem doze anos agora e pelo modo como ela falou... bem, ela não costuma mentir.

- Eu vou tentar, dona Magda...

RP – MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 2

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/08/2018
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