MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 9

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE IX

Maria Cecília balança a cabeça afirmativamente, enquanto termina seu prato, vai até a pia, lava o prato, coloca no escorredor para que seque e corre até a avó, aplicando-lhe um estalado beijo.

- Obrigada, vó. Te amo.

- Também te amo, minha boneca. Não demora muito a vir me ver, viu?

- Não demoro. Tchau.

- Tchau. Dê um beijo na vó Magda e agradeça a ela por ter deixado ela vir comigo, Wagner.

- Claro. Até mais, dona Lucila.

Wagner sai da casa com a sobrinha-afilhada pela mão e, já fora da casa, ela vê Diamante parado ao lado do cavalo do padrinho.

- Diamante, você veio! Você trouxe ele com você, dindo! Obrigada!

Ela corre para o animal e Wagner a ajuda a montar no bicho, montando em seu cavalo também. Logo estão voltando para a casa grande.

- Vamos apostar uma corrida, padrinho?

- Não, eu quero ir devagar. O Diamante já não pode ficar correndo tanto. Tem pena do coitadinho.

- Tá bom, tá bom... Vamos devagar, não é, garoto?

Ela aplica umas batidinhas leves no dorso do cavalo e o beija no alto da cabeça.

- Eu estou sendo injusta com ele mesmo. Prometo não abusar mais dele. É verdade que ele só deixava meu pai montar nele, dindo?

- A mais pura verdade. Eu montei nele uma vez, mas foi à força.

- À força? Por quê? Isso não é judiação também?

- De certa forma sim, mas eu estava bastante triste naquele dia.

- Por quê?

- Ah, porque... era noite de Natal... seu avô estava doente, internado na Santa Casa... Eu estava bem triste e zangado ao mesmo tempo.

- E meu pai?

- Ele e sua mãe estavam em São Paulo.

- São Paulo? Longe pra burro! Por quê?

- Ah, Mi, essa é outra história. E acho que era justamente por isso que eu quis descontar minha zanga, minha raiva justamente no Diamante. Como ele só aceitava a montaria do seu pai, eu quis provocar a raiva dele, quando alguém que não fosse ele tentava montá-lo, e fui até a cocheira e quis montar justamente ele.

Wagner acaricia a crina do animal.

- Você já me perdoou, não é, garoto?

- E como ele reagiu?

- Quase me matou, diz ele, rindo. – Tentou pelo menos. Empinou as patas dianteiras, revoltado, e tentou me derrubar, mas não conseguiu.

- Caramba! - diz a menina admirada.

- A gente saiu a galope da cocheira e ele só parou na divisa com a fazenda do seo Juarez.

- Nossa! Longe pra dedéu!

- Pois é... Quando a gente chegou lá e eu vi que tinha sido demais pra ele, apeei e ele voltou em disparada de volta pra cocheira e me deixou sozinho.

- Que barato... ela diz, diz rindo. - E como você voltou? A pé?

O rosto de Wagner fica triste por um momento.

- Não... Eu voltei... com a Linda. Ela tinha me visto sair com ele e foi com a minha moto atrás de mim. Ficou preocupada que acontecesse alguma coisa comigo.

Maria Cecília fica olhando para o padrinho e percebe que ele ficou pensativo e triste, com aquela lembrança. Quando acorda de suas divagações, ele percebe que a sobrinha está do seu lado e olha para ela, estranhando seu silêncio. E é ela que inicia o diálogo:

- Voltou pra terra?

Wagner sorri.

- Desculpa, lindinha... Eu prometi pra mim mesmo que não ia mais fazer isso, mas...

- Não tem problema. Mas ela está bem. Não fica triste. A culpa não foi sua.

Wagner faz o cavalo parar.

RP – MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 9

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/08/2018
Código do texto: T6408966
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