MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 18

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XVIII

Magda chega perto da porta do quarto de Wagner e bate levemente. De dentro, ele pergunta:

- Quem é?

- Eu, filho, mamãe.

Segundos depois, ele vem abrir a porta e segura sua mão.

- Oi, mãe. Entra.

Ela olha para seu rosto e percebe que ele esteve chorando. Entra no quarto.

- O que aconteceu?

Wagner se abraça a ela e recomeça a chorar.

- Filho, o que foi que houve?

- Eu preciso falar com você, mas... não sei como...

Magda o leva para sentarem juntos na cama e o ajuda a enxugar o rosto.

- Fique calmo. Me diz o que está acontecendo. Algum problema com a fazenda?

- Não... Está tudo bem. Eu... encontrei... a Janete na cidade, mãe.

- A Janete? Mas faz tanto tempo que ela foi embora daqui, uns...

- Doze anos.

- E ela está bem? Vocês conversaram? Brigaram de novo?

Wagner segura a mão dela e fecha os olhos com força.

- Ela teve... um filho meu, mãe...

Magda não sabe o que dizer. Wagner se abraça a ela novamente e chora ainda mais.

- Como... Como você soube disso, meu amor? Quem te contou?

- Eu o vi. Passei com ele praticamente a tarde toda.

- Conta essa estória direito, Wagner. Desde o começo. Eu não estou entendendo nada. Olha pra mim.

Ela o faz se afastar dela e enxuga seu rosto.

- Respira... Fala pra mim devagar. O que foi que aconteceu?

Wagner passa as mãos no rosto e nos cabelos. Ele começa a contar para ela tudo o que aconteceu com ele na cidade até o momento em que Janete afastou o menino dele. Wagner tem os olhos molhados durante toda a narrativa.

- Senhora das Dores! – Magda exclama baixinho, quase sorrindo, mas de nervoso. - Você tem um filho...

- De uma mulher que me odeia...

Ele se levanta e vai até a porta da sacada.

- Dizem que o castigo vem a cavalo... Meu castigo veio de trem e me atropelou totalmente. Eu não sei o que fazer pra consertar isso.

- Como... você pode ter certeza de que ele é seu, Wagner? Pelo que eu lembro da relação que você tinha com a Janete, ela era meio maluquinha, não era? Pode estar mentindo e querendo confundir você por vingança. Você não a vê há doze anos...

- Não, mãe, não acho que seja isso. Pelo que ele mesmo me disse... tudo bate. Ele nasceu em setembro de setenta e oito, nove meses depois que eu transei com ela aqui na fazenda em dezembro. Tem o cabelo cacheado como os meus, apesar de serem escuros como os dela. Ele parece comigo quando era moleque. É meu filho sim e o mais triste de tudo... é que ela não gosta dele. Acho que ela deve ter se vingado de mim, usando o menino, nesses doze anos. E isso me deixa... desesperado, mãe. Ele está pagando por um pecado que é meu. Eu preciso fazer alguma coisa pra tirar ele dela. E rápido! Rápido, meu Deus!

- Como é que você vai tirar o filho de uma mãe, Wagner? Você acabou de descobrir que ele existe. Nem sabe ao certo se ele é seu filho mesmo. Legalmente, digo.

- Mas eu percebi, pelo jeito que ela o tirou de perto de mim, que ela faz questão de descarregar nele a raiva que tem de mim.

- Talvez não. Talvez ela tenha feito isso só porque estava perto de você. Uma mãe não pode ser tão cruel com o filho a esse ponto, só pra se vingar do pai dele.

- Pelo que eu conheço da Janete, acho que ela é capaz sim. Eu acho que ela premeditou ficar grávida de mim, quando veio até a fazenda naquele dia e inventou aquela estória de querer se matar, se eu não fosse encontrar com ela na represa. Ela quis isso. E eu caí direitinho. Se a avó dela não tivesse mandado ela pra Ribeirão Preto, ela tinha ficado aqui e infernizado minha vida até eu me casar com ela. Teria usado o filho depois, pra me chantagear.

- E como ele é?

Wagner se senta ao lado dela de novo.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 18

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/08/2018
Código do texto: T6411760
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.