MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 46

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XLVI

Quando termina seu almoço, Maria Cecília pede licença para sair da mesa e sobe para escovar os dentes, como sempre faz. Quando desce, aproveita que todos ainda estão conversando à mesa e vai para a biblioteca.

Entra e, ainda com a carteirinha nas mãos junto ao peito, ela olha para a foto do pai. Respira fundo e vai se sentar na cadeira atrás da mesa, colocando a carteirinha sobre ela. Encosta o queixo na mesa e tamborila de leve os dedos na madeira. Fecha os olhos e pensa no pai sentado na cadeira do avô. Quando abre novamente e olha para a cadeira, vê Cláudio sentado e sorri um sorriso largo e bonito.

- Eu sabia que você vinha...

- Eu não disse que você conseguia?

- Disse... Obrigada.

- Meus parabéns... Essa foi a prova de que você já está pronta pra resolver seus problemas sem minha ajuda.

Ela fica séria novamente.

- Você vai mesmo deixar de vir me ver?

- Eu preciso...

- E minha mãe?

- Que tem ela?

- Você sabe do novo pediatra que começou a trabalhar lá no Desterro com ela, não sabe?

- E daí?

- Ele olha pra minha mãe de um jeito estranho... Acho que ele gosta dela.

- E ele não pode gostar dela? Sua mãe é uma mulher muito bonita.

- E você não liga pra isso?

- Você quer saber se eu... sinto ciúme dela?

- Se você ama minha mãe como diz, devia sentir.

Cláudio sorri.

- Qual foi a graça? – Maria Cecília pergunta.

- Às vezes, eu tenho a impressão de que você não entendeu nada do que eu te expliquei, mas eu sei que entendeu. O que você acha que eu deveria fazer pra evitar que o doutor Cássio gostasse da sua mãe?

Maria Cecília fica pensativa e aperta os lábios um contra o outro, sem saber o que dizer.

- Fico feliz que a sua imaginação não foi tão fértil a ponto de querer que eu assombrasse o coitado para assustá-lo tanto e fazê-lo sair correndo de Casa Branca e nunca mais voltasse... com medo de mim.

- Seria uma boa ideia...

- Filha...

Maria Cecília ri gostoso e encosta-se no espaldar da cadeira. Cláudio ri também e pergunta:

- Você não gosta dele?

- Gosto, gosto muito. Ele é quase como o Renato. Só que é solteiro e...

- E...?

- Ele lembra você às vezes, não sei como, mas lembra.

- E ele gosta de você?

- Acho que sim. Se não gostasse, minha mãe não teria contratado ele.

- Faz sentido. Isso já seria um bom motivo pra eu pensar naquela sua ideia maluca de bancar a assombração.

- A ideia não foi minha, foi sua!

- Mas você gostou.

Alguém bate à porta. Maria Cecília se sobressalta e olha para o pai.

- Não quero que você vá embora...

Ele olha para ela e diz:

- Vá abrir a porta.

- Mas...

- Vai...

Ela se levanta e vai até a porta, abrindo-a. É Cássio.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 46

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/08/2018
Código do texto: T6420931
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