MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 49

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XLIX

Mônica olha para Cássio como se já tivesse ouvido aquelas palavras vindas da boca de outra pessoa.

- Desculpa pelo tapa... ela diz, sinceramente arrependida. – Eu nunca fiz isso com ninguém...

- Não precisa pedir desculpas. Eu mereci. Eu gosto muito de você, de verdade. Obrigado pelo almoço e pela tarde gostosa que eu passei na sua casa. Não vou esquecer... e nem recusar... se for convidado de novo pela Mi... ou por você pra voltar lá. Quero muito conhecer seu cunhado.

Ela sorri.

- Tchau, Cássio. Boa noite.

- Tchau.

Ele sai do carro e fica esperando na calçada que ela se afaste com o carro. Quando ele já está longe, Cássio respira fundo e diz, olhando para o céu:

- Me desculpa, doutor Cláudio, mas essa mulher merece me dar qualquer tapa que eu vá levar no futuro. Eu não vou desistir dela...

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O episódio do beijo roubado por Cássio não foi mais comentado por nenhum dos dois, nem por ele nem por Mônica.

No início de abril, depois de terminar mais um turno no orfanato, Cássio começa a guardar seus equipamentos para ir embora e, Maria Cecília, encostada na maca, pergunta a ele:

- Você vai na minha festa de aniversário?

- Festa de aniversário? Sua? Quando vai ser?

- Daqui uns dias, domingo, dia dezesseis.

- Que legal! Eu gostaria, mas sua mãe precisa me convidar.

Ela sai correndo do consultório e vai até a sala da mãe.

- Mãe, eu posso convidar o Cássio pro meu aniversário?

Mônica olha para ela surpresa, sem saber o que responder.

- Não sei, filha... Acho que sim... se ele não tiver nenhum outro compromisso...

Ele aparece na porta atrás da menina e responde:

- Dezesseis de abril? Não... não tenho nada na minha agenda sempre muito ocupada. Eu ia almoçar sozinho no restaurante do hotel e, tomar sorvete, também sozinho no Barão.

Maria Cecília ri dele.

- Está vendo? Pode, mãe?

Mônica sorri, balançando a cabeça.

- Pode, claro que pode, mas já aviso que é festa de criança...

- Adolescente, mãe! Eu vou fazer treze anos!

- Ah, claro, me desculpe, senhorita Valle, Mônica brinca. – Mas já aviso que vai ser uma festinha de adolescentes e o que mais vai ter lá são...

- Adolescentes! – dizem os dois juntos, rindo em seguida.

- Nossa! Vocês ensaiaram quanto tempo pra dizer isso? - Mônica pergunta.

- Horas, não foi, Mi? – ele pergunta.

- Hum, hum, ela concorda, balançando a cabeça e levantando a mão aberta onde ele bate.

Mônica chega a sentir uma pontinha de ciúme ao ver a sintonia que há entre os dois.

- Então está convidado, Cássio.

- Obrigado pelo convite. Estarei lá. É a rigor? Tenho que tirar meu fraque do armário?

Mônica nem se digna a responder. Balança a cabeça e a abaixa, voltando a olhar para o prontuário que lia.

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Wagner não consegue ficar muito tempo sem ver o filho depois que o garoto voltou com a mãe para Ribeirão Preto, mas não consegue se afastar de Casa Branca e mais especificamente da fazenda Quatro Estrelas, pois o acúmulo de trabalho com o gado exige sua presença, já que seu pai não sente mais vontade de fazer nada ali desde a morte do filho há doze anos.

Lopes faz falta no gerenciamento da fazenda, mas há dois anos ele se afastou de suas funções como administrador de Quatro Estrelas e comprou seu próprio sítio em Santa Cruz das Palmeiras, mudando-se para lá com Carolina, sua mulher, e o filho Cláudio José, agora com a mesma idade de Maria Cecília, sendo alguns meses mais velho que ela.

Depois de quase um mês sem ver André, no último final de semana de março, Wagner, com a desculpa de que tem que resolver alguma coisa na cidade, vai até Ribeirão Preto levando o endereço da irmã que dona Joana lhe deu para tentar reencontrá- lo.

A velha senhora lhe deu o endereço da escola em que o menino estudava também e Wagner, sabendo do horário em que o filho sai, para a moto na frente da Escola Estadual de muros cor de rosa, Dr. Meira Júnior, na rua Júlio de Mesquita e espera por quinze minutos, antes da saída.

Entre tantas crianças e adolescentes, Wagner enxerga o garoto por seus cachos, muito iguais aos dele, desce da moto, aproximando-se, chamando:

- André!

O menino se volta e, ao ver quem chamou, fecha o semblante. Não parece muito feliz em vê-lo.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 49

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/08/2018
Código do texto: T6421997
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