MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 56

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE LVI

Wagner senta-se na cama e fica olhando para Mônica. Ela percebe que ele está silencioso e se volta para olhar para ele.

- Você não veio só pra me dizer boa noite...

- Não. Vim pra falar do Diamante... Eu ainda não acredito que ele morreu, justamente hoje, na véspera do aniversário da Mi.

- Eu também fiquei chocada e apreensiva. Pensei que isso fosse estragar a festa dela, mas... o Cláudio já tinha providenciado tudo.

- Como assim... o Cláudio... Do que você está falando?

Mônica vai se sentar ao lado dele.

- Ele já tinha preparado a Maria Cecília pra isso. Ele avisou a ela, um tempo atrás que o cavalo ia morrer.

Wagner sorri, incrédulo.

- Ainda essa conversa de que o Cláudio fala com a filha?

- Você pode não levar isso muito a sério...

- Não, não é que eu não levo a sério. Isso é simplesmente impossível, Mônica! Meu irmão está morto! Não é possível isso!

- Não vou saber te explicar como acontece, porque eu não sei, Wagner, mas eu sei que minha filha não mente. Se ela diz que conversa com o pai desde os cinco anos, eu vou acreditar nela... sempre! E você sente lá dentro do seu coração que isso é possível. Você conheceu o Cláudio melhor do que eu. Você sabe que, depois de tudo que ele passou antes de morrer, e como ele amava essa filha, ele iria querer ficar muito perto dela. Eu não sei como anda a sua fé ultimamente, mas eu creio muito em Deus e sei que ele também acreditava, senão não teria passado por tudo com a paciência e a resignação por que passou. Acho que... ele merecia ser atendido em qualquer pedido que fizesse a Deus, no plano espiritual... e foi isso que ele pediu. Poder cuidar da nossa filha, mesmo sem estar aqui fisicamente.

Os olhos de Wagner se enchem de lágrimas e ele se levanta, olhando para a foto de Cláudio na parede.

- Sacanagem... Eu sei que não mereço muita coisa que eu peço a Deus ultimamente, mas... daria cinco anos da minha vida pra voltar a falar com ele. Eu morro de saudades do meu irmão, Mônica! Morro de saudade da minha Linda também, mas... meu irmão levou com ele um pedaço de mim e você sabe disso.

Ele enxuga o rosto e volta a se sentar ao lado dela, segurando sua mão.

- Desculpa a descrença, mas... eu sei que a minha vida foi tão... diferente da dele, que eu acho até pouco o que está acontecendo comigo. Meu irmão deve ter autorização pra sentar no colo de Deus quando quiser e de vez em quando, deve medir a pressão dEle também, porque Ele deve ter uns picos de pressão imensos com tanto problema aqui embaixo.

Mônica ri e o abraça.

- Até quando está triste você faz piada... Eu te amo tanto por isso... Não sei o que teria feito, se você não estivesse do meu lado esses anos todos, meu amigo...

Eles se afastam e, para mudar o foco da conversa, ela pergunta:

- Você vai trazer o André, amanhã?

- Vou tentar. Eu prometi pra ele e vou até Ribeirão amanhã cedo buscá-lo.

- Nem conversamos sobre isso mais. Você esteve lá?

- Estive... e não gostei do que vi. A Janete ainda está bem zangada comigo e desconta no meu filho, mas eu sou capaz até de dar uma grana pra ela pra trazê-lo.

- Que loucura! Será que ela aceitaria?

- Não te contei a minha última conversa com ela, depois que eu o trouxe pra cá sem ela saber?

- Não... Não perguntei nada porque queria que você dissesse quando se sentisse bem pra fazer isso. O que aconteceu?

Ele respira fundo e continua:

- Ela sugeriu que, se eu quisesse ficar com ele definitivamente... eu teria que pagar uma boa quantia pra ela.

- Pagar? É o que estou pensando? Ela quer... vender o filho?

- Ela quer vender meu filho pra mim, ele repete, com tranquilidade, mas com o coração despedaçando no peito.

Mônica fica boquiaberta e se abraça com ele sem saber o que dizer.

- Isso é... no mínimo terrível, Wagner. O que você vai fazer?

- Ainda não sei... Já conversei com meu advogado e ele está movendo os pauzinhos pra abrir um processo de guarda compartilhada entre mim e ela. Ele vai ver o que dá pra fazer. O André não pode mais ficar só com ela, sem o pai por perto. Ele precisa de mim e quer que eu faça alguma coisa... e eu vou fazer.

- Estou orgulhosa de você, compadre, ela diz, segurando sua mão.

Wagner respira fundo e beija sua testa.

- Eu vou te deixar dormir. Você tem muito que fazer amanhã.

- Posso te fazer uma última pergunta, Wagner?

- Claro...

- Como anda sua relação com sua irmã Elis?

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 56

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/08/2018
Reeditado em 26/01/2021
Código do texto: T6425323
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