MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 56B

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE LVIb

Wagner respira fundo e beija a testa de Mônica.

- Eu vou te deixar dormir. Você tem muito que fazer amanhã.

- Posso te fazer uma última pergunta, Wagner?

- Claro...

- Como anda sua relação com sua irmã Elis?

Wagner coça a testa e pergunta:

- Por quê? Ela reclamou de alguma coisa com você?

- Não. Ela nem fala em você. Você praticamente nem existe pra ela, cunhado. Isso me preocupa. Vocês são irmãos... Eu amo vocês dois. Amo vocês todos, sua família inteira. Vocês são minha família, que me acolheu de maneira tão maravilhosa... Não gosto de ver qualquer um de vocês triste ou se desentendendo. Não consigo entender a Elis tratando você assim.

Ele apoia os braços nos joelhos e coloca o rosto entre as mãos, jogando os cabelos para trás.

- Não sei, Mônica. Faz tempo que eu sinto que não sou tão irmão da Elis como dizem. Ela nunca me trata como irmão.

- Isso é um absurdo.

- Não sei... Talvez sejam os quinze anos de diferença que temos um do outro... Eu lembro como se fosse hoje quando eu voltei de Londres e cheguei aqui com o Cláudio e cumprimentei todo mundo, morrendo de saudade e... ela tinha cinco anos. Eu peguei ela no colo e dei um beijo grande na bochecha dela e perguntei... se ela tinha sentido saudade de mim, se me amava ainda... e ela disse que não, com a maior simplicidade do mundo. Com a sinceridade de uma criança. Eu lembro que eu ri. Achei que ela nem sabia do que estava falando, mas ela nunca foi apegada a mim com a Diana. Eu e a Diana também não morríamos de amores um pelo outro quando éramos crianças, mas era coisa de ciúme de irmãos mesmo. Eu morri de raiva quando ela nasceu e veio tirar meu trono como filho caçula. O Cláudio percebeu isso logo do começo. Com o tempo a gente foi crescendo e... depois que eu voltei de Londres, a gente foi se entendendo e agora nos amamos muito, tanto que... ele me pediu pra cuidar dela antes de morrer. Dela, do pai e da Maria Cecília...

- Eu lembro disso... Mônica diz, recordando aquela memória triste.

- A Elis nunca me perdoou por não estar aqui quando o Cláudio começou a morrer. Ela sempre achou que eu fui pra Londres de novo e deixei ele aqui sozinho. Ela não estava na casa quando eu cheguei de Campinas para vê-lo. A Magda a deixou com a Carolina, porque não ia poder cuidar dela naquele dia. A casa estava um rebu. Todo mundo ficou meio doido com o que estava acontecendo... ninguém conseguia focar em nada. Eu mesmo quase morri...

Wagner se levanta e vai até a janela. Respira fundo e se volta:

- Acho que o fato de ter nascido pelas mãos dele uniu os dois de uma forma estranha. A Elis era doida pelo Cláudio desde o nascimento e isso não vai mudar... nunca... nunca. Até eu o via como se fosse meu pai...

- Mas o seu pensamento mudou com o amadurecimento. Ela já tem dezessete anos. É quase adulta e precisa mudar esse pensamento. Essa... birra que ela tem de você não vai levar a lugar nenhum...

- Eu não posso fazer nada. Acho até que mereço esse... ódio dela por mim. Eu fui covarde mesmo, na época. Devia ter estado aqui quando meu irmão precisou de mim.

- Você não foi covarde... A gente já conversou tanto sobre isso, compadre...

- Você é suspeita, comadre. Voto vencido pelo amor que a gente sente um pelo outro. Ela vive jogando na minha cara que eu sou um marmanjo que não merece que ninguém fique se preocupando comigo... já que eu não me preocupei com meu irmão... Então... não se preocupe comigo. Eu seguro essa na boa. Vá dormir e se concentre na sua princesa. Na nossa princesa.

- Não esqueça que eu estou sempre com você, no que você decidir.

- Eu sei... Te amo. Boa noite, comadre. Durma bem.

Ela sorri.

- Boa noite, amigo. Boa sorte, amanhã.

- Vou precisar.

Wagner beija sua mão e sai do quarto.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 56b

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/08/2018
Código do texto: T6425561
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