MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 57

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE LVII

Na manhã seguinte, Mônica acorda bem cedo. O sol a desperta com uma faixa de luz que entra por sua janela. Ela vai tomar seu banho e quando volta para o quarto, se veste e vai até o quarto de Maria Cecília para arrumar suas roupas sobre a cama dela, aproveitando que ela está dormindo fora da casa.

Abre a janela do quarto e de lá consegue ver o Galpão das Crianças, como a menina o batizou. Tudo está em silêncio, porque não deve ter ninguém acordado ainda. No mínimo foram dormir bem tarde, batendo papo. Só se ouve o canto dos passarinhos, de um galo ao longe e o mugido de uma ou outra vaca no pasto.

Volta para dentro do quarto e abre a segunda gaveta da cômoda, onde estão as roupas menores. Tira tudo que a filha vai precisar e coloca sobre a cama. Abre a primeira gaveta e começa a arrumá-la, porque a garota é muito organizada, mas não muito quando se refere a gavetas. Sempre guarda tudo mais ou menos como tira do corpo.

Ao começar a dobrar as camisetas e blusinhas, Mônica vê um envelope branco que no mínimo não devia estar guardado ali no meio das roupas. Retira-o de lá e coloca sobre a cômoda para terminar de arrumar tudo. Arruma, fecha a gaveta e o apanha.

Ele está fechado como se fosse uma carta que tivesse sido escrita para ser enviada, mas não foi. Com o envelope nas mãos, Mônica vai sentar-se na cama da filha. Pensa que pode ser alguma coisa da própria Maria Cecília e depois de algum tempo pensando no porque estaria fechado, ela o abre mesmo assim.

Dentro do envelope há uma carta escrita em papel apropriado para cartas muito usado nos anos setenta. O papel é cor de rosa e ela o desdobra devagar, intrigada.

Mônica começa a ler e reconhece a letra de Cláudio. Seu coração dispara no peito, ainda mais quando ela lê a data da carta: dezesseis de abril de mil, novecentos e setenta e oito; e a primeira frase: “Minha amada filha Maria Cecília Telles Valle...”. Os olhos de Mônica se enchem de lágrimas e ela encosta a carta no peito. Aquela carta foi escrita por Cláudio no dia em que a filha nasceu.

Com as mãos tremendo e o rosto já molhado, ela continua a leitura:

“Hoje é o dia mais feliz da minha vida. O dia em que você chegou ao mundo. É até egoísmo eu dizer que foi o mais feliz, porque com certeza eu tive outros parecidos, mas hoje eu estou completo e realizado. Eu e sua mãe esperamos muito por você e ouso dizer que, pra ela, o dia também é muito especial. Estou escrevendo essa carta não pra você agora, que é um bebê, meu bebê lindo, mas pra você quando estiver uma mocinha e puder ler tudo isso. Sou grato a Deus por ter conhecido sua mãe e por saber que ela vai cuidar e criar bem você, junto com seus avós e seus tios que também vão te amar muito. Eu peço a Deus que te ilumine nos seus caminhos e só lamento não poder seguir seus passos junto com todos, pra ver você crescer e se tornar a mulher bonita e inteligente que sei que você vai ser, mas saiba que eu te amo muito. Mesmo longe, eu vou estar de abençoando e protegendo. Espero que Deus me conceda essa graça. Espero também que você siga seu caminho com retidão e coragem. O mundo tem muitas armadilhas que fazem a gente fraquejar e desistir, às vezes, mas tudo isso faz a gente crescer e aprender e seguir em frente. Eu te amo demais, meu amor, minha princesa. Seja feliz. Seu pai, Cláudio Leonardo Russel Valle.”

Ao fim da leitura, Mônica chora muito abraçada a carta, só não beija, porque as lágrimas borrariam tudo e ela com certeza terá que mostrar a carta para a filha. Foi esse o intuito de Cláudio quando a escreveu. Ela só não entende como aquela carta apareceu ali só agora, se foi escrita há treze anos.

- Como essa carta foi aparecer agora, meu Deus? O que isso significa? Que meu Cláudio esteve aqui? Esteve aqui e não veio me ver... Eu não devo merecer vê-lo. É o que o Senhor quer me dizer? Eu errei tanto que não mereço nem isso?

- Quem disse?

Mônica se assusta e se volta para a janela, de onde veio a voz. Ela quase desmaia ao ver Cláudio parado ali, olhando para ela e sorrindo.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 57

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/08/2018
Código do texto: T6425697
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