MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (FINAL) - PARTE 2
MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (FINAL)
PARTE 2
Janete se cala. Não sabia que Linda tinha falecido.
- Morta?
- O assunto aqui não é a Linda. Nós estamos falando do meu filho. Você vai deixar que ele vá comigo pra festa da Mi ou não? Decide logo o que você quer fazer. Se você não quer me entregar ele de vez, aceita de uma vez a pensão que eu quero te dar e me deixa conviver com o André como eu quero e ele também quer. Você e todo mundo vai ficar feliz. Eu não vou ficar negociando com você cada vez que quiser estar com ele. Isso é ilegal e eu sou capaz de ir à polícia denunciar você por estar querendo vender seu próprio filho!
- Você não teria coragem...
- Teria. Ah, teria sim. Não duvide disso, eu não tenho mais vinte anos... nem você. Você bate no menino por nada e por tudo e isso dá cadeia, se eu te denunciar pro Conselho Tutelar na escola dele.
Janete vê que ele está falando sério e resolve baixar o tom.
- Eu não sei... ela diz, começando a chorar. – Não sei mais nada.
- Pois eu sei. Na semana que vem, eu venho te buscar e a gente vai com meu advogado até o cartório de Casa Branca e registra ele no meu nome e no seu. Ele tem registro de nascimento?
- Tem... mas lá não consta o nome do pai...
- A partir de agora vai constar. O André vai ser um Valle como deve ser. Depois eu vou pedir pro meu advogado estipular legalmente uma pensão de um valor a combinar pra você. Você vai receber uma quantia apropriada por criar meu filho todos esses anos, sozinha, e depois uma pensão fixa todo mês. Depois, se você quiser deixar ele comigo...
- Não! Já falei que não!
- Tem certeza disso? Tem muito espaço pra ele na fazenda, você sabe.
- Não vou ficar longe dele. É meu filho...
- Nosso filho! Mas que fique muito claro que não quero saber de chantagens nem intimidações da sua parte por causa disso. Não quero mais que você toque nele pra bater no meu filho. Eu vou ficar sabendo se você fizer isso. Ele já confia em mim pra me contar. Não quero ficar te devendo mais nada! Nós dois teremos os mesmos direitos sobre ele até que ele faça dezoito anos, com a guarda compartilhada. Depois ele decide o que faz da vida dele. Se quer vir morar comigo na fazenda ou fica aqui com você e sua tia, ou com sua avó em Casa Branca, sei lá... Estamos entendidos?
Ela balança a cabeça confirmando.
- Wagner...
- Quê?
- Você nunca pensou... em se casar comigo?
Ele fica pensativo e chega a sentir pena dela.
- É... Eu... posso até fazer isso... pra vida do André ficar mais fácil de explicar no futuro. A gente se casa no cartório e... lá mesmo.. registra ele formalmente.
- Você faria isso? – ela pergunta com os olhos brilhando.
- Faria... por ele... mas eu não vou morar com você, Janete. Nem levar você pra viver comigo na fazenda. Meu pai já sofreu demais.
As esperanças dela caem por terra.
- Sinto muito... ele diz. – Seria só pra deixar sua vida melhor, legalmente falando, já que eu vou te pagar pensão. Acho que apesar de tudo, você merece isso, por tudo que passou.
Ela respira fundo e levanta a cabeça, assumindo um ar orgulhoso.
- Posso levar o André Luís agora? – Wagner pergunta.
- Ele está brincando na rua. Nem tomou banho ainda...
- Não precisa. Ele faz isso na fazenda. Eu compro algumas roupas pra ele agora antes de ir. Já perdemos muito tempo. Você não quer ir com a gente? Minha mãe convidou você e... a Mônica também.
- Não... Preciso trabalhar ainda hoje.
- Domingo?
- Não nasci em berço de ouro feito você.
- Tudo bem. Quer que eu te leve em casa?
- Não, eu preciso pensar. Vou andar um pouco.
- Então... tchau, Jane...
- Wagner!
Ele para e olha para ela.
- Você nunca sentiu mesmo nada por mim?
Wagner se sente penalizado e senta-se ao lado dela.
- Gostaria de dizer que foi mais do que carinho de amigo, mas não foi, Janete, e eu nunca te enganei a respeito disso. Eu confesso que... fui displicente com você e deixei você pensar que tivesse sido mais, mas... a gente tem um filho que depende do que a gente vai fazer com a nossa vida agora. Vamos ser... pelo menos amigos, como éramos antes. Pelo bem dele. Pelo bem do André.
Janete se levanta, olha para ele por um momento e lhe estende a mão. Wagner a segura e sorri, beijando seu rosto. Janete fecha os olhos ao sentir seu beijo. Na verdade nunca deixou de amá-lo.
- Não precisa trazer ele hoje, se não quiser.
- Ele não tem aula amanhã?
- Tem, mas... um dia só não vai ser problema. Eu explico na escola que ele está... com o pai.
- Obrigado...
Ela beija seu rosto também e se afasta, atravessando a praça, seguindo na direção da igreja.
MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL - FINAL
PARTE 2
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!
(E A TODOS AQUELES INOCENTES QUE SE SENTEM INJUSTIÇADOS
POR QUEM OFENDE E SE ESCONDE ATRÁS DO ANONIMATO DE
UM SITE)
TENHO FÉ QUE DEUS ESTÁ PROTEGENDO A TODOS
DE ALGUMA FORMA
OBRIGADA E BOM DIA!