MANDY (AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS) II - PARTE 7

VII – MANDY

(AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS)

Marco baixou os olhos e mordeu o lábio inferior, constrangido, olhando para as mãos.

- Você jura que não conta pra mãe, quando vocês fofocam a meu respeito?

- Palavra de pai, falou Antônio, cruzando o indicador e o médio na altura do peito.

- Porque eu queria... que ela estivesse comigo naquele bar e não com ele... Acho que estou me apaixonando por ela de verdade, pai.

Antônio sorriu e colocou a mão sobre seu joelho.

- Eu nunca te ouvi falar assim, nem ficar assim por causa da Bete.

- Eu nunca sofri pela Bete. Nunca tive nem ciúme dela, como ela tinha de mim. Eu gostei dela, mas não era nada comparado a isso. Agora... dói aqui dentro quando eu vejo a Amanda de mão dada com aquele cara. É como se alguma coisa fizesse parte do meu corpo, mas estivesse andando em outra pessoa, fora de mim. Dá pra entender?

Antônio balançou a cabeça afirmativamente.

- O que eu faço, pai? Como é que a gente para de sentir isso? Não quero ficar andando atrás da garota de outro cara, pensando nela, tendo ciúmes dela com ele, sem nem saber se tenho chance. Eu me ponho no lugar dele. Panaca ou não, ele chegou primeiro. É namorado dela. Se ele não a merece, não cabe a mim, julgar. Ela é quem tem que decidir isso.

- Você está se menosprezando, filho. Às vezes, as garotas não têm muito... senso de decisão sobre os homens. Talvez pra ela seja cômodo estar com ele, porque não há nenhum outro que lhe toque mais profundamente. Você não disse que ela veio de outra cidade, que morava com a vó... Pode ser que, de onde ela veio, não tivesse ninguém mais interessante.

- E você sugere que eu me lance como possível candidato a esse... outro?

- Por que não?

- Sei lá... Na verdade, no início, eu cheguei até a pensar nisso, mas... quando os dois voltaram...

- Ainda é muito cedo pra se sentir vencido. Eu passei três meses paquerando sua mãe que já era noiva de outro rapaz.

- Noiva?

- É, noiva, de aliança no dedo e casamento marcado e tudo. Mais um pouco que eu demorasse e você seria filho de um discotecário!

- Poxa, pai, e você me privou dessa alegria? - brincou Marco.

Antônio fechou o punho, ameaçando-o. Marco riu, segurando sua mão.

- Não desista da menina ainda não, filho. Deixe as coisas acontecerem e invista sempre que tiver chance. Só desista quando perceber que ela não quer mesmo nada com você. Se você notar que ela gosta de verdade dele, aí é hora de cair fora mesmo.

Marco sorriu.

- Obrigado, pai.

- Disponha. E, olha... não tenha vergonha de chorar por uma garota. Esse é o termômetro que diz até que ponto você está interessado nela e até que ponto vale a pena lutar por ela.

- Vou me lembrar disso, mas, mesmo assim, não conta pra mamãe. Não quero que ela me alugue, antes de eu saber que a coisa fica séria ou não entre mim e a Amanda.

- Fica sossegado. Seu segredo está a salvo comigo, falou Antônio, repetindo a frase célebre do Super-homem. - Já vai dormir?

- Acho que sim.

- Posso te pedir que vá dar um beijo na sua mãe, primeiro. Ela está bem preocupada com você.

- Ok. Eu vou falar com ela.

Antônio saiu do quarto com o braço em volta do ombro de Marco. Chegando na sala, Marco debruçou-se para abraçar a mãe por trás do sofá e a beijou longamente.

- Oi, meu bebê! - disse ela, levantando os braços e abraçando-o pelo pescoço. – Como você está, meu amor?

- Está tudo bem. Só frescura de macho. Não se preocupe. Boa noite, anjo, eu te amo.

- Também te amo demais, meu príncipe. Boa noite. Durma bem.

Marco beijou o pai também e foi para o quarto. Passou sobre a cama e foi até o aparelho de som colocar a canção de Barry Manilow, só que colocou o som nos fones de ouvido, deitou-se no tapete e curtiu sozinho.

MANDY

PARTE VII

QUANDO ENTRAR SETEMBRO... BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6436325
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