MANDY - GÊMEOS & LIBRA III - PARTE 8

VIII – GÊMEOS & LIBRA

Marco praticamente engoliu a comida sem mastigar, correu até o quarto, trocou de roupa, ajeitou o cabelo no espelho e voltou à sala.

- Vou dar uma saída, volto já.

- Vai ajudar seu pai?

Marco olhou pra ela, lentamente, e perguntou:

- É o que parece?

- Não... Laila respondeu, com um sorriso amarelo. – Era a Amanda no telefone?

- Era... Como é que você sabe o nome dela?

- Seu pai me contou, já que você não conta.

- Desculpa, mãe. É que você ficava toda enciumada, quando eu falava da Bete que eu fiquei com medo de te aborrecer de novo.

- Mal largou a Bete e já está com outra, filho?

- A fila anda, mãe, e essa é pra valer.

- A Bete não era?

- A Bete é outra história e é passado. Não é como agora.

Laila aproximou-se dele e acariciou seus cabelos. Marco segurou sua mão e a beijou no rosto.

- Não faz essa cara, mãe. Você me faz sentir culpado dos erros que eu ainda nem cometi.

- Ela é bonita?

- Linda!

- Mais que a Bete?

- Não gosto de comparação.

- Morena, também?

- Loira, como você. Olhos verdes, linda!

- Traga ela aqui, qualquer dia, se é tão sério assim...

Ele sorriu e a beijou na testa.

- Trago, tchau, não demoro.

Marco fez o quilômetro virar metro, tão rápido pedalou a bicicleta. Quando chegou à praça, Amanda já estava esperando por ele, sentada num dos bancos entre as árvores. Ele desceu da bicicleta, deitou-a no chão e parou, olhando para ela. Amanda o viu também, sorriu, levantou-se e andou até ele devagar. Marco passou os braços em volta de sua cintura e a abraçou; depois, trocaram um beijo e foram sentar juntos no mesmo banco em que ela estava.

- Que é que você estava fazendo, quando eu te liguei?

- Almoçando.

- Que hora mais incômoda! - ela disse, rindo.

- Que nada. Ajudou a digestão. Quer continuar o interrogatório? - ele perguntou, entrelaçando os dedos da mão nos dela.

- Eu só estava com saudade. Pensei que você estivesse zangado por causa do nosso trato.

- Eu estou zangado, mas não quero falar disso agora. O Paralelo é outro planeta. Um planeta onde existe um monstro horrível chamado Otávio que eu, no momento, quero esquecer.

- E o que você achou do meu pai?

- Não sei, o diretor do Paralelo é legal.

- São a mesma pessoa, posso te garantir! - ela falou, sorrindo.

- Não são, não. Mas ele parece ser um pai legal, também. E deve estar muito orgulhoso de ver dois caras brigando pela filhinha dele, não é, não?

- Está enganado. Ele não está nem um pouco orgulhoso disso. Eu não queria criar problemas pra ele. Faz tão pouco tempo que eu estou aqui... Queria ser mais que uma filha pra ele. Queria ser uma amiga, uma companheira. Desde que minha mãe morreu, ele é sempre muito sozinho.

- Faz muito tempo?

- Faz. Ela morreu quando eu tinha dois anos. Aí, eu fui morar com a minha avó, mãe dela, e fiquei por lá até dezembro passado, quando ela também morreu. Agora somos só nós dois.

- Deve ser difícil pra você ficar na sua casa sozinha, só com a governanta.

- Foi por isso que eu perguntei o nome da sua mãe e se você tinha mais irmãos. Eu adoraria ter uma família grande.

- Sinto muito, mas não vou poder ajudar muito nisso. Também sou filho único, ele falou, beijando-a.

- Por quê?

- Não sei...

- Seus pais não se dão bem?

- Até demais! - disse Marco, rindo, com a inocência da pergunta. – Vinte anos de casados e parecem que têm seis meses de namoro, até enjoa, às vezes, mas eu não sei por que quiseram investir só em mim. Vai ver, viram que um já dava muita mão de obra, sei lá.

Ambos riram.

GÊMEOS & LIBRA

PARTE VIII

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 06/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6440769
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.