MANDY - PROVA DE CORAGEM V - PARTE 11

XI – PROVA DE CORAGEM

Marco deu as costas e foi para o quarto.

- Marco Antônio! - chamou Antônio, nervoso.

- Deixe, falou José. – Ele precisa esfriar a cabeça, ficar um pouco sozinho e pensar. O dia não foi fácil e nós temos um caso bem pitoresco de paixão juvenil aqui, seo Antônio. Lamento que esteja acontecendo com nossos filhos.

- Eu nunca o vi agir assim.

- Ele é um bom rapaz. Converse com ele com calma. Eu preciso ir. Foi um prazer conhecê-los, mesmo que tenha sido nessas circunstâncias.

- O senhor não vai tirar a Amanda da escola, vai? - Laila perguntou.

- Diga a ele que ela sai, se ele sair. É chantagem contra chantagem.

Laila apertou a mão dele. José despediu-se de todos e foi embora. Antônio voltou-se para Benê, zangado.

- Por que você não ligou pra cá, avisando que ele estava com você? Já estávamos quase ligando pra polícia!

- Ele não deixou! Estava muito nervoso e eu achei que era melhor... Vocês têm o gênio muito parecido... Deus abençoe!

- Você não acha nada! Ele é meu filho!

- Antônio! - repreendeu Laila.

- Deixa ele, Laila. Eu vou indo. O menino está entregue. Tchau, mana.

- Obrigada, querido.

Benê olhou feio para o cunhado, beijou Laila e saiu também. Antônio foi para a cozinha, muito nervoso. Laila tratou de ir falar com Marco.

Entrou no quarto e sentou-se na cama, onde ele estava deitado. Afastou os cabelos de sua testa e perguntou:

- Está melhor?

- Por hoje... Acho que hoje não acontece mais nada. Sei lá, amanhã. Quem sabe eu quebre uma perna...

- Não diga isso. O diretor falou que Amanda só fica na escola, se você ficar.

- Que moral tem um bom aluno, hein? - ele falou, desanimado.

- Ele gosta de você, eu percebi.

- Que bom... Se a Amanda não tivesse esse doido atrás dela, ele me odiaria.

- Você está desanimado, não é?

- Estou cansado, mãe... Assustado, confuso... Agora, eu estou com medo daquele cara. Ele está louco de amor. Você precisa ver o jeito que ele torceu meu braço. Tenho certeza de que ele queria quebrar e não torcer só. Ele me odeia, mãe. Não é só rivalidade não, é ódio! Não é só ciúmes, é... obsessão. Eu estou com medo, de verdade.

Laila abraçou o filho.

- Fico pensando... A Amanda deve sofrer pra caramba...

- Por quê, amor?

- Ela não tem isso. Não tem alguém assim, perto, uma mãe pra pegar ela no colo, sempre que precisar chorar ou ouvi-la dizer que tem medo de alguma coisa... pedir colo de vez em quando...

A voz dele estava embargada, pela emoção. Abraçou Laila com mais força e ele chorou em silêncio por um momento, com o rosto escondido em seu ombro.

Laila sorriu e esperou, começando a chorar emocionada e apertando o filho também em seu abraço. Depois de alguns segundos, falou, ainda sem se afastar dele.

- Espero estar sempre perto, meu bem.

Quando se afastou dele e ele apertou os olhos com as mãos para enxugá-los, perguntou:

- Está mais aliviado?

Ele não respondeu, a voz não saía. Mas balançou a cabeça, afirmando. Quando ergueu os olhos molhados ainda e a encarou, Laila segurou seu rosto entre as mãos e disse, sorrindo entre as lágrimas:

- Meu bebê está crescendo...

- Mãe... Me sinto ridículo quando você fala assim...

Ela o beijou demorado no rosto.

- Vou colocar o almoço, já, já! E não me diga que não vai comer!

- Está brincando! Estou morrendo de fome!

PROVA DE CORAGEM

PARTE XI

BOA TARDE!

PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 13/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6447741
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