MANDY - ME CONCEDE A MÃO DE SUA FILHA? XI - PARTE 1

I – ME CONCEDA A MÃO DE SUA FILHA?

Naquela madrugada, Marco acordou assustado depois de ter um pesadelo com Amanda. Acendeu a luz do abajur e sentou-se na cama, suado e com uma enorme vontade de chorar. Escondeu o rosto nas mãos e tentou fazer a vontade passar. Não conseguiu mais dormir.

No dia seguinte, contou o pesadelo a Teo, no colégio.

- Ela estava vestida de branco, andando em cima da água, na piscina do clube, linda... e me pedia, chorando, pra achar um anel que tinha perdido dentro da água. Eu pulei na piscina, achei o anel, mas, quando voltei à tona, ela não estava mais lá. Quando eu ia gritar o nome dela, acordei. Acordei... com uma sensação horrível de... perda, de morte. Fico até arrepiado, olha! Só fiquei tranquilo, quando liguei pro hospital no meio da madrugada e me disseram que ela estava na mesma. Mas o sonho não me saiu mais da cabeça.

- Que coisa esquisita... E o que você acha que isso significa?

- Eu vou perder a Amanda, Teo... Ela não vai voltar...

Teo ficou em silêncio, sentindo a garganta doer pela emoção.

Depois da aula, Marco despediu-se de Teo e não foi para casa. Resolveu andar de bicicleta pelo bairro, para pensar. Acabou parando diante da igreja matriz do bairro e ficou olhando para ela como a pedir ajuda a alguém maior.

Sentou-se no largo e ficou por lá por cerca de meia hora. Depois subiu na bicicleta novamente e foi para o hospital, ver Amanda, como fazia toda tarde. Ângela e Márcia estavam com ela, no quarto.

- Oi! - disseram as duas, ao vê-lo chegar.

- Oi, faz tempo que vocês chegaram?

- Viemos pra cá depois do colégio, Ângela respondeu, junto da cabeceira da amiga.

Marco colocou os cadernos sobre o sofá reservado às visitas e aproximou-se de Amanda pelo lado direito dela.

- Vamos sair um pouco, Márcia, deixar os dois sozinhos...

- Não! Não precisam sair. Eu vou embora logo. Só vim dar um beijo nela.

Ele segurou a mão de Amanda e ficou olhando para ela em silêncio.

- Eu sonhei com ela essa noite, falou Ângela.

Marco olhou para ela admirado.

- Sério? Eu também. Sonho bom ou ruim?

- Bom... Ela estava me ajudando a me arrumar pro meu casamento. Eu ia me casar... com você.

Ele franziu a testa e sorriu.

- Eu achei tão engraçado, porque, na igreja, o Teo era o namorado dela. Meu vestido era lindo, mas, na hora do casamento, você apareceu e eu comecei a chorar, abraçada a ela. Acordei chorando, mas não senti tristeza. Só senti saudades. Por isso eu vim vê-la.

Ângela começou a chorar em silêncio, acariciando o rosto da amiga. Marco olhou para Amanda e intimamente tomou uma decisão. Beijou sua testa e saiu do quarto, apressado.

- Tchau, gente!

Ângela e Márcia não entenderam nada.

Ele pegou a bicicleta e tomou a direção da casa dela. O diretor o recebeu, ainda muito triste, mas não parecia mais tão zangado com ele.

- Posso falar com o senhor?

José o deixou entrar, fechou a porta e o convidou a sentar-se.

- Você foi ver a Amanda? Está tudo bem com ela?

- Está, está tudo bem... Os médicos disseram alguma coisa diferente nesses dias pro senhor, sobre o estado dela?

- Não, continua estável, mas desacordada. Eles ainda não conseguem entender por que ela não acorda.

- O senhor tem... alguma esperança?

José olhou para ele e depois de um longo suspiro, respondeu:

- O que você quer que eu diga, Marco? Que espero um milagre? Todos os dias da minha vida desde que ela sofreu esse acidente estúpido. Ela está desacordada há quinze dias, sem nenhum sinal de consciência, só o coração batendo e a respiração... O que nos resta é esperar e ter fé. Mas os médicos também já me disseram para esperar por tudo. Ela pode acordar a qualquer momento... ou morrer amanhã.

Marco olhou para as mãos unidas e disse:

- Eu não sei se isso é perder as esperanças, mas... estou com medo e... estive pensando muito sobre tudo isso. Eu vim até aqui pra lhe fazer um pedido.

- Que pedido?

- É muito sério e... muito consciente também. Não pense que é loucura, nem desespero, nem imaturidade da minha parte... Acho que eu cresci muito nesses últimos dias e me sinto no direito de lhe pedir isso.

- O que é?

- Eu quero me casar com a Amanda.

ME CONCEDE A MÃO DE SUA FILHA?

PARTE I

OBRIGADA E BOM DIA!

SONHAR AINDA É DE GRAÇA!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/10/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6467393
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