MANDY - ME CONCEDE A MÃO DE SUA FILHA? XI - PARTE 4

IV – ME CONCEDE A MÃO DE SUA FILHA?

Marco não conseguiu falar nada.

- Tudo bem. Você tem todo o direito de não me perdoar... mas estou aqui pra o que você precisar, sempre.

Ela levantou-se, pegou os cadernos e deu as costas para ir embora. Ele chamou:

- Lídia!

Ela se voltou. Marco estendeu a mão direita que ela segurou.

- Obrigado, ele disse.

Ela sorriu, apertou a mão dele e se afastou, indo embora. Marco ficou olhando para ela e Benê se aproximou de novo.

- Perdoou a chatinha?

- Eu não tenho que perdoar ninguém, tio. Quem saiu ganhando com essa conversa fui eu, mais do que ela. Um carma a menos na minha vida... Eu vou embora.

- Vai pra casa?

- Não, vou pro hospital ver a Amanda. Vou ficar lá com ela um pouco pra Dalva ir pra casa descansar.

- O que os médicos têm dito?

Marco balançou a cabeça.

- Nada. Eles dizem que ela está dormindo. Parece só que ela não quer acordar. Dizem que a única coisa a fazer e esperar mesmo. É ter fé...

Marco levantou do banco, apanhou os cadernos e disse:

- Vou nessa, tio. Tchau.

- Dá um beijo na Amanda.

- Dou sim.

Quando chegou ao hospital, Marco já foi entrando, cumprimentando as atendentes e indo pegar o elevador. A porta do quarto dela estava aberta e Dalva tinha arrumado, com capricho, todos os vasos de flores que ela havia recebido no sábado e no domingo pelo casamento.

- Boa tarde, Dalva! - ele cumprimentou.

- Boa tarde, Marco.

- Nossa! Que lindo que está esse quarto! - ele disse, olhando em volta e indo beijá-la. - Está tudo bem com você?

- Está.

Marco aproximou-se da cama e beijou Amanda.

- Oi, gata! Você faltou na aula hoje, mas eu trouxe os cadernos que a Ângela emprestou pra você copiar.

Dalva sorriu, balançado a cabeça. Dobrando um lençol para guardá-lo no armário do quarto.

Ele olhou para Dalva e disse:

- Pode ir, eu fico com ela até a noite.

- Tem certeza? Você não tem coisas da escola pra fazer?

- Eu faço aqui. Não se preocupe. Vá pra casa tomar um banho, dormir deitada um pouquinho na sua cama.

- Está certo. Eu volto às sete.

Ele tirou a jaqueta e a colocou numa cadeira. Dalva ficou olhando para ele. Marco percebeu-se observado e olhou para ela, perguntando:

- Que foi? Pode ir!

- Você é a melhor coisa que podia acontecer para a minha Amanda.

Ele sorriu, balançando a cabeça.

- Sabia que ela mexeu os dedos da mão esquerda, ontem à noite?

Ele ficou sério.

- O quê?

- Os médicos acham que foi um reflexo muscular involuntário, mas eu não acho isso. Ela sabe que se casou com você.

- Mexeu os dedos da mão? - perguntou ele, olhando para Amanda.

- Eles acham que pessoas em coma sempre têm esses reflexos, disse Dalva. - Estão acostumados com isso. Não querem dar esperança pras pessoas da família. Mas tenho muita esperança que... minha menina vai acordar.

Marco não quis falar muito sobre aquilo. Não queria alimentar esperanças. Tocou a mão de Amanda e sentiu sua pele macia.

- O médico dela vem vê-la, às cinco de novo, aí você conversa com ele, disse ela aproximando-se dele, beijando seu rosto.

Marco virou-se para ela e a abraçou forte.

- Vai descansar. Obrigado, Dalva.

ME CONCEDE A MÃO DE SUA FILHA?

PARTE IV

OBRIGADA E BOA TARDE!

SONHAR AINDA É DE GRAÇA!

Velucy
Enviado por Velucy em 05/10/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6468510
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.