AMANDA II - DÚVIDA VII-PARTE 1

I – DÚVIDA

Na manhã seguinte, Marco acordou, tomou seu banho, vestiu-se e, ao chegar à mesa para o café, meio de pé atrás, cumprimentou os pais:

- Bom dia!

- Bom dia! - responderam os dois.

Ele beijou Laila e ela até sorriu.

- Tudo bem? - ele perguntou a ela.

- Tudo ótimo, querido. Sente-se. Vou pegar o leite.

Marco sentou-se à mesa diante do pai, como sempre, e olhou para ele, que retribuiu o olhar mastigando uma fatia de pão.

- Que foi? - Antônio perguntou.

- Tudo bem com você?

- Tudo, por quê?

- A mamãe… contou tudo que aconteceu aqui ontem?

- Contou, não me escondeu um mínimo detalhe. Por quê? Você achou que eu ia ficar zangado com ela?

- Não, e nem tinha motivo. Ela não teve culpa de nada. Eu pensei que você fosse ficar zangado comigo.

- E estou.

- Está?

- Não vou berrar com você, porque ainda não tenho um motivo visível, palpável, mas é só aquele cretino do Armando Antônio Gennari aparecer nessa casa de novo e você vai me pagar.

- Mas, pai…

- Não… Antônio o fez parar, apenas apontando o dedo indicador para ele. – Não quero discussão na frente da sua mãe. Não briguei com ela ontem e não quero brigar com você hoje, porque não quero fazer mal a ela e ao meu filho, mas que você vai tratar de afastar aquele idiota das nossas vidas, isso vai, está entendendo?

Marco apoiou a cabeça na mão e fechou os olhos. Antônio continuou mastigando seu pedaço de pão com calma. Laila voltou com a jarra de leite que colocou no centro da mesa, sorrindo. Ao perceber o rosto sério do filho, perguntou:

- Algum problema, Marco?

- Não... Está tudo ótimo, mãe... Se estiver tudo bem com você, está tudo bem comigo.

Tomaram café normalmente e os dois saíram no Monza de Antônio, porque Marco tinha emprestado o seu para Aldo, e ele ia deixar o pai na imobiliária; depois ia direto para a faculdade. No carro, Marco começou a falar o que teve vontade de dizer à mesa:

- Ele apareceu do nada, pai! Como é que eu podia saber que o pai do André era o ex-noivo da minha mãe?

- Não me interessa, Antônio respondeu, aparentemente calmo, sem olhar para ele. – Desde que você conheceu a Amanda, tudo acontece pra gente.

- Não coloca a Amanda nisso!

- Coloco sim! Primeiro foi esse Otávio, depois o André e o Caio, Lídia, o vidro da imobiliária que te deixou de molho por um dia, as suas brigas no colégio, aquele acidente, você casado com dezessete anos... e agora ressurge das cinzas o tal do Armando que eu imaginei que estivesse bem longe daqui e de nós!

- Ele é só um coitado!

- Eu não quero saber dele perto da Laila!

- Você está desconfiando da minha mãe?!

- Não! Não desconfio dela, só não quero ele perto de mim e dela! Você também não queria o Otávio perto de você e da Amanda, não é?

Marco ficou em silêncio por um momento, mas rebateu em voz baixa.

- Eu confio nela e em mim também...

- Confia uma ova!

- Você não pode falar por mim!

- Você não tem ciúme dela?

- Ah, isso é diferente.

- É igualzinho. Eu tenho da minha mulher e não quero o Armando perto dela. Você sabia que o Otávio amava a Amanda e isso te deixou inseguro várias vezes. O mesmo acontece comigo, entendeu?

Marco olhou para o pai e acabou por sorrir.

- Então ele não é só um cretino, idiota. Ele foi mesmo importante pra ela no passado.

- Olha pra frente. Você está dirigindo. E isso não te diz respeito.

Marco olhou de novo para a rua e continuou sorrindo.

DÚVIDA

PARTE I

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/10/2018
Reeditado em 21/10/2018
Código do texto: T6481934
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