AMANDA II - BUNNY'S: PORQUE VOCÊ É MAIS VOCÊ! XI-PARTE 2

II – BUNNY’S: PORQUE VOCÊ É MAIS VOCÊ

Burburinho geral novamente.

- Como é que é? - perguntou Roni, descendo do banco e chegando perto dela. – Ele vai ficar no meu lugar?

- Vai, disse Rita, muito segura, pois já esperava aquela reação. – Ele vai ficar no lugar do personagem que é dele.

- Mas...

- Roni, é só um comercial...

- Mas não é justo! Ele nem é do ramo!

Marco fechou os olhos e apertou a mão de Amanda, querendo se enterrar no sofá.

- Mas o enredo foi feito para os dois. Nada mais justo do que ele encená-lo com a Amanda.

- Mas, por que essa mudança de ideia na última hora? Parece brincadeira de criança que não queria a bola antes, porque estava no meio de muitas, e agora quer porque é a única.

Marco se levantou.

- Eu posso explicar, Roni?

- Por favor! - disse o rapaz já irritado, ficando diante dele. - Pensei que eu fosse ficar discutindo com a Rita, com você como personagem só assistindo.

- Então senta. A história não é tão simples assim.

Marco apontou o lugar vago que havia deixado do lado de Amanda para que ele sentasse. Roni sentou e ela ia se levantar, mas Marco pediu.

- Fica aí, amor. Só um pouquinho.

Amanda voltou a se sentar, um tanto quanto constrangida. Marco se posicionou diante da mesa de Rita ao lado dela e começou:

- Bom... eu não gostaria de causar nenhum desconforto pra ninguém aqui na RR, porque eu sei que o trabalho de todo mundo é muito sério e eu praticamente acabei de chegar, então... eu já percebi que o Roni se sentiu lesado pela decisão da Rita... e minha de eu querer encenar o comercial do lado da Amanda. Eu queria saber se mais alguém não está de acordo.

- Marco, isso não é necessário. A decisão foi minha... disse Rita.

- Rita, eu não quero passar por cima da sua autoridade aqui dentro, mas eu estou envolvido nessa decisão e quero me explicar, mas... mas só pra quem quer explicações.

- Tudo bem...

Ela voltou-se para todos e perguntou:

- Alguém mais é contra que o Marco esteja no comercial?

Apenas Hugo levantou a mão devagar.

- Fala Hugo, disse Rita.

- Eu não sou exatamente contra. É que já tínhamos ensaiado tudo com o Roni, embora minha participação seja pequena, de mais a mais, eu também não gostaria de, como profissional que eu sei que ele é, ser trocado na última hora e ser rejeitado num trabalho.

Marco balançou a cabeça concordando e olhou para os outros.

- Mais alguém?

Ninguém disse mais nada.

- Então, eu gostaria de conversar só com os dois.

- Gente, pode ir e esperar lá no estúdio que vamos começar as externas ainda hoje, disse Rita. - Obrigada. O Roni e o Hugo ficam.

Todos saíram. Rita foi fechar a porta e Roni se levantou, indo pegar uma bebida no barzinho particular que Rita tinha na sala.

- Acho que não vai ter explicação que vá me fazer aceitar uma traição dessas, Rita, ele disse.

- Ouve primeiro, Roni.

Ele se sentou no encosto do sofá atrás de Amanda e tomou um gole de uísque, olhando para Marco que se apoiou na mesa e começou:

- Eu vou explicar tudo que me fez mudar de ideia e o que está me fazendo tomar uma decisão que, de certa forma, passa por cima de tudo que eu estou fazendo nessa agência. O motivo é apenas o dinheiro. Eu preciso do cachê.

- Você está brincando? - Roni perguntou, rindo. – Você está querendo gozar da minha cara?

- Não...

- Você precisa do dinheiro pra quê? Teu pai é um dos caras mais ricos de Santo Amaro...

- Meu pai tem dinheiro, não eu. Acontece que eu tenho um casal de amigos que estão passando por uma situação meio difícil e o filho deles é meu afilhado. A mãe dele está grávida de novo, com dezoito anos, e eu pretendo ajudar o casal. Isso não é problema de vocês, não é problema seu, Roni, mas é importante pra mim e essa chance apareceu e eu preciso segurá-la, antes que me escape...

- A verdade é essa mesmo... ou foi você que engravidou a Amanda e agora precisa desse dinheiro pra se safar dessa?

- Que absurdo! - disse Amanda, levantando-se abismada e indo ficar do lado de Marco, segurando sua mão.

- Absurdo por quê? É tão impossível assim?

- Você está passando dos limites, Roni, ela disse. – Eu exijo o mínimo de respeito.

- Claro que não é nada disso! Não viaja, Roni, interferiu Rita.

- Deixa, Rita, falou Marco, surpreendentemente calmo. – Ele tem todo o direito de falar a besteira que quiser, desde que faça um esforço depois pra entender o problema. Não é nada disso, Roni. O que eu falei é a verdade, mas também não é a única verdade. Eu pretendo ter filhos com a Amanda muito em breve, sim, mas primeiro, eu quero me casar com ela e pra isso acontecer, eu estou montando nosso apartamento e também preciso de dinheiro pra isso.

- Teu pai é rico, cara! Que dificuldade você vê nisso?

- Porque eu pretendo fazer isso por mim mesmo, sem depender do meu pai. Você nunca pensou nisso?

Roni ficou em silêncio.

BUNNY’S: PORQUE VOCÊ É MAIS VOCÊ!

PARTE II

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!