AS FÉRIAS NA CASA DA TIA - cap. VII

Alguns meses atrás, Vitória entendera muitas coisas sobre o amor. Aliás, já estava fazendo um ano inteiriço. As férias na casa de sua tia foram marcantes e um leque de mundo novo se lhe abriu em sua mente através de grandes personagens da literatura mundial.

Nos fundos do quintal de sua tia havia uma casa separada, que funcionava como uma espécie de biblioteca. Lá, ela conheceu grandes escritores como Pablo Neruda, Sidney Sheldon, Gustave Flaubert, Vinícius de Moraes, Machado de Assis, Gabriel García Márquez.

O contato com cada historia de amor, com cada poema, com cada encontro e romance fez com que acendesse uma chama mui ardente em seu coração de menina e ficasse curiosa para também viver um grande amor. Entre os dramas, ela não queria viver as decepções amorosas das histórias nos livros, nem as separações dolorosas, os amores proibidos ou o encanto como o dos mais belos jardins e o desencanto do que era tão florido e agora se secou em meio ao caos existencial.

Ela queria viver a arte do amor belo e perfeito todos os dias de sua vida. Cada história era uma paixão a mais, era um desejo a mais que não se resume em uma folha de papel para depois engavetar ou deletar da memória do esquecimento.

Ela queria inspiração que viesse dos florescentes sentimentos de seu coração. Ela queria arte e amor. Ela queria ser uma flor com significados verdadeiros e fiéis para os sentimentos dignos na vida de um garoto. Ela queria inspirar e respirar o amor como a maior paixão de sua vida.

Vitória queria que a beleza do amor fosse tão bela quanto a vida para se viver como a arte mais preciosa da existência. Ela queria que sua vida fosse a paixão mais rara selecionada pelo sentimento maior e o amor mais caro que nunca se compra.

A paixão mais rara para o homem de sua vida que apareceria no berço do amor no jardim da revelação dos prazeres a dois. Com o seu amor mais caro para um jovem do amor mais raro, para que ambos vivessem uma intensa paixão em um amor profundo e intenso no solo de um desejo ardentemente maior.

As férias em sua tia, ela conheceu a arte de amar – pelos livros, ao bel prazer de ler e sentir como é bom crescer nesse meio fascinante – em sentido teórico. Desejava profundamente saber a prática de todo esse amor.

Férias do conhecimento para o desejo de amar. De se entregar nos braços de alguém e esse alguém se entregar em seus braços amáveis, para que ambos pudessem revelar-se um para o outro como o amor nu e curioso para se conhecer. Era um querer certo que se concretizaria no tempo exato, com a única pessoa certa para toda a sua vida.

Ela se espelhava muito nos mais velhos, nos anciãos e anciãs que seguiam a linha de um casamento só. Queria também um relacionamento único, verdadeiro e duradouro como o poder da vida em si. Amava isso com toda paixão de seus sentimentos. Ela não seguia a infâmia insaciável de uma juventude corrompida em seus tempos modernos. Ela achava ridículo se relacionar com um garoto já pensando em outros. A traição fugia longe de seus atos.

Férias inesquecíveis que lhe abriram um desejo tão prazeroso quanto poderoso para conhecer um inesquecível amor. Amor esse que lhe mostrasse e lhe ensinasse o que é ser uma mulher de verdade, como tanto queria. Tão nova que já pensava em ser mulher. Qual a menina que não pensa em ser adulta? E qual a mulher adulta que não pensa em retornar a ser menina, na adolescência da vida? Fascinada na arte viva de viver os seus dias futuros e ser, por certo, muito feliz.

Do romance infanto juvenil VITORIANA: o início de tudo, de Hertrh Alessantrus.