AMANDA II - REVELAÇÃO XIII - PARTE 3

III – REVELAÇÃO

José e Amanda voltaram e Marco levantou-se novamente. Os olhares de todos se voltaram para os dois. Amanda aproximou-se de Marco e o abraçou, sorrindo. José respirou e falou:

- Bom, Marco, a gente conversou e... eu vi que minha filha está realmente decidida a se casar. Eu sempre fiz o possível pra ser coerente nas minhas permissões e nos meus impedimentos com ela, sendo um pai... meio ausente, no início, mas... nesse ano, que nós convivemos mais próximos, eu percebi que ela me entendeu em todas as minhas atitudes. Sempre foi uma boa filha e apesar de ter ficado sem a mãe tão cedo, eu não tenho o que reclamar. Não era meu desejo também que ela se casasse com menos de vinte... mas, depois de quase tê-la perdido no ano passado e presenciar tudo que você passou por ela... Eu até concordo com seu pai que vocês são muito jovens pra um passo tão sério quanto o casamento... mas não acho que impedir vocês dois vá resolver alguma coisa... Não, depois de ter visto tudo que passaram um pelo outro.

Antônio virou-se lentamente e olhou para ele. José continuou:

- Não sei quanto a seu pai... Vou respeitar a decisão dele... mas... eu não vou ser contra esse casamento.

Marco fechou os olhos e respirou fundo, aliviado, abraçando Amanda e beijando sua testa.

- Menos um... disse baixinho.

- Só que... espero entrar em acordo com você, Antônio, sobre isso...

- Você vai ceder? - Antônio perguntou.

- Não é questão de ceder...

- É questão de inteligência, completou Rita.

Antônio olhou para ela como a pedir novamente que calasse a boca.

- Rita, por favor, meu bem, não o deixe mais nervoso, disse José. – Antônio, negar isso aos dois não vai ser bom pra ninguém. Eu já vi minha filha quase morrer de tristeza por causa do Marco e depois a vi quase morrer de verdade e voltar à vida, também por causa dele. Se for pra fazer alguma coisa, prefiro que seja feito pra ver a Amanda sorrir. E acho que você também quer isso pro seu filho.

Antônio olhou para Marco e depois olhou de novo para ele. José terminou:

- Vamos deixar que o casamento aconteça, por favor... pra evitar consequências desastrosas futuras.

Todos os olhos voltaram-se agora para Antônio. Ele balançou a cabeça lentamente olhando para todos e disse:

- Tudo bem... Sou eu contra o mundo... Devo estar errado então. Tudo bem... Eu não vou impedir nada. Podem casar. E... Amanda, não interprete mal minha... fúria de agora há pouco como alguma coisa contra você. Você é a garota ideal para o meu filho, espero até que a minha Mariana tenha metade da sua graça, da sua doçura... E, o mais importante de tudo, espero que meu filho te faça muito feliz.

Amanda sorriu. Antônio olhou para todos e foi para a porta, saindo da sala. Todos respiraram aliviados, menos Marco, que, não satisfeito com a resposta do pai, foi atrás dele. Antônio ia entrando no carro, estacionado na garagem da casa e ele o chamou:

- Pai!

Antônio parou e olhou para ele sério.

- Tudo bem?

- Tudo... E você também vai ficar bem melhor... se sair dessa casa amanhã.

Marco recebeu aquilo como um banho de água gelada.

- O quê?

- Você entendeu. Se quiser ser independente, que seja desde já.

- Você está… me colocando pra fora de casa?

- Entenda como quiser. Se quiser dizer pra sua mãe que foi você que quis sair, ficaria mais bonito pra você.

- Bonito?

- Faça o que quiser. Vamos cortar o cordão umbilical desde já.

Ele entrou no carro e deu a partida nele, entrando no trânsito da João Dias, aproveitando o farol fechado, queimando pneus. Marco ainda seguiu o carro até a calçada na direção em que ele foi e encostou-se na grade do portão, chocado. As lágrimas vieram aos olhos sem querer. Amanda saiu da casa também e o viu ali, correu até ele.

- Marco! O que foi?

- Nada... ele disse, enxugando o rosto, rapidamente. – Não foi nada!

- Ele mudou de ideia?

- Não... Está tudo bem. Conseguimos, não foi? - ele perguntou, sorrindo entre as lágrimas, abraçando-a.

- É por isso que você está chorando?

- É... Eu te amo! Amo muito!

Ele a beijou várias vezes, no rosto e na boca, depois, escondeu o rosto em seu ombro e chorou ainda mais. Para Amanda aquilo era o nervosismo dele fluindo finalmente. Sorriu e acariciou seus cabelos.

Pouco mais tarde, José quis ir para casa com Rita e Amanda e, antes de entrar no carro, Rita aproximou-se de Marco, que estava pensativo, encostado na porta de casa e ela perguntou:

- Está tudo bem com você? Seu pai não voltou mais e eu percebi que você ficou triste depois que ele saiu, apesar de ter acabado tudo bem.

- Está tudo bem, Rita. Obrigado pelo apoio. Você foi ótima. Eu te adoro... você sabe...

Ele a beijou bem junto da boca e segredou:

- É a segunda vez importante demais que você me quebra um galhão.

- Conte comigo sempre, amoreco.

Ela o beijou também e foi para o carro. Laila chegou perto dele e os dois acenaram para eles, vendo o carro afastar-se. Amanda, sentada no banco de trás, não tirou os olhos dele, até que o veículo virasse a esquina.

- Aonde seu pai foi? - Laila perguntou.

- Não sei... Deve ter ido dar uma volta... Beber alguma coisa... pensar... Sei lá...

Ele entrou na casa e foi para seu quarto, trancando a porta por dentro.

REVELAÇÃO

PARTE III

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 31/10/2018
Código do texto: T6490654
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