AMANDA II - MUDANÇA DE VIDA XIV - PARTE 2

II – MUDANÇA DE VIDA

Marco afastou-se de Max e voltou-se para a mãe que já tinha os olhos molhados novamente.

- Até parece que eu vou morrer...

Laila enxugou o rosto e respirou fundo.

- Não vai, não é? - ela perguntou, sorrindo.

- Não. Estou bem ali na esquina. Dá pra ir a pé.

Ela balançou a cabeça confirmando.

- Depois eu venho pegar o resto das minhas coisas, a escrivaninha, o aparelho de som...

- Vou deixar tudo preparado.

- Me empresta aquela cama de armar?

- O dormitório de vocês já não está armado?

- Está... mas não quero dormir naquela cama... sozinho.

Laila sorriu.

- Eu entendo. Pode vir pegar, ou melhor, eu peço pro Juca levar lá pra você, no caminhão dele, hoje à tarde.

- Obrigado.

Ele pegou a mão dela e foram juntos até o carro. Já na calçada, ele a abraçou forte e a beijou no rosto.

- Não discuta com ele, tá? Eu estou bem e quero que vocês fiquem bem também. Não brigue com o papai por minha causa. Eu não ia me sentir legal.

Ela concordou. Ele a beijou mais uma vez e entrou no carro.

- Se cuida, filho.

- Pode deixar. Dá um beijo na Mariana por mim.

Ele olhou para a janela do quarto dos pais e viu Antônio, com Mariana no colo, olhando para ele. Olharam-se por alguns segundos e Marco ergueu a mão, num tímido aceno. Antônio não se moveu, deu as costas e entrou no quarto novamente. Ele deu a partida e foi embora. Max ficou latindo no portão, como a pedir que ele voltasse. Marco não aguentou mais e começou a chorar de novo, já no meio do trânsito da João Dias.

Antônio também chorava com a filha no colo. Colocou a menina no berço e foi tomar seu banho. Quando entrou na cozinha para tomar seu café, Laila falou:

- Você podia ter vindo se despedir dele.

- Não quero falar sobre isso, Laila, por favor.

- Eu sei que foi você que o mandou embora. Mas sei também que ele vai provar que estava certo no que quer fazer. Meu filho é um homem de verdade e não uma criança inconsequente e irresponsável. Você errou, Antônio.

- É... Errei por gostar demais daquele... pirralho! Você acha que está sendo mais fácil pra mim? Eu também amo meu filho. Eu também não queria me afastar dele nunca! Também estou errado nisso?

Laila aproximou-se do marido e o abraçou.

Quando Marco chegou à agência, a primeira pessoa que encontrou foi Amanda. Ela estava sendo preparada para mais uma seção de fotos e deixou Haidée, a maquiadora, falando sozinha, quando o viu. Correu aflita para ele e o abraçou, se jogando em seus braços.

- Ei, gata! Calma! - ele disse, abraçando-a e beijando sua testa.

- Eu liguei pra sua casa. Sua mãe me disse que você saiu de lá.

- É, saí, mas... depois a gente fala disso. Você está linda.

- A gente vai fotografar prum outdoor. Mas eu quero saber como você está, primeiro.

- Não se preocupa comigo, não. Vai trabalhar. A gente vai ter que dar de tudo agora, pra começar a nossa vida.

- Você vai ficar no nosso apartamento?

- Vou... Mas prometo não fazer bagunça até você poder ficar comigo lá.

Amanda sorriu. Marco a beijou demoradamente e acariciou seu rosto.

- Você está tão cheirosa... Adoro esse cheiro de maquiagem. Volta pra lá, senão a Haidée me mata... Ela já está me olhando de cara feia...

Amanda sorriu e voltou a sentar na cadeira diante do espelho. Marco foi até a sala de Rita que estava com dois outros modelos da agência e, ao vê-lo, ela ergueu-se e aproximou-se dele.

- Eu estava aflita, esperando por você. A Amanda me contou que você saiu de casa.

- Está tudo bem, Rita. Não precisa ficar preocupada.

Ela voltou para os dois rapazes e disse:

- Podem ir pro estúdio. O Kleber já está esperando por vocês.

Os dois saíram. Rita fechou a porta atrás deles. Marco sentou-se numa cadeira diante da mesa e passou a mão pelos cabelos.

- Procura não falar da minha vida pessoal na frente de quem não tem nada a ver com a gente, Rita.

- Desculpa, você tem razão. É que eu estava mesmo muito preocupada. Foi ele que te colocou pra fora de casa, não foi?

- Isso não importa agora. Eu ia sair de qualquer jeito, não ia? Eu vou me casar.

- Seu pai é uma toupeira! Um quadrado! Um... perfeito cretino! – ela disse, andando pela sala de um lado para outro.

- Não, não exagera. Eu nem dormi direito essa noite, pensando, me colocando no lugar dele. Ele tem os motivos dele. Ele me ama demais, é só isso.

- Amor não prende, Marco, não castra! Ele não pode querer que você fique do lado dele a vida inteira!

- E ele não quer. Só não esperava que eu saísse tão cedo. Doeu em mim, sair de lá. Imagine como deve ter sido difícil pra ele.

- Onde você vai ficar?

- No nosso apartamento. Eu nem fui até lá ainda. Está tudo no carro.

- Quer o dia pra ajeitar as coisas?

- Não. À noite, eu me organizo melhor.

- Vou com você.

- Não precisa. Não quero te afastar do seu marido. Não quero ser peso mais pra ninguém...

- Peso? Eu vou dar um soco no seu nariz, Marco Antônio.

Ele riu.

MUDANÇA DE VIDA

PARTE II

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 31/10/2018
Código do texto: T6491091
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