AMANDA III - "SONETO DO AMOR TOTAL" III - PARTE 2

II – “SONETO DO AMOR TOTAL”

Amanda não tinha ido à casa da sogra ou à do pai. Tinha ficado com ele no colégio Paralelo depois da aula, durante toda a tarde. Queria matar as saudades do professor e José adorou.

Às seis e meia, ela despediu-se do pai e foi para casa, onde, pela primeira vez, ia preparar o jantar sozinha, diferente da semana inteira em que ela e Marco tinham feito tudo juntos.

Ao chegar ao apartamento, colocou os livros sobre a mesa de centro, junto com a pasta que Marcelo lhe dera com a lição da semana. Tomou um longo banho, vestiu um short de algodão branco e uma camiseta leve azul sem nada por baixo e foi para a cozinha.

Olhou em volta e sorriu. Seus móveis ainda estavam com cheirinho de coisa nova. Abriu a geladeira e começou a colocar para fora dela tudo que ia esquentar para o jantar dos dois. Depois começou a tirar verduras e legumes para fazer uma salada bem natural. Eram dez para as sete, quando ouviu o barulho das chaves na porta e o chamado dele:

- Mandy!

- Aqui, amor! - ela respondeu, colocando na boca um tomatinho cereja que estava na salada que acabara de misturar com azeite.

Ele entrou na cozinha e a abraçou pelas costas, beijando seu rosto:

- Boa noite, meu amor! - ela disse rindo, beijando também o rosto dele.

- Hum, que cheiro de fome! - ele disse.

- Está com fome?

- Morrendo...

Amanda pegou com o garfo alguns fios do macarrão que estava na travessa sobre a mesa e colocou em sua boca. Marco mastigou e disse:

- Tem muito sal.

- O quê? Tem nada.

- Tem sim, sal faz mal pra minha pressão.

- Você não tem problema de pressão.

- Tenho sim.

- Desde quando?

- Desde que eu cheguei e te abracei...

Ela se virou para ele rindo e Marco a abraçou erguendo-a do chão e colocando-a sobre a pia, beijando sua boca com segundas e terceiras intenções.

- Não! - Amanda disse, ainda rindo, tentando se desvencilhar dos braços dele. – Agora não! Vai tomar seu banho que eu ainda tenho muito que fazer aqui.

Ela desceu da pia e se afastou dele. Marco reclamou:

- Se eu tiver um enfarte, você vai se sentir culpada. Onde você esteve o dia inteiro? - ele perguntou, pegando um tomatinho da salada, colocando-o na boca e lambendo os dedos cheios de azeite.

- Depois da aula, fiquei com meu pai no Paralelo mesmo. Estava com saudade dele. Por quê?

Ele foi para a sala abrindo os botões da camisa.

- A Rita precisou de você na RR. Ainda precisa. Ela conseguiu uma campanha pra você fazer.

- Jura!? De quê?

- Sorvete. Amanhã, depois da faculdade eu passo no colégio e te pego pra gente ir junto pra agência.

- Legal! Que bom pintar trabalho. É grana que entra pra pagar a faculdade ano que vem.

Marco ficou calado. Sentou-se no sofá e ligou a televisão, mas a deixou sem som. Começou a tirar os sapatos. Amanda percebeu que ele não tinha gostado muito do que ela tinha dito.

- Que foi? - ela perguntou, notando seu aborrecimento.

- Nada. Eu não disse nada.

- Mas pensou, que eu senti. Você não gosta muito da ideia de eu fazer meu próprio dinheiro, não é?

- Não é isso... ele disse, depois de um longo suspiro.

- Então o que é? - ela perguntou, sentando-se ao lado dele no sofá.

Ele terminou de tirar os sapatos e as meias e a fez sentar-se no colo dele.

- Não é nada. Bobeira minha. Você tem mais é que usar e abusar desse rosto lindo que você tem e faturar legal em cima disso. Não liga pra mim não.

Ele a beijou, acariciando seu corpo.

- Mas o que te deixou grilado? Fala comigo a respeito. Eu quero saber tudo que te aborrece. A gente está começando nossa vida agora. A lua-de-mel acabou. Não vamos esconder nada do que a gente pensa um do outro.

- A gente pode fazer isso, sem acabar a lua-de-mel, ele falou percorrendo o rosto dela com os olhos.

Ele a beijou de novo, colocando a mão por dentro da camiseta dela e acariciando seus seios.

- Eu estou falando sério, Marco...

- Eu também... É que eu pensei na Débora, tendo que trabalhar como empregada pra colocar dinheiro em casa, com dois filhos... Uma garota não devia passar por isso, nunca. Ela tem a tua idade...

- Não querendo ser derrotista, a burrada que ela fez foi ter se evolvido com o André.

- Ela se apaixonou, Amanda. Não dá pra julgar. Pode acontecer com qualquer garota.

- Mesmo assim, a minha situação é bem diferente da dela. Eu vou trabalhar com a única arma que eu tenho: meu rosto. Nem se compara com o que ela está fazendo, embora trabalhar para sua mãe é mais uma recompensa do que um trabalho.

Ele sorriu.

- É...

- Dona Laila é um amor de pessoa, mas o filho dela quer me matar de fome! Marco, eu quero jantar! Você não vai tomar banho?!

- Vou, claro que vou.

Ele a colocou deitada no sofá e foi para o banheiro, tendo antes o cuidado de recolher a camisa e os sapatos que tinha deixado no chão da sala.

Amanda voltou para a cozinha e foi preparar um suco de laranja.

“SONETO DO AMOR TOTAL”

PARTE II

DEUS ABENÇOE A TODOS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 12/11/2018
Código do texto: T6501100
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