AMAR DEMAIS 12 NOVEL LIVRE 14 ANOS

20

Sandra coloca as garrafas no engradade aos fundos do bar, Moi sorri jogando dominó com os amigos na calçada, Pietra atende na cozinha fritando os salgados e no preparo das porções, Adrian entra ali em bermuda branca, camisa semi abereta, traz na cabeça um chapéu branco em tecido.

- Oi filho.

- Oi mãe, vou lhe ajudar.

- Ai que bom, ajuda nunca é demais.

Sandra lhe mostra as garrafas e pede que as leve para os fundos.

- Sim mãe.

- Vai junto Enzo,e aproveite e deixe isso aqui nos trinks.

- Sim senhora. O rapaz pega algumas garrafas e segue com Adrian para os fundos, Sandra olha para eles e vai para a cozinha ajudar Pi.

Os dois guardam os cascos nos engradades e em determinado momento Enzo esbarra em Adrian que sente como que um choque que lhe percorresse seu corpo, ali do seu lado, moreno claro, cabelos quase em cachos abertos, corpo de quem treina um futebol e joga capoeira.

- Me desculpe.

- Nada.

- E lá, como é?

- O quê?

- A Espanha, sua mãe fala muito de você.

- Ela fala?

- Sim, morre de orgulho, se gaba por todo comércio que o filho modela, e ai, dá para ganhar bem?

- Depende, qual serviço você for pegar.

- Olhe, se eu tivesse a chance, eu faria de tudo para chegar aqui rico.

- Não é bem assim, Enzo.

- Como não, o colega de um primo foi para a Noruega e já tem casa, carro, moto aqui, esta vindo para cá para se casar e depois vai voltar.

- foi um golpe de sorte, bem, eles pagam um bom salário, mais nem todo lugar se ganha tão bem, e olhe, para esse colega do seu primo ter conquistado tudo isso, com certeza já esta lá há um bom tempo, teve de sacrificar sua saúde, em trabalhos dirunos e noturnos e ainda teve muita sorte.

- Por que?

- Enzo, o custo de vida lá fora é bem mais caro do que aqui.

- É?

- Sim, e em muitos países, eles não tem qualquer piedade para com estrangeiros, principalmente brasileiros.

- Nossa, não imaginava que fosse tão dificil assim.

- Mais é, muitas vezes fiquei sem jantar, a espera do almoço no serviço do outro dia e olhe, era um marmitex menor que uma vasilha de margarina.

- Cruzes, do jeito que eu como, morreria.

- Nada, você se acostuma.

- Será?

- É só ter propósito e seguir.

- Bem, prefiro aqui no bar, não que eu ganhe muito, ao contrário, mais esta dando para ajudar em casa e com minha sobrinha.

- Sobrinha?

- É, tenho uma irmã, desmiolada, nos deixou com a menina de 7 anos.

- Sete?

- Sim, esta na escola e dá um gasto que só, mesmo sendo escola pública, vivem a pedir dinheiro.

- Gostaria de conhecer sua família.

- Por que?

- Sei lá, me deu vontade. Os olhos se encontram e logo Adrian esta a acariciar Enzo, este balbucia algo e logo se entrega ao beijo de Adrian, Sandra ali atrás da torre de caixas, vê a cena, em que Adrian vai despindo o jovem auxiliar do bar.

Logo alguém a chama e ela sai deixando eles ali soltos num lance de prazer.

- Oi Ivanilde.

- Olá Sandra, e ai vamos fazer as unhas hoje?

- Demorou. Risos.

- Então é já.

- Espera ai, vou pegar 2 cervas pra gente afinal somos filhas de Deus.

- Adorooooooooooooo. Risos.

Latinhas na mão e Ivanilde começa a dar um trato nas unhas de Sandra, ambas caem no riso e falam ali sobre tudo.

Minutos depois, Adrian surge suado, arrumando o cabelo, logo depois Enzo a arrumar a camiseta no corpo.

- Demoraram hein, meninos, espero que tenham deixado tudo nos conformes.

- Sim d. Sandra pode deixar esta tudo como a senhora gosta.

- Assim que eu gosto de ouvir. Mais risos.

Sandra olha para Enzo.

- E Enzo, você não me engana, com certeza deve estar de namoro por ai.

- Eu?

- Lógico, um rapaz lindo, educado, trabalhador, que garota não quer.

- Não d. Sandra, eu não tenho e nem quero por enquanto, namoro só com meu trabalho.

- Olha Ivanilde a figura, cheio de graça, vai querer aumento é Enzo? Risos.

- Não d. Sandra, fique tranquila, não é nada disso, só que não penso em nada sério, por enquanto.

- E quem lhe disse em coisa séria, namoro de hoje é só ficar e tchau.

Ivanilde entra na estória.

- Olhe se eu não tivesse alguns anos a mais e nem tivesse aquele encosto que ouso chamar de marido, eu pegava este bofe e na hora.

- Calma ai colega, o Enzo pelo jeito ja tem dona.

- Eu não d. Sandra.

- Vamos ver Enzo, vamos ver.

Adrian olha para eles e abre um sorriso singelo.

21

Pri desce do ônibus e logo entra em um táxi, Mônica ficara na rodoviária, ali no carro ela relembra os momentos com o irmão.

- Por que Adrian. ali no bar, Moi atende algumas mesas, Enzo do outro lado a anotar os pedidos para Adrian, Sandra assume o caixa a olhar o lugar cheio, sempre tendo cuidado com as unhas que foram recém pintadas num vermelho bem provocante, Pri chega ali.

- Oi filha, e ai como foi lá com a Mônica...

- Foi mãe, foi. Pri entra e olha para Adrian.

- Quero falar com você.

- Agora?

- sim.

- Só um instante.

- Vou esperar na sala, tudo bem?

- Tudo, logo irei. Adrina faz sinal para Moi que assume o balcão e ele segue para a sala.

- O que foi Pri?

- O que significa isso? ali na mão dela, a foto de Adrian com uma espingarda as costas e 2 facas nas mãos.

- Quem te deu, onde você as conseguiu....

- Era isso Adrian, era para isso que você foi embora, nos deixou para virar um assassino?

O rapaz cai no sofá.

- Pri.

- Diz logo, em que mais você esta mentindo, vai diz.

- Por favor Pri, pare.

- Vai diz logo. Priscila ali em respiração alta, olhos dilatados a olhar para o irmão, Sandra entra ali.

- Olhem não quero saber o motivo, não agora, mais por favor deixem isso, estamos quase a ouvir tudo que estão falando aqui.

- Mãe.

- Vai para sua casa Priscila e você Adrian, vem me ajudar que o Enzo ja esta errando com as contas.

Os dois se olham e olham para mãe ali diante deles, forte, imponente.

- Vão logo, é isso e isso, pronto acabou.

22112018............................

22

- Por favor Pri. Sandra ali olha para eles com certa surpresa.

Priscila sai dali sem falar nada deixando Adrian ali no sofá cabisbaixo, no bar, todos ali em silêncio, Moi olha para Pri que sai sem despedir deles, Pietra ali na porta na cozinha.

- Nossa, o que houve, pelo jeito o pau quebrou feio lá dentro.

- Acho que sim. Ali do lado dela, encostado na parede, Enzo com uma bandeija colada ao peito.

- Oras o que é isso, vai trabalhar garoto, vou pedir para o Moi descontar o dia seu.

- Pelo amor de Deus, não faz isso não d. Pi.

- Que d. Pi, me respeite, sou mulher casada e com o Samuel hein, se esqueceu?

- Me perdoe.

- Vamos, trabalho.

- Estou indo.

Na sala, Sandra olha para o filho e nada diz.

- Mãe.

- Por favor Adrian, vá lavar o rosto e depois retorne ao bar, esta cheio hoje e precisamos muito de você lá.

- Mas...

- Depois, falaremos disso depois, agora você é mais necessário no bar, vamos.

- Tudo bem.

O rapaz vai ao banheiro e logo retorna, passando por ela e segue para o bar, Sandra leva a mão ao peito e cai no sofá.

- O que foi isso Sandra?

- Não sei, não quero saber e ja peguei raiva de quem sabe.

- Virgem nossa.

- Vamos Moi, hoje o bar esta cheio, as contas não se atrasam.

- E é para mim que você diz isso?

- Vamos logo meu velho.

- Opa, não sou velho não, só para saber sou muito jovem tá.

- Vamos meu boy.

- Ai gostei. Ele a abraça e logo seguem juntos para o bar.

Pri chega no apartamento, joga a chave no sofá, ali se joga no outro e solta toda sua raiva em choros e gritos abafados pela almofada.

- Mãe.

- Oi Kauê.

- O que foi, esta chorando?

- Você não foi para o curso?

- Acabou mais cedo.

- A tá.

- Quer algo mãe?

- Por favor filho, me deixe só, depois a gente conversa.

- Tá bom, precisando eu tô no quarto, tá?

- Tudo bem. Kauê a beija na testa e segue para o quarto, Pri se entrega ao choro, contido, logo toca seu celular.

- Oi.

- Oi amor.

- Diogo.

- O que foi?

- Diogo, tudo que eu queria era ter alguém aqui comigo.

- Onde você está?

- Estou em casa.

- Estou indo ai.

Ela desliga, Diogo ali no escritório, já avisa para seu para a sua secretária que não voltará, quando veste o seu terno e seguer para a porta, esta é aberta.

- Larissa.

- O que foi, parece que viu um fantasma?

- O que quer?

- Nada, só te ver.

- Pois falaremos depois, tchau. Ele passa por ela.

- Vai atrás daquela tranqueira?

- Me deixa vai, afinal você não me ama.

- Então por que ainda venho atrás de ti?

- Orgulho, simplesmente orgulho.

Diogo a joga um beijo e sai, Larissa vai até a estante e desta joga um vaso de vidro na parede.

- Malditos. A secretaria entra ali e Larissa a escurrassa aos gritos.

paulo fogaça e IONE AZ
Enviado por paulo fogaça em 27/11/2018
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