AMANDA V - SUBORNO IX-PARTE 2

II – SUBORNO

Mariana balançou a cabeça novamente.

- Então diz, Marco pediu.

- Eu te amo.

- Então vai jantar com a mamãe. Se você comer tudo, depois eu vou te colocar pra dormir.

Ele a colocou no chão e Mariana foi para junto de Laila que a pegou pela mão. Marco acenou para ela que acenou também e foi embora com a mãe.

- Você queria uma menina, não é? - Amanda perguntou, segurando a mão dele.

Marco olhou para ela, sorriu e beijou sua boca.

- Eu quero o que você tiver aí dentro.

- O doutor Arnaldo falou que eu estou engordando muito. Ele mediu minha barriga e disse que ela está um pouco maior que o normal pra quatro meses.

- E daí? Isso te faz mal? É problema?

- Não... mas se for um só, ele vai ter que me dar uma dieta especial pra eu parar de engordar tanto.

- O que você quer dizer com “se for um só”? É um só, não é?

- Não sei. Você sabe que quando eu fiz três meses, no ultrassom a gente só conseguiu ver um e nem dava pra ver o sexo ainda. Ele quer que eu vá daqui duas semanas pra ver isso e saber o sexo.

- Isso quer dizer que... podem ser dois?

- Talvez...

Marco abriu um largo sorriso e tocou a barriga dela, acariciando-a.

- Você está brincando...

- Talvez, Marco... Eu não disse que sim. É só uma hipótese.

Ele riu e encostou o rosto na barriga dela.

- Já pensou? Dois?

- Você vire essa boca pra lá, Marco Antônio Ramalho! A gente não pode ter dois filhos agora. Eu vou ter que deixar a faculdade no segundo ano!

- E o que você quer que eu faça? Dê um dos dois em adoção, se forem dois.

- Não fala bobagem, deu doido! Se forem dois, eles estão ouvindo!

Ele continuou rindo e começou a beijar a barriga dela.

- Dois...! Dois filhos únicos tendo gêmeos! Putz!

- Ainda é hipótese, seu bobo! – ela disse, rindo também e desarrumando o cabelo dele, beijando sua cabeça.

****************************************

Ao chegar na RR na tarde seguinte, Marco entrou na sala de Rita e a viu revisando as fotos tiradas no litoral.

- Oi, chefinha, ele disse ao entrar, beijando seu rosto.

- Boa tarde, meu lindo. Fiquei sabendo pela Laila que a Amanda não passou bem ontem, o que foi?

- Está tudo bem já. Ela só sentiu dores esquisitas e minha mãe foi com ela no Arnaldo. Bobaginha. Está tudo bem. Essas são as fotos de ontem?

- São. Dá uma olhada...

Marco apanhou todas e sentou numa poltrona, observando-as.

- O cafajeste é uma fera, tenho que admitir... Fotografa bem demais o safado.

- Eu gosto disso em você. Você amadureceu muito. Não perde o profissionalismo nem numa hora dessas.

- Não vou entrar na dele. Ele é que não sabe ser profissional. Não quero cair nessa. Só estou com vontade de quebrar a cara dele. Aquele idiota foi até o nosso apartamento, anteontem.

- Não me diga! – ela perguntou, sentando-se ao lado dele. - E ele disse alguma coisa? O que ele foi fazer lá?

- Não disse nada, mas botou minhocas na cabeça da Amanda. Foi por isso que ela passou mal ontem. Eu estou torcendo pra não cruzar com ele hoje, nem amanhã e se pudesse nunca mais. Será que não tinha um jeito de você mandar o Flávio ou o Kleber fotografarem ele nas pirâmides do Egito, no Saara... não?

Rita riu. Para mal dos pecados, Roni entrou na sala e, ao ver os dois juntos no sofá, perguntou:

- Interrompo alguma coisa?

Ainda olhando para as fotos, Marco balançou a cabeça sutilmente como a dizer: “Ah, meu Deus, não!”

- Entra, Roni, disse Rita, levantando-se com um sorriso amarelo.

O rapaz entrou meio apreensivo e depois de dar uma rápida olhada para Marco, perguntou:

- Podia falar com você a sós, Rita?

Rita olhou para Marco que retribui o olhar e voltou a olhar para as fotos. Ela respondeu:

- Não... O Marco é funcionário da RR e eu não tenho segredo com você. Se for algo profissional, pode falar.

- Bom, é que... eu preciso fazer uma viagem e... preciso de... grana. Queria saber se você pode me adiantar algum...

Rita foi encostar-se em sua mesa e olhou para ele espantada. Marco ergueu os olhos e fez o mesmo e perguntou:

- Como é que é?

- Marco, deixa isso comigo, Rita interrompeu. – Eu converso com o Roni.

- Isso aqui não é a casa da sogra, Marco insistiu.

- É sim, pelo menos da sua, falou Roni, cínico.

Marco se levantou, jogou as fotos no sofá e avançou nele, agarrando-o pelo colarinho e empurrando-o contra a parede.

- Eu não falei mentira nenhuma, falei! – disse Roni. – Ou será que falei.

- Eu não suporto nem ouvir tua voz, sabia?

- Ah, eu devo ter falado sim. Ela não é sua sogra, é sua amante...

- Cala a boca, Roni Lemos, ou eu acabo com você! - Marco disse entre dentes.

Rita se aproximou deles e segurou os ombros de Marco.

- Marco, para! Isso não vai adiantar nada!

- Se você me machucar, vai estar muito encrencado, cara. Eu te processo. Me solta!

- Não vou soltar, não. Acho que mesmo que eu quisesse agora, a gana que eu estou de partir sua cara é tão grande que eu não vou deixar pra trás esse prazer.

- Marco, solta ele... por mim... e pela Amanda...

Rita pediu tão calmamente que Marco estranhou. O nome de Amanda causou efeito tão imediato nele que, depois de alguns segundos olhando nos olhos de Roni, o empurrou com força sobre o sofá. Depois foi para junto da janela e tentou acalmar-se. Roni se levantou lentamente, ajeitando a camisa, perguntou:

- Como é, Rita, vai me arrumar a grana ou não?

- Quando você quer?

Marco se voltou e olhou para ela boquiaberto. Não era possível que a prima fosse ceder àquilo.

SUBORNO

PARTE II

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

SEJAMOS, TODOS, LUZES NA ÁRVORE DE NATAL DO CRISTO!

UM NATAL DE MUITO CHOCOLATE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/12/2018
Código do texto: T6532144
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.