O diário de Ana Capítulo VIII

Carlos continuou lendo o diário

"Enfim, chegou mesmo o tão esperado dia do meu encontro com Marcos, pensei comigo, e recordo-me bem que mergulhei no momento sem programações

prioritárias, meu lema era, deixar acontecer. Joana e Sofia vieram me buscar no horário combinado, eu por minha vez despedi-me de mamãe e papai que me orientou a não desgrudar de Joana, mal sabia ele que este era o plano, a propósito, a mãe de Sofia também iria gostar de ficar um pouco só, sem o marido ou a filha no seu pé.

Então saímos rumo a sorveteria, que se localizara a duas quadras de nossas casas, Joana também caprichou no visual com vestido verde esmeralda e pratarias, perguntei o porque de tamanha apresentação, revelou-me que estava ela interessada no amigo de Marcos, Roberto, e eu nem havia percebido, sou muito distraída.

Chegamos na sorveteria olhei para o lado e para minha surpresa ele já havia chegado e também por que estava me observando da vidraça do lado de fora. Meu corpo se arrepiou da cabeça aos pés, eu travei, não sabia o que fazer, foi quando Joana percebendo minha reação tratou logo de acenar para garçonete para fazer os pedidos e logo que ela nos trouxe pediu com toda gentileza para mãe deixar que nós duas tomassemos nossos sorvetes na praça.

Joana por sua vez disse:

-Não demore.

-Sim, mamãe, respondeu Sofia.

Sofia também estava na expectativa de encontrar Roberto, mas ele não apareceu.

Então fomos em direção a praça, e eu já estava corada, com certeza estava sim.

Foi quando avistei Marcos, seus olhos fixaram-se nos meus fazendo com que eu perdesse a respiração, nesse meio tempo Sofia nos acaltelou com a voz um pouco séria:

-Fiquem por aqui, eu vou ficar por perto.

Dito isto, ela se distanciou de nós ao ponto que ficássemos a vontade para conversar.

Foi quando ouvi repentinamente:

-Você está muito linda.

Não sabia o que dizer, de tanta vergonha, só consegui sorrir com graciosidade e de alguma forma agradecer pelo elogio.

Enfim, a conversa fluiu ao longo dos segundos, palavras monossílabicas, que não faziam muito sentido, porém nossos olhos não paravam de se entreolhar, parece que eles conversavam por si só. De repente Sofia veio afobada dizendo:

-Minha mãe já está na porta da sorveteria, vamos Ana, agora.

Marcos se levantou apressadamente, se enclinou e beijou o meu rosto, acenou para Sofia se despedindo, e disse-me que queria me ver de novo. Nessa hora fiquei pálida, com as pernas trêmulas, mal conseguindo andar. Ao chegar perto de Joana ela nos interrogou:

-Por que demoraram tanto?

-Mamãe nos distraimos com as crianças brincando na praça. Sofia falou isso porque ela realmente havia se distraído com as crianças, então fora uma boa justificativa. Joana deu de ombros para as meninas as direcionando para retornarem para casa. Voltou-se para mim e me perguntou se eu havia gostado do passeio. Respondi que sim, que foi um passeio maravilhoso. Ela olhou para mim sorridente compreendendo talvez que a resposta seria justificada devido ao fato de eu quase não sair de casa. Mal sabia ela que a minha real felicidade era devido ao meu encontro com Marcos, e eu percebi neste momento que já estava completamente apaixonada por ele.