Imagem feita no COREL DRAW por Valdemiro Mendonça.


                               “LIVRE ARBITRIO 01”



Escrito numa fase que acredito tenha sido uma fuga de mim mesmo e não reflete o que gosto de escrever na realidade- Valdemiro Mendonça
 
MORRE O ZÉ PINGUÇO

PARTE 01
 
     Morreu o Zé pinguço! Suspeitou-se no princípio que ele tivesse comido bagres envenenados, mas a autópsia revelou que o caipira morreu mesmo em consequência de coma alcoólico. Este parágrafo  eu quero dedicar as minhas amigas: Maria Lucia “Lu” – Rosa Maria, Eleine da coluna Feng-shui, Eliana Sobis, pois, são pessoas que levam a sério o mundo espiritual e a todos que também tem o espiritualismo como religião. Eu não tenho qualquer base, não li nenhum livro espírita, E o pouco que sei, vem do que eu vejo na mídia e às vezes em conversas com amigos e pessoas que estudam o assunto.


     Se é que ninguém disse ainda, vou criar aqui uma locução de como eu penso que são os espíritos, anjos e Deus. “Por serem entidades que estão num plano muito superior ao do ser humano, Deus. Anjos e espíritos de luz, não ofendem não se ofendem e nem dão importância ao que pensamos ou falamos nós, espíritos que estão na terra para aprender e progredir na sua luz”. O que vou fazer é brincar com o imaginário sem, no entanto, em nenhum instante pensar, em menosprezar os que fazem cultos a estas entidades.


     O Zé da pinga teve uma vida boa até os dezoito anos, Perdeu a virgindade no casamento com Jesuína que tinha fogo na perseguida. Três meses depois do casamento José Pedro Aparecido teve que voltar mais cedo da roça, pois uma cobra o picara e ele apesar de saber não ser aquele um ofídio venenoso, tinha mais de dois metros e suas presas rasgaram a carne provocando muitas dores no seu calcanhar. Seu rancho de adobe coberto de sapê estava com a porta da frente fechada e José pensou que sua esposa talvez estivesse tirando um cochilo e seria uma ótima chance de dar um susto nela.


     Aproximou-se sem fazer barulho com a intenção de brincar com sua amada, mas ficou curioso quando ouviu gemidos e suspiros dentro de casa, contornou o casebre e pela fresta da janela ele viu no seu quarto, em cima da sua cama, sua amada Jesuína nua e seu primo Joel também nu sobre ela,. sentiu-se humilhado, miserável, como pode duas pessoas de que ele gostava tanto o estarem traindo daquela maneira tão sórdida, tão covarde.


     A raiva o cegou e o fez ficar com sede de vingança, deu a volta em silêncio e foi à porta da cozinha, entrou pé ante pé e pegou a velha espingarda que recebera de presente do seu pai e que ele usava para caçar veados ou queixadas. Armou os dois gatilhos e foi em silêncio para o quarto de casal que tinha apenas uma tosca cortina de taboa trançada à guisa de porta. Abriu entrou e ficou apontando a arma para os dois amantes que no embalo da metenguência, só se aperceberem da sua presença quando ele cutucou com força o fiofó do primo com o cano da espingarda retomando rápida a posição de apontar a arma.


     Seu primo quando o viu gritou para que José o perdoasse, sabia que seu parente não toleraria este tipo de traição, já falou chorando e dizendo que a culpada era a mulher que o induzira provocando-o. José não falou nada, apenas disparou a arma apontada para o coração do garoto de quinze anos, que morreu instantaneamente, a mulher deu um grito quando explodiu o tiro, José continuou em silencio, tinha um nó na garganta, a mulher sabia que morreria, mas mesmo assim pediu perdão.


     O corpo do garoto resvalou de cima dela e caiu no chão de terra batida deixando o lindo corpo da jovem mulher exposto na sua bela nudes, José disparou a arma novamente, mas desta vez mirou o estomago da mulher, sabia que era uma morte horrível, lenta e dolorosa. Ficou como uma estátua, não moveu um músculo até ela dar o último suspiro depois de quase uma hora agonizando.

     Amigos é violento este início, espero que aguentem as pontas este é um livro atípico, pois foge à minha costumeira forma de escrever meus contos caipiras com humor. Meio louco, mas tem quem escreve terror, e tem quem gosta. Eu por exemplo. Continua breve.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 14/05/2019
Reeditado em 12/06/2019
Código do texto: T6647185
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