Q.B. - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO - PARTE 4

III - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO

Don’t judge us by distance or the difference between us…

(Não nos julgue a distância, ou a diferença entre nós...)

…try to look at it with an open mind...

(...tente olhar para isso com a mente aberta...)

…because where there is one room... you always find another…

(...pois onde há um quarto... você sempre encontrará outro...)

John Reid sorriu e balançou a cabeça negando, emocionado.

- Hoje não... Mas nem precisa. Eu sei... Eu só estou nisso tudo, meu caro, porque você não é tão extraordinário como empresário, como é como cantor e músico, e ficaria todo enrolado se tivesse que empresariar você mesmo.

Elton franziu as sobrancelhas.

- Tão ruim assim?

- Não que seja ruim, disse John, sorrindo. - É que, nem todo mundo tem todos os dons do mundo. E quem foi que um dia me disse que não tinha jeito pra ficar pregado atrás de uma mesa o dia inteiro, hein? Estou aqui pra te fazer ficar o mais longe possível dela. Ainda não penso em parar. Como o Gary disse: eu não tenho jeito para músico. Quando tiver, se você cansar de cantar para as multidões, a gente troca de lugar, certo?

Elton sorriu. John bateu com o tamborim na cabeça de Gary, entregou-o a ele e deu as costas, saindo. Gary apoiou-se no piano, perguntando a Elton que tinha voltado a se sentar.

- Feliz?

- Só vou poder responder a isso quando voltarmos, Gary.

- É bom começarmos a selecionar as canções que você vai fazer lá, Elton, disse Ray.

- É verdade. Mãos à obra!

No dia 30 de abril foi lançado na Inglaterra o mix gravado com Thom Bell, produtor musical, chamado apenas Thom Bell Sessions, onde Elton havia sido apenas o cantor, pois as letras e a música eram todas de Thom Bell.

Depois isso, Elton e Ray fizeram três concertos no Philarmonic Hall de Jerusalém, um no dia da Independência, 1º de maio, e nos dois dias seguintes. No dia 04, foram para Tell Aviv e apresentaram-se no Mann Auditorium. A renda destes shows foi revertida para o Centro do Desenvolvimento da Criança e da Família, de Jerusalém.

Finalmente, no final de maio, seguiram para Moscou e fizeram lá um show no Russya Hall, que foi transmitido pela rádio local.

No primeiro dia de junho, partiram para Leningrado para mais outros oito concertos.

No concerto inaugural, no Teatro Oktyabrsky, o público estava meio tímido porque havia muita restrição e proibição por parte das autoridades e o povo não estava acostumado a grandes efusividades públicas. Elton e Ray faziam o possível para animar a platéia, que ficava sentada, impassível, assistindo a tudo com muita vontade de sair dançando, mas não o faziam por receio de represálias.

Os promotores disseram no início que Elton não poderia nem cantar “Back in the USSR” dos Beatles, pois os líderes do país poderiam não gostar, mas ele cantou mesmo assim e, show a show, Elton foi conquistando e animando as plateias e, no final do show, o público vibrava tanto que acabou por invadir o palco, mesmo com a interferência de seguranças. Todos queriam vê-lo de perto e se recusaram a sair do teatro. Além disso, havia uma imensa massa de pessoas que estavam do lado de fora, tentando ver o cantor de perto, pois não tinham podido entrar por falta de ingressos, que foram esgotados em pouco tempo.

O cantor era então o primeiro astro do pop-rock a se apresentar na União Soviética com tamanha aceitação e tremendo sucesso. A BBC de Londres teve permissão de filmar tudo e o vídeo cassete foi posto à venda, com grande aceitação.

De tudo isso, Elton só queria uma coisa: que as barreiras que impediram o rock de entrar na Rússia fossem quebradas para sempre, com seu primeiro passo. Lembrava-se das palavras de Fred: “Você é um homem que tem o poder de mudar o pensamento das pessoas com suas canções, Elton, e vai fazer o mesmo com suas ações...”.

DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO – PARTE 4

CONTINUA...

DEUS ABENÇOE A TODOS E NUNCA PERCA SUA FÉ!

OBRIGADA E BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 31/07/2019
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T6708768
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