Q.B. - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO - PARTE 6

III - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO

Don’t judge us by distance or the difference between us…

(Não nos julgue a distância, ou a diferença entre nós...)

…try to look at it with an open mind...

(...tente olhar para isso com a mente aberta...)

…because where there is one room... you always find another…

(...pois onde há um quarto... você sempre encontrará outro...)

Elton colocou o telefone no gancho e olhou para John e Clive, com cara de criança travessa.

- Vamos?

- Vamos, mas não vou poder ficar muito tempo, disse John. - Tenho que passar na Enterprises ainda hoje.

- Então me dá só um tempo de tirar essa roupa com cheiro de repórter e tomar um banho.

Elton subiu correndo. Clive cruzou as pernas e perguntou:

- Será que é sonhar demais, pensar que esses dois possam vir a compor juntos, novamente?

- Calma, Clive... Vamos dar tempo ao tempo. As coisas têm que acontecer devagar.

- Você não gostaria?

- O que eu gostaria ou você ou quem quer que seja não importa. A vida é deles...

Clive concordou, suspirando fundo.

Depois de desligar o telefone, Bernie olhou para a máquina de escrever à sua frente, deu um leve sorriso e continuou a escrever. Toni entrou, pronta para sair, e envolveu seu pescoço, beijando-o no rosto.

- Tchau, tigre. Vou fotografar até a noite, viu?

- Eu sei, ele disse, continuando a trabalhar.

- Sabe? Como?

- Eu ouvi você falando com aquele chato que te fotografa, pela extensão.

- Bernie!

- Foi sem querer, juro! - ele disse, voltando-se. - Eu ia telefonar e você estava na linha, eu não resisti...

- Não resistiu...

Ele reparou no vestido preto que ela estava vestindo e a percorreu inteira com os olhos.

- Tem certeza de que você tem que ir?

- Gostou? - ela perguntou, dando uma volta em torno de si mesma.

- Não faça isso de novo, senão eu não consigo trabalhar direito a tarde toda! - ele falou cínico, fazendo Toni sentar-se em seu colo.

- Por que você acha que o Chaggy é um chato?

- Não sei... Será que é porque... ele é chato mesmo? Qualquer um que passe mais horas por dia do que eu te focalizando, vai ser sempre um chato.

- Ciúmes, Bernie John Taupin?

- Não, Toni Lynn Russo... Despeito crônico mesmo. Mas eu acho que não tenho muito que temer a respeito do... Chaggy. Você não é bem o que ele gosta, disse ele com um sorriso irônico.

- Não faça deduções precipitadas, meu bem. O Chaggy é muito boa pessoa.

- Não duvido. Todos eles são. Não tenho nada contra os fotógrafos. Tenho grandes amigos muito queridos no meio deles.

- Chaggy não é o que você pensa.

- Se não fosse, ele não trabalharia com você nem mais um minuto.

- Pobrezinho, amor! - lamentou Toni.

- É essa a palavra: pobrezinho.

- Que é que você está fazendo? - perguntou ela, querendo mudar de assunto, voltando-se para a máquina de escrever e olhando para a folha em que ele escrevia.

- Estou tentando escrever alguma coisa. Ando tendo umas idéias. Tenho planos pra oitenta.

- Planos? Que bom! Dennis tem alguma coisa a ver com esses planos?

- Tem... Ele pegou algumas coisas que eu escrevi em setenta e sete e musicou. Ficou muito legal.

- E ele vai gravar com os Buckinghams?

- Não necessariamente...

- Não? - Toni estranhou

- Eu vou gravar, disse Bernie com um sorriso no rosto.

Toni levantou-se do colo dele e falou, surpresa:

- Você?!

Ele colocou o dedo em riste na boca e pediu segredo.

- Não espalhe isso ainda pra ninguém. Não quero que ninguém saiba ainda.

Ela olhou no relógio e falou:

- Que pena que eu já tenho que ir, senão ficaria a tarde inteira com você falando sobre isso.

- Não vai...

- Não posso, amor! Mas eu volto cedo.

- Ah, o Elton está vindo aí com John Reid e Clive Franks.

- Ah, não! E eu não vou estar aqui?

- Tudo bem, ele já sabe que você me deixa em casa cozinhando... disse ele cruzando os braços, encostando o corpo na cadeira giratória.

Toni riu, beijando-o.

- Eu vou fazer o possível pra ficar livre cedo. Prenda-o aqui, certo?

Bernie foi levá-la até a porta e o telefone tocou. Toni esperou, enquanto Bernie foi atender.

- Alô!... Oi, tudo bem?... Está sim... É, eu sei. Ela já está de saída... Eu mesmo, Bernie, marido dela... Claro que não... Não se preocupe com isso... Eu sei, você já me disse... Tudo bem... Certo. Obrigado!... Tchau!

Ele colocou o telefone no gancho e começou a rir.

- Quem era? - Toni perguntou.

- Adivinha. O seu pobrezinho. Chaggy! Vá embora que o cara está aflito.

- Bernie!... ela repreendeu.

Ele lhe jogou um beijo. Ela saiu e, antes que fechasse a porta, o cão pastor negro de Bernie entrou e correu para ele.

- Não o deixe subir no sofá, amor! - ela gritou, já do lado de fora.

- Pode deixar! - Bernie respondeu, abraçando-se ao cão que lhe lambia o rosto, alegre. - Mamãe não quer que a gente suba no sofá, Vodca. Você ouviu, não ouviu?

O cão não pareceu fazer muita questão de obedecer a ordens. Pulou sobre o sofá e acabou derrubando Bernie sobre ele também.

- Vodca!... A Toni me mata! Vamos, vamos subir e tomar um banho. Nós temos visita importante hoje, sabia?

Ele começou a subir as escadas com Vodca quando a campainha tocou.

- Ah, por Deus! Não, agora!

Desceu novamente e foi abrir a porta.

DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO – PARTE 6

CONTINUA...

DEUS ABENÇOE A TODOS E NUNCA PERCA SUA FÉ!

OBRIGADA E BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 02/08/2019
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T6710451
Classificação de conteúdo: seguro
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