Q.B. - QUERO BEIJAR A NOIVA! - PARTE 18

XVI - QUERO BEIJAR A NOIVA!

And when the preacher said: “Is there anyone here

Gotta reason why they shouldn’t wed?”

“Kiss the bride” – (Álbum Too Low For Zero – 1983)

Elton conhecia bem o jeito como Bernie se sentia quando estava inspirado e a facilidade que tinha para compor suas letras. O parceiro era tão gênio na escrita como ele era para criar sua músicas, por isso os dois davam tão certo há tantos anos.

- Não vai contar? – John perguntou.

- Não!

- Por que não? – Renate perguntou. – Até eu fiquei curiosa.

- Porque... eu já falei, não surgiu como ideia pra um clipe. Era um clipe na minha cabeça como... aquilo que me sugere a letra quando eu escrevo. O que envolveu minha cabeça pra criar o enredo da canção. “In Neon” é uma... micro-história a respeito das coisas pelas quais eu sempre fiquei fascinado: bares que ficam abertos a noite inteira, boates, o... “underground”, e todos os que trabalham nesses lugares e são colocados meio de lado pela... sociedade acima do asfalto e acabam... envelhecendo e vegetando em cima da glória passada de outros...

- Há uma garota na letra, estou enganada? Você fala... "dela"...

- Não... Você lembra disso?

- A canção ficou muito bonita.

- Mas a garota da letra só ilustra esse... pensamento meu. Colocar uma mulher sempre ajuda. Sempre gostei de falar delas. Essas mulheres a margem de tudo que apesar de tudo pensam que ainda são importantes para alguém, que ainda são alguma coisa e sonham que ainda podem imaginar seus nomes brilhando... em luzes de neon.

- Isso é muito bonito... ela disse, olhando Bernie nos olhos.

- O que eu imaginei não é um clipe. Pode até se encaixar num clipe, mas não é.

- Então faça com que se encaixe, disse Elton. – Dirija um clipe meu.

Bernie olhou para Chris Thomas que perguntou:

- Não falei?

- Querem parar com essa troca de confidências! Que tanto vocês segredam?

- Ele contou todo esse enredo pra mim e esboçou a ideia toda e eu acho tudo muito válido, só que...

Ele olhou para o letrista que apagou o cigarro num cinzeiro em seu colo.

- Só que o quê? Pelo amor de Deus, Bernie, acaba logo com isso!

- Só que no meu clipe... não entra você.

- Só por isso? – Elton perguntou.

- Elton, seriam imagens de uma micro-história que não é a sua. Você não apareceria.

- E daí? É até bom que eu não apareça.

- Sério? Por quê?

- Porque... não sei se concordaria ser dirigido por você, Elton respondeu, encarando o parceiro e esforçando-se para não rir.

Bernie ergueu as sobrancelhas e Chris riu. John balançou a cabeça levemente.

- Não vai perguntar por quê? - Elton perguntou.

- Não... porque deve ser mais ou menos pelo mesmo motivo que eu não gostaria de dirigi-lo. Você é teimoso, exigente e mandão. Eu também não fico atrás. Não daria certo. A gente se separaria de vez desta vez.

- Exatamente, Elton falou, rindo. – Mas eu deixo isso por sua conta. Fica até mais barato pra gente, não é, John?

- E como! Sem o astro...

- Você é que pensa! – falou Bernie. – Astros em véspera de retiro definitivo pagam mais e fique certo de que eu vou cobrar por cada minuto do meu trabalho. Sua voz vai estar lá, meu caro.

- Ah, não enche, seu... mercenariozinho do caramba!

- O trato não foi esse? Cinquenta/cinquenta sempre? Não trabalho de graça pra ninguém mais!

- Se é tudo cinquenta/cinquenta, quando eu me aposentar você se aposenta junto.

- Errou de novo. Metade dos grupos novos de Los Angeles e da Califórnia inteira querem Bernie Taupin como seu letrista ou produtor. Estou mentindo, JR?

- Não, falou John, sorrindo e olhando para Elton que disse:

- Ótimo, pelo menos não vou deixar você desamparado, merdinha.

Bernie riu gostoso.

A secretária de John chamou pelo interfone.

- O telefonema que o senhor estava esperando, senhor Reid. Posso transferir?

- Pode, Lisa, obrigado.

- E o senhor Frank Presland pediu para que o senhor ou o senhor John ligarem para ele o mais rápido possível.

- Falou sobre o quê?

- O processo contra a DJM.

Elton e Bernie olharam um para o outro e fizeram uma careta, cada um com seu motivo. Elton pegou Renate pela mão e levantou-se. John desligou o interfone e perguntou:

- Você não vai falar com ele?

- Não. Você cuida disso pra mim. Eu ainda estou em lua-de-mel. Responde “sim” pro cara da Sasson e “não” pro Frank.

- Mas você nem sabe sobre o que ele quer falar!

- Nem quero saber. Eu só vou tomar alguma iniciativa quando conversar cara a cara com aquele cabeça dura do Dick. E mesmo assim, só depois da turnê; portanto só em 85. E tchau pra todos.

- Aonde você vai? – Bernie perguntou.

- Namorar, ele falou, com um sorrisinho maroto.

Com um jeitinho quase infantil, ele colocou as mãos sobre os ombros da mulher e a empurrou para a porta. Acenou para os três, antes de fechá-la.

Bernie riu.

- Quem te viu e quem te vê, Reg... Dá-lhe, EJ!

- Que mudança! – Chris disse, quase para si mesmo.

- Tomara que seja só fase... disse John, com despeito, apanhando o telefone.

- Ciúme, John? – Bernie perguntou, sarcástico.

- Vá se ferrar, Taupin!

Chris e Bernie riram juntos.

XVI - QUERO BEIJAR A NOIVA – PARTE 18

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

VAMOS SAIR DESSA MAIS FORTES!

SAÚDE E PAZ AO MUNDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/04/2020
Código do texto: T6910104
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