QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 17

XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)

“You can’t shoot down the moon, some things never change…

...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”

“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985

Naquela noite, Elton e Renate foram assistir ao musical “Pum Boys and Dinnets” no Teatro Picadilly de Londres. Mais do que um simples casal, onde quer que fossem, os dois eram motivo de olhares e comentários discretos. Elton, sabedor de todo burburinho que provocava ao aparecer num lugar público com a mulher, apenas usufruía dessa posição e deixava que os boatos corressem. Ele estava terminantemente disposto a mostrar que estava feliz e fazer com que as pessoas não se infiltrassem em sua vida particular mais do que as barreiras do olhar permitissem. Enquanto isso, esbanjava do seu direito de sair, divertir-se e gozar de todo descanso a que tivesse direito, depois de um ano de trabalho duro.

Ele ia com Renate a todas as festas que lhe convidassem. Evitava, porém, dar festas em casa para deixar Renate longe do constrangimento de ver algum antigo amigo que lhe pudesse ocasionar algum desconforto.

No dia 14 de fevereiro, aniversário de casamento dos dois, foram a outra festa de casamento: a de Kenny Everett, um antigo amigo, na igreja de West London.

De volta a ativa, Elton começou a pensar na futura produção de seu novo álbum. Depois da conversa tida com Steve Brown e Gus Dudgeon em sua casa, tempos atrás, ele resolveu trazer de volta para perto de si antigos amigos e os maiores responsáveis por toda força que tinha conseguido ter para tornar-se um superstar.

Gus aceitou produzi-lo e só ele mesmo para produzir um tão vasto material de Elton, como o que tinha nas mãos no momento.

Gus Dudgeon havia produzido vários álbuns do cantor desde o ELTON JOHN, de 70. Havia presenciado dois dos períodos mais prolíficos e, por que não dizer, sofridos de Elton e Bernie: GOODBYE YELLOW BRICK ROAD e BLUE MOVES. Ninguém melhor que ele para estar ao lado de Elton novamente.

Durante uma conversa em que combinaram tudo, no escritório de Elton, na Rocket Records, os bons tempos voltaram em palavras e em ideias, e com isso o assunto Dick James também voltou.

Confortavelmente acomodados na luxuosa sala, Elton, Gus, Steve, John, Davey, Fred e Bernie conversavam.

- Eu não sei por que você ainda não iniciou esse processo, falou Steve. – Não me diga que por amizade ao DJ?

Elton, com os braços apoiados na poltrona, sorriu e quase que ingenuamente, respondeu.

- Por mais incrível que possa parecer, sim.

- Ora, Elton... disse Gus.

- Não sei explicar pra vocês o que me faz agir assim de vez em quando, mas eu não tenho nada contra ele. Nada mesmo!

- Você está brincando! – Steve falou. – Você vem falar isso pra quem quase te viu comer grama por causa da teimosia dele? Você deve isso a Ray Williams que foi a primeira vítima!

- Se não fosse a teimosia dele, eu não teria conhecido vocês, você principalmente Steve. Se o Dick James tivesse me facilitado as coisas desde o começo, eu não teria tanto prazer agora de ter passado meus anos mais difíceis ao lado de vocês, de gente como vocês. Foi duro sim, foi... mas...

Ele olhou para cada um deles que estava ali naquela sala e continuou:

- O Dick não me lesou do meu talento. Eu só queria... ter um meio de reaver minhas matrizes sem ir à Corte, mas ele não se considera devedor de nada. Como empresário, ele não quer saber diálogo comigo. Repito, nós éramos amigos até que esse assunto viesse à tona.

- Grande amigo! Não quer te devolver uma coisa que é sua por direito, disse John. – Qualquer pessoa de bom senso está vendo isso.

- Há amigos e amigos, John, Bernie falou. – Apesar de não ter sido lá essas coisas como publicador, devo admitir que ele nunca foi falso. Nunca beijou nossos pés e sempre jogou aberto, apesar de não dizer com todas as letras que estava... segurando mais da metade do nosso dinheiro com todas as mãos que tinha. Ele nunca fingiu morrer de amores por nós. Você se lembra das discussões homéricas que ele tinha com você e com o Elton?

- De que lado você está afinal, Taupin? – John perguntou.

- Do meu lado e do lado do Elton, sem sombra de dúvidas. Eu sei o que ele sente a respeito e entendo, embora não aceite.

- Então você concorda com o processo? – Gus perguntou.

- Por mim, já o teria processado no dia em que assinamos aquele contrato por dez libras por semana, Bernie disse, rindo. – Só lamento ter só dezoito anos na época.

- E não há outro jeito, Elton falou. – Vamos ter que partir para isso mesmo.

- Posso ligar pra o Frank então? – John perguntou, animado, erguendo o corpo no sofá.

- Pode.

- Aleluia!

O empresário levantou-se e foi para o telefone fazer a ligação. Quando John voltou da ligação e sentou com eles outra vez, Steve perguntou:

- Você já tem os músicos pro novo álbum, Elton? Nigel e Dee já não estão com você de novo, não é?

Bernie ergueu os olhos e olhou para Elton que por sua vez olhou para John e coçou o nariz, sem responder de imediato. Steve achou estranha a reação. Olhou para John de onde veio a resposta.

XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 17

É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...

SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/05/2020
Código do texto: T6951623
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