QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 18

XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)

“You can’t shoot down the moon, some things never change…

...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”

“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985

Bernie ergueu os olhos e olhou para Elton que por sua vez olhou para John e coçou o nariz, sem responder de imediato. Steve achou estranha a reação. Olhou para John de onde veio a resposta.

- Nigel foi dispensado e... por consequência... Dee também não vai estar com a gente. Os dois são como parceiros, vocês sabem.

- Por quê? – Gus perguntou.

John olhou para Elton e, como ele não falava, ele resolveu abrir o jogo de uma vez.

- Nigel anda querendo... ser tratado como o Elton e...

- Quê?! Como assim?

Até Bernie ergueu as sobrancelhas ao ouvir aquilo. Ele também não sabia daquela novidade.

- Ele foi dispensado e é só. Quer ter regalias que os outros músicos não têm só...

John parou no meio da frase, olhando para Elton, sem saber se diria ou não.

- Só...? – Bernie perguntou.

- Por ser um dos músicos mais antigos do Elton e...

- Mas ele é um dos músicos mais antigos do Elton, disse Bernie. - É praticamente o primeiro baterista da gente! Ele tocou no “Empty Sky” em 69! Nigel Olsson é um baterista fantástico e muito amigo da gente, caramba! Qual o problema?

- E daí? – disse John.

- E daí?! E daí o quê, John?

- Outra época, Bernie. Ele não pode exigir ser tratado diferente só por isso. Temos muitos amigos. Caleb, Roger Pope tocaram também e nem por isso estão nos processando por não estarem conosco agora! A gente está procurando e é questão de tempo pra achar. O que não falta é gente talentosa por aí.

Bernie olhou para Elton que não olhou de volta, com receio de encarar o olhar do parceiro. Davey sutilmente tocou a mão de Bernie, pedindo calma.

- É... Os dois farão falta, disse Gus, sem querer se meter num assunto que já estava resolvido; apesar de gostar muito do trabalho do baterista, o assunto já estava mais do que decidido pelo que ele via.

Para quebrar o gelo em que a conversa sutilmente tinha caído, Steve comentou:

- Pena que não vai ficar exatamente como há dez anos...

- Queria que aquele tempo voltasse também... suspirou Davey.

- Isola! – disse Bernie, batendo três vezes na ponta da mesinha.

- Não gostou, BT? – Gus perguntou.

- Que é que você acha?

Gus sorriu e não respondeu.

- Você já tem alguém em mente pra tocar o baixo e a bateria? – perguntou Steve.

- Vou convidar todos os que puder, Elton disse, respondendo à pergunta de Steve. – Novamente vou modificar meu som. Quanto mais gente boa melhor. Farei o possível para encher o estúdio de feras! Por isso chamei vocês dois pra início de conversa.

- Como se Nigel e Dee não fossem feras... falou Bernie baixinho, mas alto o suficiente para Elton ouvir, pois foi para ele que ele disse.

Elton fechou os olhos, coçando a testa, com a mão cheia de anéis.

- O que você quer dizer com: “convidar todos os que puder”? – Davey perguntou, desconfiado.

- Calma, grandão. Seu lugar já está garantido, mas estou sem músicos. Os únicos que continuam comigo são vocês dois, você e o Mandel. Esse garoto foi muito importante pra mim na turnê passada.

Elton sorriu para o tecladista que sorriu de volta, timidamente.

- Sem Dee e Nigel, começa tudo de novo a caça a bateristas e baixistas; vou querer metais e muita percussão, orquestra, todo tipo de som. E pra tanto material... nada como um diversificador. E nem me perguntem se eu tenho medo de ser acusado novamente de ter uma grande banda e muito pouco talento. Acho que já provei coisas demais nesses últimos dez anos. Quero esbanjar o talento dos outros agora.

- Quando você pretende começar a gravar? – perguntou Steve.

- Em abril... ou antes, nos SOL, em Berks. Com todo o teclado que eu puder colocar. Prepare os dedinhos, Fred.

Fred Mandel sorriu.

- É, eu já estava mesmo cheio de ter que dividir solos de guitarra com ele, brincou Davey, passando as mãos pelos longos cabelos loiros, fingindo despeito.

Todos riram. Inclusive Fred.

- Já combinei com o Jim vir dar uma mãozinha pra mim nos arranjos de cordas, caso haja alguma necessidade.

- Palavra chave: diversificador, como em BLUE MOVES, falou Gus.

- Bingo! – disse Elton.

- Tudo John/Taupin? – Steve perguntou.

- Tudo. No álbum sim. E... tem um projeto nosso que vai ser gravado pela Rocket Records, mas ainda é meio... segredo.

- Segredo?

- Ei, o que é segredo? – perguntou Davey, ajeitando-se na poltrona interessado.

- Nada, xereta! – disse Elton. – É só uma canção feita por nós pra ser cantada com uma amiga que eu prefiro não revelar agora. Vocês vão saber quem é ela com o tempo.

- Hum... Eu, hein! – disse Steve. – Elton John tem segredos pros amigos!

- Não tenho, mas isso não pode ser revelado ainda. É só um projeto em andamento, mas ela não deu a última palavra.

- E como sempre o Bernie sabe, disse John.

- Eu também, falou Fred.

Davey sentado ao lado dele, olhou-o espantado. Depois se voltou para Bernie do seu lado esquerdo e falou:

- Por que só os Flintstones sabem? E eu?

Todos começaram a rir. Bernie e Fred seguraram cada um uma mecha dos cabelos do guitarrista que se encolheu todo, gritando:

- Solta que custa caro mantê-lo assim! O que vocês têm contra os Flintstones?

- Quando a gente te chama de Garibaldo você não gosta! – disse Bernie.

- Eu sou o que vocês quiserem, mas soltem meu cabelo, porra!

Os dois soltaram, rindo dele. Davey ajeitou a cabeleira loira e massageou a cabeça.

- Esquentadinhos!...

Riso geral.

XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 18

É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...

SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 20/05/2020
Reeditado em 21/05/2020
Código do texto: T6952636
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