QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 19

XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)

“You can’t shoot down the moon, some things never change…

...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”

“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985

Pouco mais à tarde, Steve e Gus se retiraram com John Reid. Elton, Davey, Fred e Bernie foram até o estúdio da gravadora e começaram lá a conversar a respeito de algumas canções e tentaram planejar alguma coisa.

Enquanto os músicos discutiam música, Bernie sentou-se num canto e, enquanto observava, apanhou uma caneta e um bloco de papel e começou a ensaiar linhas de alguma outra letra. Saiu do tempo.

Quando deu por si, sentiu alguém atrás dele. Elton estava apoiado no encosto da cadeira, espiando o que ele escrevia. Bernie percebeu e virou o rosto para ele. Sorriu e colocou a mão sobre o texto.

- Droga! Há quanto tempo você está aí?

- O tempo suficiente pra perceber que você não estava aqui. Acabou?

Bernie olhou para a folha e suspirou.

- Não sei... Se eu não fico com você enquanto você compõe, não quero você no meu pescoço quando eu componho, ok?

- Não pensei que você fosse fazer isso aqui. Se não acabou, eu vou embora.

- Não... Acabei... É pra você, disse ele, levantando a folha de papel por cima do ombro.

- É pra mim?

- Leia e diga o que acha? Mesmo que eu tenha terminado, você vai tirar metade depois...

Elton apanhou a folha e sentou-se num degrau ali perto deles.

- “Act of War” (“Ato de guerra”)! Nossa! Forte.

Bernie não disse nada. Enquanto Elton lia tudo em silêncio, o letrista levantou-se e foi para perto do piano, apoiando-se nele, esperando o veredicto.

Ao terminar a leitura, Elton olhou para ele e sorriu.

- E então? – Bernie perguntou.

Sem responder, Elton levantou e aproximou-se do DX7.

- Você criou isso agora, ali, sentado naquela cadeira?

- Não... Na verdade, não. A ideia já vem passeando pela minha cabeça desde que você encomendou a letra da música pra Tina Turner.

- Isso é o oposto de “Soul Glove”...

- Que tem a ver uma coisa com a outra? – Bernie perguntou, com um leve sorriso no rosto.

- A outra foi feita para a Toni, como “I guess”, não foi? – Elton perguntou sem olhar para ele.

Bernie não respondeu de novo. Elton olhou para ele.

- Não foi?

O letrista deu de ombros e continuou em silêncio.

- Peste! – Elton murmurou, sentando-se no banco diante do sintetizador.

- Você nunca me diz o que pensa quando compõe em cima das minhas letras tão rapidamente; me dou o direito de não dizer o que me inspira minhas letras. Tire suas próprias conclusões, como todo mundo faz e... quebre a cara... como a maioria faz. Mas isso não tem nada a ver comigo... por enquanto. Foi você que pediu.

- Por enquanto?

- Você ouviu o Davey dizer que gostaria de viver a década de setenta novamente... De repente...

- Você já isolou, Elton falou, calmamente, olhando para a letra já apoiada no console do teclado. – Está querendo dizer o quê com isso?

Bernie não respondeu nem fez expressão nenhuma que desse alguma pista do que estava pensando. Elton sabia que ele não falaria mais nada que não quisesse falar e voltou a concentrar-se na letra diante dele. Começou a ler em voz alta:

- “Isso não é nenhuma batalha, meu bem, não é nenhuma luta. Como você pode tornar as coisas tão difíceis quando eu fico fora a noite inteira? Se eu tomo um drinque, isso é contra a lei. Se eu me divirto, você chama isso de ato de guerra...”. Isso é forte. É intenso... Machista até.

Ele continuou lendo:

- “Se esse é o seu jogo, benzinho, dois o podem jogar. Vou até a cidade agora e me divertir do meu jeito.”.

- Isso é feminista, disse Bernie.

- Você escreveu essa parte pra ela cantar?

Bernie balançou a cabeça, confirmando.

- Um “Part-time love” mais violento.

- Não comece a comparar, que diabo! – Bernie se zangou.

- Não estou comparando! É isso mesmo que eu quero. Alguma coisa forte, agressiva, e nada melhor que uma briga de casal. Mãos a obra, Elton!

Elton esfregou as mãos e começou a ler a letra novamente, animado, já ensaiando algumas notas no teclado.

- Vou embora, disse Bernie, indo para a porta.

- Te amo! – Elton gritou.

Bernie sorriu e saiu do estúdio, acenando para ele. Algumas horas depois, o esboço da canção estava pronto nos teclados do DX7 e na mente de Elton.

XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 19

É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...

SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/05/2020
Código do texto: T6953614
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