QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 22
XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)
“You can’t shoot down the moon, some things never change…
...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”
“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985
Elton não estava com a menor vontade de rir. Olhou para Marvin sem jeito e esboçou um sorrisinho amarelo.
- Eu estava cochilando lá embaixo quando ouvi uma cascata desabando pelas paredes! Quase morri de susto. Como você conseguiu, Elton?
O cantor não estava mais com vontade de explicar nada.
- Desculpem todos... Eu estava falando com a minha mulher ao telefone e...
O garçom do hotel entrou ali e avisou ao gerente que seria necessário chamar os bombeiros, pois a coisa havia sido mais séria do que parecia.
- De quem foi a outra suíte inundada? – Elton perguntou.
- Do casal Parkinson, respondeu o gerente.
- Parkinson? Mary e Michael Parkinson?
- Exatamente.
Michael Parkinson era grande amigo dele. Era locutor, jornalista e escritor inglês. Tinha um show na TV Inglesa do qual Elton tinha participado várias vezes e com certeza na próxima, se houvesse, eles iam ter muito que falar!
Elton olhou em volta desolado e disse:
- Por favor, calcule todo o prejuízo e eu pago por tudo hoje mesmo. Por agora... a única coisa que eu posso fazer é... dizer que lamento muito e pedir mil desculpas a todos. Não foi intencional, eu garanto.
- Eu vou providenciar uma outra suíte para os senhores, disse o gerente, ainda muito gentil.
- Não, pra mim não, disse Elton. – Eu não vou ficar. Estarei... em minha casa em Windsor. Por favor, mande a conta para lá.
- Sim, senhor...
Na manhã seguinte, John foi à mansão logo que leu os jornais. Ele iria com Elton ao jogo, mas acabou chegando mais cedo por causa disso.
- Que estória é essa, homem? – ele perguntou, jogando o jornal sobre a mesa onde Elton tomava seu café.
Elton apenas olhou para a manchete e coçou a testa, aborrecido.
- Isso mesmo que você leu. Eu inundei o Savoy!
Bob, sentado ao lado de Elton, sorriu discretamente. Elton olhou feio para ele e ele moderou-se parando o sorriso.
- Inundou?! – John perguntou. – Como diabos se inunda um hotel?
- Eu ia tomar um banho, abri a torneira da banheira e resolvi ligar pra minha mulher enquanto ela enchia... Fui pra sala e esqueci a torneira aberta! Foi isso!
John começou a rir e Bob o acompanhou.
- Mas que raio de telefonema foi esse que deu tempo suficiente de inundar três suítes?!
- Case-se, fique longe da sua mulher uma semana e você vai saber que “raio de telefonema” foi esse!
- Algo me diz que esse telefonema vai sair mais caro do que a encomenda.
- Claro que vai. E eu vou pagar tudo. Isso é o de menos. Pelo menos não machucou ninguém.
John sentou-se à mesa e balançou a cabeça.
- Quer café, John? – perguntou Bob.
- Não, já tomei.
A campainha tocou e Bob foi atender. John ficou olhando para o jornal sem acreditar. Elton apenas observava sua expressão de aborrecimento, mastigando uma fatia de queijo.
Bob voltou com um envelope nas mãos.
- Um mensageiro do Savoy Hotel entregou isso.
John apanhou no envelope antes que Elton o fizesse. Abriu e leu. Seus olhos e boca se abriram de espanto. Elton se encolheu todo.
- Cinco... mil... libras! Você deve a eles cinco mil libras por aquele telefonema!
Elton deu de ombros.
- O dobro disso eu gasto com meu guarda-roupa em turnês. Por que não posso gastar com minha mulher? Não me arrependo.
- Você está se empolgando demais com esse casamento. Está levando a sério demais...
Elton levantou-se e tirou o envelope das mãos dele com raiva.
XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 22
É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...
MUITO VENTO LÁ FORA...
SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
BOM DIA!