LEO - NOVA EXCURSÃO AO CASARÃO - CAP. 5

CAPÍTULO V – NOVA EXCURSÃO AO CASARÃO

No domingo seguinte, conversando com Leila em seu quarto, a garota propôs:

- Que tal se a gente fosse até o casarão, hoje, Cris? Você foi naquele dia?

- Fui...

- E como é lá? Tem fantasmas como as pessoas andam dizendo?

- As pessoas andam dizendo é?

- É, falam que o fantasma do Samuel anda rondando por lá.

- Bobagem! Eu não vi nada. Só uma casa velha empoeirada, mas que já foi muito bonita. Tem até um piano, lá.

- Um piano? Poxa! Eu adoraria ver. Vamos lá hoje?

- Não sei, não... Minha mãe ficou tão aborrecida porque eu fui sozinha da outra vez...

- Mas agora você vai comigo e ela não precisa nem saber. Eu digo que nós fomos até a quadra do colégio jogar vôlei!

- Mentir?

- Eu vou mentir. Você não precisa dizer nada. Só concordar comigo.

- Você faria isso por mim?

- That’s what friends are for, my dear!

Cristina riu.

- Tudo bem, eu topo.

As duas desceram, já vestidas com shorts e camisetas, e Gilda, conversando com o namorado Ivan, nem questionou as duas. Era costume das meninas jogar na quadra da escola e não havia motivo para impedir Cristina de sair.

Vitoriosas, já a caminho do casarão, as duas cruzaram com Bruno, que vinha de moto com Laís, sua namorada, na garupa.

- Aonde vão as donzelas? – ele perguntou, parando a máquina.

- Jogar vôlei na quadra da escola, Leila explicou.

- Mas a escola fica na rua de cima. Por aqui é atalho novo, é?

Cristina tremeu na base, mas Leila consertou.

- Vamos chamar a Débora.

- Ah... sei... Bom jogo. Cris, você não acha que esse short está um pouco curto demais, não? – ele falou, fingindo alugá-la.

- Acho que não. O decote da Laís que o diga, não é, cunhada?

Laís riu e concordou.

- Dá-lhe, garota!

Bruno beliscou de leve a perna da namorada e mostrou a língua para a irmã, dando a partida na moto e indo embora.

Cris respirou aliviada e disse:

- Obrigada pelo contorno, Leiloca.

- De nada. Eu cobro de você em cola.

Seguiram o caminho do casarão sem mais problemas. Chegaram na frente da casa e Leila não gostou muito do aspecto do local.

- Parece casa de filme de terror.

- Que nada! Lá dentro é até muito simpático, se se tirar a poeira e a sujeira. Tem uma mobília muito bonita! Vem...

Entraram na casa e Cristina abriu novamente as cortinas e as janelas, mas ela lembrou-se que havia aberto tudo da outra vez e não havia fechado nada. Achou melhor não comentar nada com Leila, pois sabia que, apesar de ter sido ideia da amiga de ter ido até ali, Leila era meio medrosa e não gostava muito de certas emoções.

- Não é bonita?

- Quando você tirar essa poeira toda eu respondo.

- Ah, Leila, onde anda sua imaginação? Quando estiver limpa, claro que vai ser mais bonita, mas ela já tem seu... charme.

- É, você não deixa de ter razão, falou Leila, olhando e dando alguns passos em volta. – O que tem lá em cima?

- O que tem lá em cima... Quartos, oras bolas. Vamos subir?

- Você confia? Parece tudo tão fraco nessa escada...

- Eu já subi. Vem. É seguro.

Subiram e Cristina começou a mostrar os quartos à amiga, inclusive o do velho Samuel.

Quando estavam para entrar no quarto da frente, Cristina hesitou. Tinha medo do que ia ver lá dentro. Seria uma decepção se o quarto estivesse empoeirado como os demais.

- E esse aí o que tem? – Leila perguntou.

- É outro quarto...

- E a gente não vai entrar nele também? – disse a garota, já abrindo a porta, antes mesmo que Cristina pudesse dizer alguma coisa.

Para decepção dela, o quarto estava do mesmo jeito que estava quando ela entrou com Bruno. Leila aproximou-se do piano.

- Deve ter sido lindo, quando novo, não? De quem era? Do velho?

- Dele... Cristina apontou para o quadro na parede, sentindo vontade de chorar.

Leila olhou para o quadro e ficou boquiaberta.

- Que gatinho! Quem é? Ou era?

- Não sei direito...

- Uau! Se ele estudasse no nosso colégio... eu pegava.

- Não diz besteira, Leila...

A garota voltou-se para perto do piano e viu mais fotos do rapaz.

- Tem mais fotos dele aqui!

Ela ia pegar uma delas e Cristina gritou:

- Não!

Leila encolheu a mão.

- Ai, que susto! Por que não?

- Porque... Porque eu ainda não sei se isso é nosso mesmo ou... Se o dono ainda vem buscar... Não sei se a mamãe quer que eu mexa. Melhor não mexer em nada.

Leila deu de ombros e olhou para a foto do rapaz na parede. Seu sorriso parecia tão sincero... Cristina pensou.

- Que ele era um gato, isso era... disse Leila. - Qual o nome dele?

- Não sei... Cristina achou melhor mentir para a amiga, pois na verdade nem ela mesma tinha certeza do que sabia ou não sobre o rapaz.

- E por que essas fotos todas dele estão aqui? Ele deve ser alguma coisa do velho. Filho, neto...

- É... vamos descer? Estou ficando sufocada com tanta poeira. Vem.

Desceram novamente e Cristina resolveu voltar para casa. Voltou silenciosa e Leila notou que a amiga estava diferente.

- O que é que deu em você, Cris? Travou a língua de repente?

- Não tenho nada. Dor de cabeça, acho que, por causa da poeira. Quero ir pra casa, tomar um banho e arrumar os cadernos pra amanhã cedo.

- Tudo bem. O que você vai dizer sobre o jogo?

- Eu me viro.

Cristina despediu-se da amiga no portão da casa dela e foi para a sua. Entrou em casa correndo e ao passar pela sala, Gilda perguntou:

- Jogo curto, não? O que aconteceu?

Ela parou e respondeu.

- Não teve jogo. A quadra estava fechada. A gente foi até a lanchonete tomar um sorvete e veio pra casa. Eu vou tomar um banho.

- Ok, falou Gilda, estranhando o jeito da filha.

- Algum problema? – Ivan perguntou.

- Não, tudo bem, ela disse batendo na mão dele sobre sua perna.

- Será que sou eu? Ela nunca me topou...

- Impressão sua, Ivan. Essa teimosia dela quanto a você é ciúme só, meu amor.

Gilda o beijou.

- Bom, mesmo assim, acho que já vou indo. Não quero causar problemas pra você. Te vejo amanhã.

- À noite.

Ele a beijou, carinhoso, e Gilda acompanhou-o até o portão. Bruno e Laís estavam sentados na calçada. Ele estendeu a mão.

- Eu já vou nessa, Bruno. Até mais.

- Escuta, futuro daddy, não dava pra você me emprestar o carro no domingo que vem não?

Ivan riu.

- Gozação ou é sério?

- Não, é sério. Eu estava querendo dar uma chegada no Guarujá com a Laís, mas de moto ela tem medo... e a mamãe bronqueia...

- Evidente! – falou Gilda. – De moto você só sai daqui pra escola ou pro trabalho.

- Tudo bem, disse Ivan. – Prometendo não rodar com ele na areia, é todo seu.

- Gênio! Obrigadão, hein?

- Só que, já que essa estória de futuro daddy já se encaixou na sua cabeça, faça acontecer o mesmo nas cabecinhas duras da sua mãe e da sua irmã. Por favor, futuro stepchild, apoie um solteirão solitário e apaixonado.

Bruno e Laís riram. Gilda ficou vermelha. Ivan a beijou no rosto e entrou no carro, acenando e indo embora.

- Coitado, mãe. Até quando você vai enrolar esse pobre homem? – Bruno perguntou.

- Até que vocês dois se casem.

- Mas, mãe, vai levar séculos!

Laís lhe deu um tapa de leve no ombro, zangando-se. Bruno riu.

- Engraçadinho! – ela disse. – Vai demorar séculos, é?

- Estou brincando, amor!

LEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEO

LEO – CAPÍTULO 5

“NOVA EXCURSÃO AO CASARÃO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS CONTINUE NOS PROTEGENDO

COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/06/2020
Reeditado em 19/06/2020
Código do texto: T6977698
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