LEO IV - PNEUMONIA - CAP. 6

CAPÍTULO VI – PNEUMONIA

Cansado de fugir, Leo foi para casa. Entrou e viu que todo estrago que ele havia feito na casa estava mais ou menos restaurado e normal de novo. Haviam trocado uma janela e o jogo de mesa da sala era outro.

A casa estava em silêncio e não parecia ter ninguém lá. Exausto e sentindo fortes dores no peito, sentou-se no sofá e recostou a cabeça, fechando os olhos. Não estava com forças pra subir as escadas. Samuel apareceu, descendo por elas.

- Resolveu voltar, seu marginal? Ainda estão atrás de você, sabia?

Leo ergueu a cabeça e olhou para o pai.

- Essa casa é minha. Você não vai se ver livre de mim tão fácil, pai. Nem depois de morto.

- Sua casa? - perguntou Samuel, rindo alto. – Prove, seu imprestável.

- Você não perde por esperar...

Samuel riu ainda mais alto. Leo ergueu-se e passou por ele, subindo para seu quarto lentamente. Deitou de qualquer jeito na cama e fechou os olhos, arfando e tossindo. Estava realmente muito mal.

Mas não ficou muito tempo lá. Uma hora depois, policiais invadiram seu quarto e o levaram preso. Não houve resistência. O rapaz estava muito fraco e doente.

Haroldo ficou sabendo da prisão do ex-amigo e foi falar com Samuel.

- Você precisa tirar ele de lá, Samuel. O Leo não está bem!

- Como é que você sabe?

- Ele... Ele esteve lá em casa.

- E você ainda o defende? Quer que ele volte pra sua mulher?

- Você está me ofendendo.

- Então não seja burro! Ele quase quebrou minha casa inteira, antes de sumir. Se quer que ele seja solto, pague você a fiança. Você não gosta de apanhar?

Muito ofendido, Haroldo deu as costas e saiu. Foi falar com o sogro. Alcântara também não parecia estar de acordo em tirar Leo da cadeia.

- Nós não temos mais nada com a vida do Leo, Haroldo. Você já sofreu o diabo nas mãos dele e ainda o defende? Trate de se preocupar com a sua mulher e o menino. O Leo é passado!

- O Leo é meu amigo, doutor Alcântara. Não importa o que aconteça, nada vai mudar isso. Eu amo a Gilda... mas não posso... não consigo odiar o Leo por tudo que ele fez pra mim. Ele está muito doente! Se não como ser humano, mas como médico, doutor, me ajude a tirá-lo de lá.

Alcântara pensou e resolveu atender ao pedido do genro.

Saíram ambos e foram à delegacia, onde pagaram a fiança de Leo. Quando o rapaz saiu da cela e viu os dois, perguntou:

- São eles que estão me tirando daqui?

- Você ainda tem amigos, por mais incrível que pareça, Leo. Agradeça a Deus por isso, disse o delegado.

Leo pensou por um segundo e disse, com voz fraca mas segura:

- Devolva o dinheiro deles, delegado. Eu não vou sair.

- Leo, você não está bem, disse Haroldo. – Precisa de tratamento médico! Vai morrer aí dentro.

- Não me importo. Não vou sair daqui às custas do dinheiro de vocês, nunca. Pegue esse dinheiro e alimente meu filho... verme!

Dito isso, ele voltou para a cela. Haroldo não conseguia acreditar na resistência do amigo.

Por via das dúvidas, Alcântara resolveu deixar o dinheiro da fiança com o delegado para que, quando Leo se decidisse a sair, estivesse livre para fazê-lo. Mas isso nem foi o rapaz que decidiu. Ele desmaiou na cela e o próprio delegado achou melhor tirá-lo de lá e mandá-lo ao hospital.

Foi constatado que Leo estava com pneumonia dupla e ele ficou desacordado por dois dias, em estado crítico.

Haroldo foi visitá-lo todos os dias, depois do trabalho e sempre voltava para casa muito desanimado.

Gilda nem precisava perguntar nada. Era só olhar para o rosto dele.

- Alguém tem que fazer alguma coisa, Haroldo. Ele vai morrer, se não for levado a um hospital em São Paulo, ela falou, segurando filho que dormia tranquilo em seus braços.

- O Samuel não quer. Não vai arcar com nenhuma despesa do Leo.

- Isso é cruel demais! Vamos avisar a Laura, então!

- Eu já liguei pra ela. O Pedro está trabalhando em Recife e ela foi junto, com o Lúcio.

Gilda se calou, desanimada. Olhou para Bruno e encostou o rosto no dele.

- Sabe o que eu acho, Gilda? O Leo não está fazendo muita força pra ficar bom. Ele não reage, isso adia a cura.

Ela ficou pensativa e decidiu.

- Eu vou visitá-lo, Haroldo.

Ele olhou para ela, intimamente admirado, mas não retrucou.

- Você concorda? – ela perguntou.

- Não posso te impedir de fazer nada, Gilda. Ele é o pai do seu filho.

- Mas... você não vai ficar zangado comigo?

- Não...

- Não mesmo? Seja sincero.

Ele aproximou-se e tirou o menino dos braços dela.

- Vai, eu cuido do Bruno pra você.

Gilda acariciou seu rosto e o beijou.

LEO IV – CAPÍTULO 6

“PNEUMONIA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

CONTINUE NOS PROTEGENDO

COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 06/07/2020
Reeditado em 07/07/2020
Código do texto: T6997836
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