LEONEL III - OUTROS TEMPOS, OUTRA VIDA... - CAPÍTULO 6

CAPÍTULO VI – OUTROS TEMPOS, OUTRA VIDA...

Cristina inclinou-se sobre a mesa e aproximou o rosto do de Floyd, beijando-o carinhosamente no rosto. Ele segurou sua mão e a beijou na boca. Quando se afastaram, ela sorriu, surpresa.

O garçom se aproximou da mesa com o pedido deles e os interrompeu. Quando o rapaz se foi, ela perguntou:

- Por que você fez isso?

- Não sei... Mas seu irmão vai expulsar você da casa dele, se descobrir que você beijou um transviado.

- Não fui eu que beijei ele, ele me beijou, ela disse, sorrindo. – No fundo, o Bruno adora você. Ele só não sabe lidar com isso. Acho que não entende o seu estilo de vida. Nem eu entendo muito. Minha mãe nos criou de um jeito muito conservador e eu acho que ela estava certa, mas ele levou as coisas a sério demais. Ele parece mais velho que a idade que tem.

- Acho que ele não gosta de mim por ciúme do Leonel. Ele super protege o garoto.

- Pode ser... Ele não tem nada palpável contra você, muito pelo contrário. Já te amou muito um dia... como filho. Você... Haroldo... foi o único pai que ele conheceu.

- Outros tempos, outra vida, sem discussão...

Cristina ficou olhando para ele que virava o copo de cerveja à sua frente, pensativo.

- Nem sei seu nome de verdade...

Ele ergueu os olhos e sorriu.

- Nem vai saber.

- Por quê? Tão feio assim?

- Pior do que Haroldo, ele disse, rindo e corando levemente.

- Não fale assim do nome do meu pai!

- Tecnicamente foi meu nome também, mas é feio. Acho que os pais que eu arranjei nessa minha existência nunca gostaram de mim. Tanto que me deixaram por nem conseguir viver comigo. Os pais do Haroldo morreram quando ele era quase adulto e agora...

- Seus pais te abandonaram?

- Eu tinha sete anos quando minha mãe morreu e meu pai me colocou pra fora de casa aos dezessete anos. Não aguentou a barra.

- Poxa... Sinto muito!

- Não sinta.

Eles ficaram em silêncio por um momento e Floyd perguntou:

- Se eu não fosse... o que sou... você se... arriscaria em ter alguma coisa comigo?

Cristina olhou para ele, ergueu as sobrancelhas, sorriu, pensando naquela pergunta tão inesperada.

- Seria... bastante interessante...

- Interessante? – ele estranhou. – Por quê? Pela minha idade ou pela minha opção sexual?

- Seria inusitado eu, aos trinta e seis anos, me envolvemdo com um rapaz de vinte e...

- Vinte e um... ele terminou. – Eu sou mais velho que o Leonel alguns meses. Preconceito?

- Não, claro que não! Só acho... interessante, já disse. Seria uma experiência nova.

- Sabe qual é o nome do meu pai? – ele perguntou repentinamente.

- O nome do seu pai? Claro que não! Por quê?

Ele sorriu e hesitou em responder, mas como já havia começado, resolveu ir até o fim.

- Eu não morei muito tempo com ele. Ele me colocou pra fora de casa quando eu tinha dezessete anos, como eu disse, porque descobriu que eu era bissexual.

- Meu Deus...

- Mas no pouco tempo que eu convivi com ele, deu pra ele me contar coisas da juventude dele que agora eu acho que tem tudo a ver com a gente.

- Não estou entendendo.

- Meu pai se chama Teodoro Fontes.

Cristina ficou séria.

- Teodoro Fontes?

Ele balançou a cabeça confirmando e sorrindo.

- Teodoro Fontes... é o nome do meu primeiro namorado!

- Ele mesmo.

- Floyd! O... meu Ted é seu pai?

- Você o amou muito, não foi?

- Não posso acreditar que ele seja... seu pai! – ela disse, emocionada.

- É ele. O seu Ted. Ele te deixou porque engravidou uma garota enquanto namorava você, minha mãe, e ele teve medo de te contar. Ele teve que se casar na marra, mudou de casa. Meu nome é Teodoro Fontes Júnior. Quando ele me expulsou de casa, só de raiva eu mudei pra Floyd. Detestava meu nome. Eu adoro o “Pink Floyd” e... tirei o pink pra não ficar muito óbvio.

Cristina passou do espanto ao riso.

- Meu Deus! Você podia ser meu filho!

- É muito estranho, eu amar você e quase ter te pedido em casamento agora?

- É no mínimo surreal. O mundo é muito pequeno...

Ela circulou os olhos pelo rosto dele e sorriu.

- Você tem os olhos dele!

- Sem as olheiras, claro!

- Sinto muito pelo que ele fez com você. Se eu fosse sua mãe, não teria deixado ele te colocar pra fora de casa só por...

- Ela também não teria deixado, mas estava morta. Não podia fazer muita coisa, ele disse sorrindo triste. – Mas não se preocupe comigo. Apesar de tudo, eu sou feliz assim. Estou mais preocupado com o Leo. Queria muito ver meu amigo...

LEONEL (REENCARNAÇÃO) III – CAPÍTULO 6

“OUTROS TEMPOS, OUTRA VIDA”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 28/07/2020
Código do texto: T7019360
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