LEONEL V - HELENA - CAP. 2

CAPÍTULO II – HELENA

Leonel sorriu ao saber que Cristina era sua alma consorte.

- Agora eu entendo minha paixão por ela e a dela por mim. Como Leo Torres eu previ o nascimento dela porque ela própria me avisou. E ela nasceu como sua filha. Eu dei esse nome pra ela... quando soube que ela ia nascer.

Floyd confirmou, sorrindo.

- Meu pai... é meu Bruno... ele falou com os olhos brilhando. – Eu dei o nome pra ele também... Foi tão bom vê-lo garotinho... com dois anos... Eu sempre o achei tão frágil perto de mim... Agora faz sentido... Eu o amo demais... e nós estamos muito ligados, não é?

- Demais... Você foi pai dele e agora ele é seu pai.

- Eu o amo tanto... Por que ele nunca aceitou a ideia de que a Cristina tivesse visto Leo Torres... como espírito... depois de morto...? É tão estranho falar assim...

- Ceticismo é um direito. Faz parte do livre arbítrio. Ele foi criado de forma muito realista pela mãe... e por mim.

- Por você e pela Gilda.

- Muito antes de ser o Floyd, ele disse, sorrindo abrindo os braços e olhando para si mesmo. -Estou pagando a língua literalmente.

Leonel riu, mas voltou a ficar sério.

- E o que vai ser do meu irmão?

- Só você pode decidir.

- Eu?

- Ele não sabe por que te odeia, mas agora você sabe.

- Samuel Torres não acreditava em nada, só no dinheiro que tinha... Condenou o filho a uma vida amarga e triste quando o culpou pela morte do filho mais velho... E ele era só uma criança... Eu não posso nem sonhar em dizer isso ao Leandro, Floyd. Ele vai achar que eu fiquei maluco! O Leandro também só crê nele mesmo!

- Mas você não precisa contar nada a ele. Induza-o a gostar de você. Perdoe-o aos poucos, todo dia.

- Induzi-lo a gostar de mim? Não tenho feito outra coisa desde que ele nasceu, Floyd. Eu vibrei tanto quando minha mãe ficou grávida e ainda mais quando ela e meu pai disseram que era um menino!

- Vibrou porque sabia que era a sua chance de consertar velhas rixas. Você, ou melhor, o seu espírito o perdoou antes de reencarnar, talvez até em vida como Leo Torres, antes de morrer pelas mãos dele; o dele não. O dele morreu com ódio de você quando você apareceu naquele quarto e ele se assustou ao ver seu fantasma.

Leonel ficou pensativo.

- Eu sinto isso, por mais incrível que pareça. Eu tinha pesadelos horríveis com essas coisas quando era criança. Meu pai cansou de ir ao nosso quarto me acudir quando eu acordava chorando e gritando de noite, dizendo que ele queria me matar. E ele era só um bebê. Às vezes, eu sonhava que estava implorando para ele me perdoar, mas ele não me entendia. Outras eu tento dizer que o perdoo, mas ele não me ouve. Todos os sonhos que eu tenho com ele são tumultuados, confusos, acabam sempre em tragédia, morte, e geralmente é ele que me mata.

- Como fez da outra vez...

Leonel sentiu um arrepio estranho no corpo.

- Isso me dá medo, Floyd... Ele já tentou fazer isso outra vez. E foi como quando Samuel Torres mandou prender o filho e pagou para os policiais batessem nele. Eu senti cada soco, cada tapa...

Leonel abraçou a si mesmo aflito, esfregando os braços.

- Samuel Torres era tão covarde que não fazia, mandava fazer. O Leandro fez a mesma coisa agora. E se ele tentar de novo? Tenho medo disso...

- Ele não vai mais tentar, se você conseguir mudar a cabeça dele.

- Como?

- Perdoando... sempre.

Leonel sorriu.

- Eu não sou santo. Tenho tido muita paciência com ele, mas não tenho sangue de barata. O Leandro é uma criaturinha difícil quando quer. Ele me irrita gratuitamente e é bem covarde também. Faz as coisas às escondidas e não assume o que faz. Sempre foi assim.

- Ignore.

- Ah, Floyd, sem essa!

- É a única saída, Leo. Você tem que provar pra ele quem é o mais velho e ele vai acabar se cansando de provocar você.

- Meu Deus, isso parece tão difícil... E sobre a Helena? Eu estou apaixonado por ela e ela é a garota dele.

- Desista.

- O quê?! Desistir da Helena?

- Exatamente...

- Mas ela já disse que me ama também!

- Você não ama a Helena, Leo.

Leonel riu.

- Ah, não, senhor bola de cristal? Você está dentro de mim pra saber?

- Ela vai se casar com o Leandro.

Leonel ficou sério e seus olhos entristeceram. Ficou em silêncio.

- Você, de certa forma, roubou a mulher que ele amava, no triângulo Leo, Samuel, Gilda. Agora é a vez dele ganhar.

- Tão simples assim? Ele era um velho pra Gilda!

- A vida é simples, Leo. Basta só tentar entender, aceitar... Agora ele e a Helena têm a mesma idade.

Leonel afastou-se dele e balançou a cabeça, negando aquela possibilidade.

- Não aceito não... Eu amo a Helena. Droga, eu amo a Helena! Ontem eu quase...

- Quase o quê?

- Eu quase fiz amor com ela na biblioteca de casa e ela teria concordado, se eu tivesse tido coragem...

- E por que não teve?

- Porque... porque ela é namorada dele...

Floyd sentou-se no sofá e cruzou as pernas e os braços, como a dizer: “Não falei?”. Leonel voltou-se para ele e insistiu:

- Mas eu a amo e ela vai ser minha.

Floyd deu um suspiro de paciência e levantou-se.

- Tudo bem, boa sorte. Mas ela vai se casar com ele.

- Caramba! Você me irrita com essas certezas! Você não é Deus, Teodoro Fontes Júnior!

Leonel disse seu nome como se fosse um palavrão. Floyd sorriu e rebateu:

- Não, me contento em ser só um instrumento Dele. Por isso eu amo você... Leonel Marques... Meu Leo Torres...

LEONEL (REENCARNAÇÃO) V – CAPÍTULO 2

“HELENA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

FELIZ DIA DOS PAIS!!!!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/08/2020
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T7030363
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