MANDY IV - PAI E FILHO-PARTE 3

III – PAI E FILHO

Amanda pegou o menino nos braços e se aproximou de André.

- Esse é o André. Ele quer te conhecer.

André ficou olhando para o menino e não sabia o que fazer.

- Você não quer segurar ele? - ela perguntou.

Ele tirou o filho do colo dela e Júlio reclamou, querendo voltar para o brinquedo.

- Calma, filho... é só um instantinho... Olha pra mim...

Júlio olhou rapidamente para ele e viu, por cima de seu ombro, Marco não muito longe. Estendeu a mão para ele e chamou:

- Papa!

Marco fechou os olhos e balançou levemente a cabeça como a dizer: “Fica quieto, panaquinha, não sou seu pai, você está no colo dele.”

André não entendeu bem o que está acontecendo, mas foi com ele até o brinquedo e o colocou de volta no escorregador, para alegria de Júlio que recobrou o humor rapidamente, voltando a brincar. Amanda foi para perto de Marco e ele abraçou sua cintura, enquanto pai e filho se divertiam, como se fizessem aquilo sempre.

André se sentou no chão na frente do escorregador e esperou que o menino caísse em seu colo. Júlio já não tinha cisma dele e os dois se abraçaram, rolando na areia.

- Eu trouxe um presente pra você, filho, você quer ver?

- Pesente?

- É, um presente. Você quer?

Júlio balançou a cabeça afirmando e se levantou, apoiado em seu ombro. André olhou para Marco e pediu:

- Marco, pega aquela caixa no bagageiro da moto, por favor?

Marco foi fazer o que ele pediu e lhe entregou a caixa.

- Obrigado...

O menino se sentou no chão já segurando a caixa, mas como não sabia abrir, pediu:

- Abe...

André sorriu e começou a rasgar o papel que envolvia o pacote. Abriu a caixa e retirou de dentro dele um carrinho de controle remoto vermelho. Júlio não esperou para testar o brinquedo e o colocou no chão, fazendo o barulho do motor do carro com a boca.

- Não, espera, disse André.

Colocou o carrinho no cimentado ali perto e pegando o joystique do veículo, fez com que o carrinho se mexesse automaticamente. Júlio olhava para o brinquedo se movendo sozinho na frente de seus olhos e sorria, animado, batendo palmas de excitação. Os olhos de André se encheram de água, mas ele procurava não deixar que o menino percebesse e na verdade Júlio não percebeu, pois estava muito mais interessado no brinquedo novo.

- Cainho! - ele se levantou e andou com seus passinhos inseguros até o brinquedo, pegando-o nas mãos. Levantou-o na altura da cabeça e virando-se para Marco, gritou:

- Cainho!

Marco sorriu para ele e se aproximou dos dois, abaixando-se junto de André e do menino.

- Gostou, Júlio?

Ele andou até ele e se apoiou em seus joelhos.

- Cainho! Cainho, papa, cainho.

- Por que ele te chama de papai? - André perguntou, enxugando o rosto.

- É uma longa estória. Não fui eu que inventei isso. Ele ficou comigo e a Amanda por um tempo, quando a Débora foi ter a irmã dele há poucos dias e começou com isso. Pode deixar que com o tempo ele para, esquece e aprende a me chamar de dindo, que é o que eu sou dele. Já tentei ensinar, mas... Acho que o Aldo nunca nem soube disso, graças a Deus, senão ele me esfola. Ainda bem que ele o chama de pai também. Não decidiu ainda.

- Ele é muito lindo... diz André, acariciando as costas do menino que batia com o carrinho na perna de Marco. – Obrigado...

- Não quero te colocar mais pra baixo, mas... espero que essa seja a última vez que você o vê assim, de perto. O Aldo já ficou todo agoniado só de pensar nesse encontro. Ele foi muito generoso em permitir que ele acontecesse.

- Eu sei... pode deixá-lo despreocupado. Eu vou pro Rio hoje à noite. Ele não vai correr o risco de eu aparecer mais aqui. Como está a Débora?

- Bem, a filhinha deles é muito fofa também. Só que parece muito com ela. O Júlio... é a sua cara... como você pode ver.

André pegou o menino no colo e o abraçou emocionado.

- Eu já vou, filho. Espero que você me perdoe um dia.

Ele beijou o rosto do menino, várias vezes, e Júlio procurou se desvencilhar de seus beijos, querendo descer de seu colo para poder brincar com o carrinho novo. André o colocou no chão e se levantou, passando as mãos pelo rosto. As lágrimas não paravam de cair.

- Obrigado de novo, Marco. Obrigado mesmo.

- De nada... Espero que você seja feliz no Rio.

O rapaz apenas balançou a cabeça e olhou para o filho. Depois olhou de novo para ele.

- Desculpa... por tudo. Espero que vocês sejam muito felizes.

- Já somos, Amanda disse, aproximando-se de Marco.

- Eu tenho certeza... Tchau...

- Tchau, André.

André aproximou-se de novo de Júlio, distraído com seu brinquedo, e beijou o alto de sua cabeça.

- Tchau... meu filho...

Levantou-se e foi para perto da moto. Sentou-se nela e enxugou o rosto, olhando para a avenida. Em seguida deu a partida e foi embora.

Marco ficou olhando na direção em que ele foi, pensativo. Amanda segurou Júlio no colo e depois pegou a mão do marido.

- Vamos entrar, amor? Sua missão já está cumprida. Vamos entregar o presente do Júlio e depois levá-lo pra casa.

Marco se voltou para ela e a beijou. Júlio reclamou, como de praxe, batendo com o carrinho nos rostos unidos dos dois.

- Não! Não beija ele! É meu!

Marco se afastou de Amanda e ela riu.

- Calhordinha, para com isso, cara. Já está ficando sem graça. Se você fosse meu filho, eu te devolvia pro teu pai.

PAI E FILHO

PARTE III

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

OBRIGADA SEMPRE

AOS AMIGOS DAS LETRAS DE TODAS AS CORES

QUE ME ACOMPANHAM

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 20/03/2021
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