PODEROSA, Prefácio e capítulo 1: O mistério dos pernilongos

 

Iniciamos hoje a publicação em série da novela "Poderosa", a aventura de uma menina de 13 anos, Elaine Montenegro, numa cidade perigosa como o Rio de Janeiro alguns anos atrás, quando o celular ainda era novidade, e a descoberta insólita dos poderes que ela opera. Entretanto, se tendo poderes é possível resolver alguns problemas, em contrapartida esse fato pode atrair outros.

O prefácio é assinado por Hortencia de Alencar, conhecida no Recanto das Letras como Limaflor.

 

 

PREFÁCIO

 

 

Os enredos de Miguel Carqueija, são deveras estimulantes..

Sua linguagem simples e lúdica nos envolve; a curiosidade nos arrasta para o discorrer da história, incitando-nos a prosseguir, mais e mais, no desejo de conhecer seu desfecho.

Com a novela “PODEROSA”, Miguel Carqueija, mais uma vez, vem brindar seus leitores com um texto coerente, ajustado ao contexto e inegavelmente surpreendente.

Elaine, a protagonista, numa noite de calor sufocante, sofre com a presença incômoda de muitos pernilongos, picando-a insistentemente; deseja e manifesta ardentemente ver-se livre dos mosquitos insuportáveis.

Na manhã seguinte ao despertar, ouvindo dos outros parentes as queixas da péssima noite passada sob o ataque insidioso dos insetos, descobre que a partir de certo momento estivera livre deles, e de seus implacáveis “violinos”, sendo que, no seu corpo, sequer se notam marcas de suas picadas.

Elaine admira-se, sendo a única pessoa da casa a gozar de um bom sono, livre das incômodas muriçocas. Outras coisas surpreendentes, então, sucessivamente acontecem...

Elaine e Ava, amigas inseparáveis, trocam entre si segredos e preocupações; Elaine confessa à amiga os inexplicáveis acontecimentos, inclusive seu encontro com uma estranha mulher que troca com ela um diálogo premonitório e assustador.

Sempre acompanhada de Ava, uma fiel escudeira, Elaine passa a viver peripécias, transforma seus conceitos, sofre ameaças...

Miguel Carqueija em”PODEROSA”, vem mostrar, mais uma vez, ser um mestre no suspense, conduzindo seus leitores, pelos caminhos da ficção, a uma cruzada de emoções.

Ao criar seus personagens, Miguel Carqueija os dota com delicadeza e fidelidade, levando-os, finalmente, ao questionamento do porvir...

Para mim, a leitura da novela “PODEROSA”, foi um inegável prazer; depois da aventura de percorrer o imaginário de Miguel Carqueija, levo-me a repetir o enunciado de Giscar Otrebling: “Ler é desnudar cada palavra, cada frase, cada parágrafo, cada texto... para descer às profundezas da linguagem e fruir o belo.

 

Hortencia de Alencar

 

Mineira, de Belo Horizonte, aprecia a manifestação do belo tanto na natureza como nas artes.

Escritora de contos e poemas.

 

 

INTRODUÇÃO

O MISTÉRIO DOS PERNILONGOS

 

 

Era uma sufocante noite de verão e eu, imersa numa cama que mais parecia um forno, sentia-me dolorosamente agoniada, vestida com uma camisola curtinha e, não obstante, morta de calor. Aflita eu me revirava sobre o lençol suado, sem saber o que fazer para obter um alívio. Os meus pais não eram gente de recursos e com certeza não poderiam adquirir aparelhos de ar condicionado para cada quarto habitado, em consequência não compravam nenhum. Eu tentava me arranjar com um mero circulador, e não aguentava colocar sequer um lençol levíssimo sobre o meu pobre corpo. Mas, ai! Assim também não conseguia dormir, porque volta e meia o violino de um mosquito vinha azucrinar os meus ouvidos. Eu procurava cobrir pelo menos os pés, visto que os mesmos, alvos favoritos dos pernilongos, já coçavam horrivelmente, com aquelas empoladuras tão incômodas. Eu, coitada, de vez em quando levantava, acendia a luz e procurava alguma daquelas muriçocas que pousasse desprevenida numa parede; mas naquela noite as pragas estavam todas muito espertas. E a noite ia passando e eu não dormia.

“Meu bom Deus”, pensei amargurada, “isso não é vida. Eu tenho só treze anos. Se eu viver até os oitenta e três, serão mais setenta anos de picadas?”

Apaguei a luz e tornei a deitar, desesperada. Malgrado o calor insuportável puxei o lençol até as orelhas, sabendo que não o aguentaria por muito tempo; e desejei de todo o coração, murmurando:

— Por que vocês, mosquitos, não vão embora por hoje? É só sairem pela grade da janela. Afinal vocês já me picaram bastante por essa noite. Já chega, não é?

Suspirei e fechei os olhos, buscando dormir com ou sem espetadelas dos mosquitos. Logo depois atirei longe a coberta, pois o calor me abafava. Aguardei conformada o som do violino.

Mas ele não veio.

O incômodo das picaduras logo cessou, e nenhum inseto voltou a me aborrecer. Pelo resto daquela noite eu dormi como um anjinho.

 

 

(O que terá acontecido de fato? Elaine é uma domadora de insetos? Como explicar o que aconteceu?

Começa aqui a descoberta que Elaine faz de seus poderes! E sem nenhuma explicação pseudo-científica: ela não veio do planeta Crypton, não foi picada por uma aranha radioativa nem recebeu carga de raios gama, e tampouco estudou no Tibet. Então de onde vêm os seus poderes?

No próximo episódio ela descobre outro poder espantoso e desse modo fica sabendo de algo que envolve o seu namorado...

Leia brevemente:

CAPÍTULO 1

PERPLEXIDADE)

 

 

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Miguel Carqueija
Enviado por Miguel Carqueija em 21/02/2025
Código do texto: T8269536
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