SOLENEMENTE

Que se danem, solenemente, todos os donos de verdades incontestáveis e firmezas enraizadas.

Que eu fuja deles, como o diabo da Cruz.

Porque de nada vale a certeza de estar certo!

Que se danem todos os homens, mulheres, gatos, cachorros, piriquitos e tapetes voadores que se consideram onipotentes e sábios demais.

Pois o mundo é dos mansos, humildes, bons de coração e espertos!

Que se dane o meu vizinho, feitor de uma obra que nunca se acaba;

Que se dane a minha vizinha que, educadamente, passou a mão no caixa do prédio;

Que se dane os adoradores de egos, os bichinhos de pelúcia causadores de alergia e os sapatos caríssimos - assassinos de pés.

Que se danem!

Todos muito solenemente.

AMÉM.