NOVO

Durante um dia, dei mão ao passado e caminhei pelo conhecido. Mesmos

lugares, mesmos rostos e sorrisos, as mesmas lágrimas. Conhecendo os

percalços, mudei as curvas, alonguei as retas e tracei outro rumo. Assim pensei ter alcançado o novo, uma grande mudança, mas nos

choros só ouvi intrigas, mais ciúmes e sempre a mesma fadiga. Não há

remédio para o derrotado, pois que assim, se manterá e mudança somente no fim. Dos sorrisos, mais sorrisos, agora pela invenção, inversão dos mesmos valores. No horizonte a mesma esperança. Assim sendo, permaneço na vontade dos versos, pois que, não foram as mudanças de rumo que me evitaram os problemas, porquê também os tive, também os venci. Mudou-se tudo, mas não mudou a vontade, a alma permaneceu cantando e os versos diferentes apenas valorizaram o mesmo poema. Não sei se vale a luz da experiência, mas vale muito o uso do bom senso, mesmo quando se cogita o imponderável, a intangível sensação de conceber uma poesia.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 08/04/2005
Reeditado em 08/04/2005
Código do texto: T10343