Delírios Noturnos #2

Três gerações sentadas à mesa, O tempo e suas consequências,

Minha espera injustificada, eu apenas observo a rua e as pessoas caminhando enquanto minha periférica alucina uma fuga, e eu aqui, querendo apenas vomitar umas supostas culpas e depois encher a cara de vinho barato, enquanto assisto as pessoas se matarem na loja de doces, fumando um cigarro e bebendo um café sem açúcar; (...)

Debruçado sobre meu diário noturno, registrando impressões e transpirando sentimentos que me nauseiam; meus sonhos turvos, obscuros cheios de seres tétricos, abstêmios e soturnos, que são apenas reflexos confusos e distorções e parábolas metafóricas do meu cotidiano doentio e vicioso e um tanto quanto vazio.

O perigo já não mora ao lado e esse é só um motivo a mais pra não dormir hoje, já que minha tosse com pigarro rompe o silêncio e profana a quietude da casa onde todos dormem cheios de cansaço enquanto acordado eu me canso, tusso e rastejo noite adentro à procura de respostas e cigarros, folhas em branco e espaço. Fôlego. Deve haver algum em meio ao meu catarro, mas não sai.

Como uma esperança verde e equilibrista; resiste.