EM VINTE E QUATRO HORAS

EM VINTE E QUATRO HORAS

Em vinte e quatro horas eu poetizo uma vida,

Ou declamo uma sentença de morte.

Em vinte e quatro horas alcanço meu Deus,

Ou penso ser eu mesmo uma divindade.

Em vinte e quatro horas arrumo uma eternidade,

Pensando momentos presentes e transigentemente serenos,

Ou me afogo nas lágrimas de uma arrogância sem fim.

Em vinte e quatro horas abraço meus iguais e clamo seus venenos,

Ou me levanto da cadeira empunhando minhas mentiras.

Em vinte e quatro horas sou eu mesmo apesar do passado,

Ou o passado no presente em que tento me esconder.

Em vinte e quatro horas estudo algumas palavras,

Ou em insiro num livro inteiro.

Enfim, Em vinte e quatro horas sou uma vida,

Um grito de liberdade, um companheiro das boas idéias,

Um impotente cercado de força e confiança,

Ou simplesmente um morto vivo em meio ao sofrimento.

J.C. Cavalcante

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 12/12/2008
Código do texto: T1331723