O Laço da morte

Vejo-me laçado pela morte... Não mais sinto dor, meus olhos, não mais se abrem ao por do sol, meu corpo está se acabando sem pelo menos ter um último beijo teu.

Agora não adianta mais! O laço me aperta, e já ouço os clarins divinos ressoando em meu ouvido mórbido.

Só te peço uma coisa minha amada, não chores sobre o meu corpo que de nada adiantará. Pegue-o, e enterre em um campo verde, semeie as mais lindas flores, e sobre elas chore, até que elas cresçam e desabrochem, pois ali estarei eu...

Serei o cheiro perfumado que te envolverá, o beija-flor que pousará em tua janela e te fará sorrir, serei a aurora de um novo caminho ao qual você trilhará.

Não se prenda às minhas lembranças, a vida está aí! Viva-a como você sempre viveu,e o que surgir em teu caminho, aceite assim como aceitará que eu não estarei mais na tua vida, e que serei apenas mais uma lembrança de um sonho bom, de um passado de amor e felicidade que não mais voltará.

Serei teu anjo, e olharei por ti. Serei a melódia das tuas noites de tristeza, e a mão que segurará a tuas, em tuas noites de pesadelo. És meu único amor em vida, e o levarei comigo em espírito eternamente, e um dia nos encontraremos.

Adeus!

Guarda Mor/MG, Outubro de 1998